Entre o legado de Del Toro e novos elementos, Círculo de Fogo: A Revolta, diverte. E só.
Foi no ano de 2013, que o Guillermo del Toro, que recentemente venceu o Oscar como melhor diretor, nos presentou com Círculo de Fogo. A história era efetivamente boa, mas sem dúvida nenhuma, foram às batalhas colossais e todo seu espetáculo visual que fizeram de Círculo de Fogo um genuíno sucesso.
Para aqueles nerds da velha-guarda (classe da qual eu orgulhosamente me incluo) foi a oportunidade de reviver aquelas batalhas de robôs e monstros gigantes tão populares nas décadas de 70 e 80, nos famosos tokusatsus. Grandes combates em meio a metrópoles, oceanos, desertos, florestas, pedreiras, enfim… algo saudoso de se ver! E, desde que a continuação foi anunciada, muita expectativa se formou em torno da continuação de Círculo de Fogo, afinal de contas quem não queria ver de novo Gipsy Avenger e sua trupe limpando a graxa de suas juntas com a cara dos Kaiju’s invasores, não é mesmo?
Pois essa espera acabou, Círculo de Fogo: A Revolta, chegou. Mas será que chegou para atender toda a enorme expectativa deixada pelo primeiro filme?
Partindo do início: Guillermo del Toro é um diretor conhecido pela criatividade, por imprimir uma assinatura muito própria em seus filmes, com muita qualidade não só na fotografia, mas em toda a identidade visual de suas obras. A maior qualidade do primeiro Círculo de Fogo talvez seja a forma como a fantasia é posta em tela, apresentada de uma maneira palpável. É fácil assimilar que aquele contexto fantasioso, por assim dizer, está realmente inserido no que nós podemos chamar de mundo real. Esta sensação não existe neste segundo filme, que busca através do trabalho de seu diretor, sua própria identidade, trazendo algumas novidades, sim, mas se fazendo valer de muita coisa boa deixada pelo primeiro longa. No filme, uma nova ameaça kaiju recai sobre a humanidade e o programa Jaeger entra novaemente em ação, com muitas evoluções tecnológicas que os 10 anos que separam a historia entre os dois filmes puderam trazer.
Steven DeKnight, dirige o Longa que foi produzido por Guillermo Del Toro. Steven possui pouca experiência com cinemas, sendo conhecido por seus trabalhos em televisão, o que causou um certo temor sobre o desempenho do diretor. É correto pensar que DeKnight teria dificuldades em se igualar a um filme com tantas particularidades excelentes como foi seu antecessor, por isso o caminho escolhido para contar esta nova história pelo diretor, é um tanto quanto diferente do primeiro fazendo apostas em novos elementos, numa dinâmica diferente para as cenas de ação, sem se furtar da oportunidade de fazer uso do legado deixado pelo filme de Del Toro.
O ritmo do filme flui de forma interessante, ele é intenso, mas não é atropelado, com um roteiro que se preocupa em manter os elementos que são parte da essência da obra. As referencias a obras como Godzilla, Spectroman, Neon Genesis Evagelion, Pirata do Espaço, entre outros, estão lá, dividindo seu espaço no roteiro com novidades. Algumas funcionando muito bem outras nem tanto.
O roteiro, por sua vez, é bem amarrado, mas não é complexo. A história não é incrivelmente marcante mas também não é ruim. Talvez o maior problema do roteiro é desenvolver mal seus personagens. Você acaba se importando muito pouco com eles, alguns inclusive você sente que teriam um potencial a ser explorado, mas que acaba por não acontecer. Neste aspecto os dois coadjuvantes mais interessantes são dois personagens que vieram do filme anterior, como os divertidos cientistas Newton, Charles Day, e Gottlieb, Burn Gorman.
O elenco é encabeçado pelo competente John Boyega que vive o protagonista Jake Pentecost, filho do heroico Marechal Stacker Pentecost, interpretado por Idris Elba, no primeiro filme. Mas Jake não compartilha da altivez e da referencia simbólica de seu pai, o que torna a jornada do personagem previsível, é verdade, mas ainda sim interessante e divertida, coroada pela atuação de Boyega que vem se provando um excelente ator desde Star Wars: O Despertar da Força.
Cailee Spaeny interpreta Amara e, apesar do entrosamento visível com John Boyega, a concepção da personagem acaba por aprisioná-la em inevitáveis comparações, com outras personagens femininas de sucesso recente, concebidas para atrair uma identificação de certa faixa de publico, mas, no geral, a personagem acaba por justificar sua presença. O foco do filme, decididamente, está voltado para a ação, efeitos e batalhas, profundidade para os personagens parece não ser o foco aqui. A trilha sonora dá bem o ar de sua graça. A fotografia é bem feita e os efeitos especiais muito bacanas.
Por falar em efeitos, se o visual dos Kaijus continuam assustadoramente imensos e ameaçadores, ao melhor estilo das bestas monstruosas que estrelavam os grandes seriados canonizados na cultura pop, como Ultraman e Robotech, os Jaeger mudaram, e mudaram consideravelmente! Os Jaeger agora estão muito mais ágeis, sua movimentação fluida deixou os gigantes de metal mais parecidos com os Transformers, o que desagradou alguns fãs, mesmo sabendo que a tecnologia dos gigantes evoluiu, a mudança não agradou.
Por outro lado o design e a estética dos Jaegers está ainda mais legal. As cenas de ação são muito boas, e a escolha de assistir o longa em 3D é valida.
No mais, temos um Boyega muito divertido e confortável no papel, uma história sem tanta profundidade que atende seu proposito de divertir o expectador, e nada além disso, novos elementos e a certeza de que o filme não se resolve bem entre a busca por consolidar uma nova identidade e ser uma ferramenta de transição para estabelecimento de uma duradoura franquia, ou a ideia de ser uma referencia dedicada ao legado de Del Toro no primeiro filme.
Círculo de Fogo: A Revolta
Resumo
Com destaque para atuação de John Boyega, Círculo de Fogo: A Revolta atende a proposta da diversão, mas longe de ser inesquecível como o primeiro!
Conheceu os quadrinhos (que carinhosamente chama de Gibi) no fim dos anos 80 e deles nunca mais se separou. Gamer old school, ávido devorador de bons livros, amante da sétima arte, comentarista de rádio. Escreve para uma comunidade de cultura pop, e é o mais recente membro honorário do Conselho de Elrond.
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Filmes
Crítica | Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes
Longa que apresenta o mundo de Jogos Vorazes antes de Katniss Everdeen deve dividir opiniões entre fãs da franquia de livros e espectadores casuais.
Publicado há
12 meses atrásem
13 de novembro de 2023Por:
Josué CostaJogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes chega aos cinemas em 15 de novembro e, a convite da Espaço/Z, nós do Multiversos pudemos conferir o longa e trazemos para vocês a nossa crítica do novo longa da franquia Jogos Vorazes.
Sinopse
Antes de Katniss Everdeen, sua revolução e o envolvimento do 13 distrito, houve o Presidente Snow, ou melhor, Coriolanus Snow. A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é a história do ditador de Panem antes deste chegar ao poder. Anos antes, Coriolanus Snow vivia na capital, nascido na grande casa de Snow, que não anda muito bem em popularidade e financeiramente. Ele se prepara para sua oportunidade de glória como um mentor dos Jogos. O destino de sua Casa depende da pequena chance de Coriolanus ser capaz de encantar, enganar e manipular seus colegas para conseguir mentorear o tributo vencedor. Foi lhe dado a tarefa humilhante de mentorear a garota tributo do Distrito 12. Os destinos dos dois estão agora interligados – toda escolha que Coriolanus fizer terá consequências dentro e fora do Jogo. Na arena, a batalha será mortal e a garota terá que sobreviver a cada segundo. Fora da arena, Coriolanus começa a se apegar a garota, mas terá que ter que qualquer passo que der, fará com que a menina e ele mesmo sofram de alguma maneira.
Crítica
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes apresenta uma narrativa envolvente que mergulha nas origens do Panem, fornecendo um olhar mais profundo sobre a ascensão do Presidente Snow. A introdução de um novo protagonista, Coriolanus Snow, interpretado na trilogia cinematográfica por um convincente e veterano Donald Sutherland, pode ser polarizadora para os fãs da série nesse novo longa.
A transição de um vilão implacável para um jovem ainda moldando seu destino é explorada com nuances, mas alguns podem sentir falta da força e carisma de Katniss Everdeen. A cinematografia capta efetivamente a atmosfera sombria e opressiva do Capitólio, mas em comparação com os filmes anteriores, a ausência do espetáculo e da tensão dos Jogos Vorazes tradicionais pode deixar alguns espectadores ansiando por mais ação e suspense.
É evidente o quanto o longa é fiel ao livro em muitos aspectos, especialmente na exploração do dilema moral enfrentado por Snow. No entanto, algumas adaptações podem causar divisões entre os fãs leais da série, uma vez que vai do quente ao frio até a ascensão de Snow ainda jovem, mas com seu jeito peculiar de lidar com os jogos, tendo esse passado pela arena literalmente nesse filme. Por exemplo, a decisão de suavizar ou justificar certas ações do protagonista pode gerar debates sobre a interpretação da moralidade no universo de Jogos Vorazes.
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Não se pode negar que a personagem Lucy Baird, interpretada pela atriz Rachel Zegler, dá o tom perfeito para a personagem não sendo âncora do protagonista, voz perfeita para as músicas que são tão presentes no livro. Viola Davis nos entrega toda a maldade e frieza da Dra. Volumnia Gaul, até mesmo sua caracterização nos faz, querer ficar longe dela o máximo possível. Peter Dinklage, sem dúvidas, encarnou toda a essência amargurada e nada sutil do Casca Highbottom, sempre com diálogos ferozes e afiados com o seu aluno indesejado Snow. Josh Andres Rivera é a essência de Sejanus Plinth, aquele rebelde sem causas e sem maturidade suficiente para lidar com todas as mudanças que enfrenta vivendo na Capital. E Hunter Schafer vestiu-se bem com Tigris Snow, sempre sendo o cânone da balança dos Snows.
Conclusão
Um elenco equilibrado no seu geral, cortes necessários e bem ajustáveis à trama cinematográfica em relação ao livro, evidenciando a trajetória do Snow antes de toda história já conhecida na trilogia de Jogos Vorazes que teve como protagonista Katniss Everdeen. Em suma, “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é uma adição intrigante ao universo de Jogos Vorazes, com destaque para atuação sólida de Tom Blyth, mas pode dividir opiniões devido às mudanças na perspectiva do protagonista e à abordagem mais sutil dos elementos característicos da série. O filme agradará os leitores e desagradar os espectadores, isso é um fato. Porém, não o torna um filme ruim de origem e sim uma história necessária para completar toda trama que é o universo de Jogos Vorazes.
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes estreia dia 15 de novembro de 2023 nos cinemas brasileiros. O longa conta com direção de Francis Lawrence e roteiro de Suzanne Collings, criadora dos livros, em parceria com Lauren Schuker Blum e Michael Arndt. A produção é assinada por Nina Jacobson, Brad Simpson e Francis Lawrence. A distribuição nacional é da Paris Filmes.
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Jornalista, social media, geek nas horas vagas, cinéfilo por paixão ao mundo cinematográfico, Potterhead. 34 anos e evoluindo. Vivendo esses anos todos em Fortaleza-CE.
Filmes
Crítica | Oppenheimer – Como desmantelar uma Bomba Atômica?
13º filme de Christopher Nolan mostra, de maneira honesta e inflada, a trajetória do responsável pela criação da maior arma da história da humanidade.
Publicado há
1 ano atrásem
20 de julho de 2023Por:
Cleyton KelvinSe você conhece o básico sobre física teórica, ou a história da Segunda Guerra Mundial e a corrida armamentista nuclear, então provavelmente você já ouviu falar de J. Robert Oppenheimer.
Porém, neste ano de 2023, o nome do cientista responsável pela criação da Bomba Atômica se popularizou na internet, ultrapassando ainda mais bolhas e gerações; hoje, o nome de Oppenheimer está atrelado ao nome da boneca mais famosa do mundo, que surgiu alguns anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, quando o físico norte-americano ainda era vivo.
Sim, estou falando de Barbie, e do grande evento da cultura pop chamado “Barbenheimer”, nome dado a esta semana memorável na qual dois dos filmes mais esperados dos últimos anos estreiam no mesmo dia.
Quem diria que o nome dessas duas “figuras” um dia estariam tão atrelados?
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O 13ª filme do famoso diretor Christopher Nolan, vem chamando atenção do público desde o seu anúncio, tanto por ser um filme do aclamado diretor da trilogia de “O Cavaleiro das Trevas” (2005-2012), “A Origem” (2010) e Interestelar (2013), quanto pelos diversos atores populares anunciados no elenco.
Oppenheimer conta a história do físico J. Robert Oppenheimer, responsável por dirigir o Laboratório Los Alamos durante o Projeto Manhattan, que tinha como objetivo a criação da Bomba Atômica.
A trama é construída por meio de uma intercalação de flashbacks da vida do protagonista e cenas de dois julgamentos em tempos diferentes, alternando entre um Oppenheimer no início de sua vida acadêmica, e um já consagrado físico bem abatido, permeando por todo o processo que culminou no momento em que a maior arma de destruição em massa da história da humanidade foi construída e usada – e as consequências disso na política mundial e na vida de seu criador.
O filme é sobre Oppenheimer, o físico teórico norte-americano, considerado o “pai da bomba atômica”, e não sobre as mais de 120 mil vítimas dos atentados de Hisohima e Nagazaki. Sendo assim, o longa não perde tempo tentando dramatizar visualmente o quão cruel e desumano foi este episódio — o público já sabe dessa informação, e o filme entende isso. A história segue mostrando o físico em sua trajetória pessoal e no meio científico, e em como a política interferiu em todo o processo do Projeto Manhattan. Sim, a “ameaça comunista” é bem presente na história de Oppenheimer, por conta de sua simpatia e aproximação da ideologia no passado.
Em alguns pontos o roteiro acerta em cheio, como, por exemplo, em trazer as questões políticas, éticas e morais em torno da ideia — e das consequências — da criação da bomba atômica.
Já em alguns momentos, a trama parece inflada demais ao mostrar momentos da vida de Oppenheimer que não acrescentam muito na história, trazendo algumas cenas bem desnecessárias e até um pouco apelativas.
Cillian Murphy, que ficou muito popular nos últimos anos por seu papel na série Peaky Blinders (2013 – 2022), já havia trabalhado em outros 5 filmes de Christopher Nolan, mas finalmente conseguiu uma história para protagonizar, entregando uma atuação bem admirável como Oppenheimer, a figura central do filme, o que me surpreendeu bastante. O ator consegue construir seu papel de uma maneira bem convincente; um físico franzino na faculdade, um galanteador de mulheres casadas (uma das tramas desnecessárias que parecem ser jogadas gratuitamente), o físico mais respeitado do mundo, tudo ao mesmo tempo, em épocas diferentes.
Como o próprio Nolan disse em uma entrevista, ele criou o filme com o intuito de fazer o público entender o que estava se passando ali através dos olhos de seu personagem-título. Talvez isso seja o motivo de, mais uma vez, o diretor (que também assina o roteiro do filme) ter entregado um roteiro com vários diálogos expositivos, para que, assim, o público se sinta mais imerso na história.
E isso não é um ponto negativo. Filmes baseados em fatos — quase — sempre vão exigir um conhecimento prévio sobre a história que está contando. Assistir Oppenheimer sem conhecer o contexto histórico, social e político da época por trás da trama, pode acabar sendo um desafio para o telespectador. Os diálogos expositivos ajudam a contextualizar seu público, mesmo que às vezes pareçam didáticos demais.
O elenco, composto por diversos nomes famosos, também é extremamente competente. Robert Downey Jr. é um dos destaques, interpretando o oficial da marinha Lewis Strauss; Emily Blunt e Matt Damon também se destacam, dividindo grandes cenas ao lado de Murphy. O elenco também conta com nomes como Florence Pugh (bem desperdiçada aqui, infelizmente), Rami Malek, David Dastmalchian, Jack Quaid, etc.
Com esse elenco gigantesco, espera-se que os atores tenham apenas pequenas participações na história — o que é verdade. Porém, todos têm seus minutinhos em tela. Se você ver um rosto conhecido ali, em uma pontinha pequena, pode ter certeza de que o personagem voltará no futuro em algum momento importante, mesmo que seja curto.
O maior trunfo de Oppenheimer deriva da capacidade de Nolan em construir expectativas, utilizando não apenas os elementos visuais, mas também os sonoros.
O roteiro vai construindo uma narrativa crescente, onde a história vai se encaminhando para a tão aguardada cena que pode ser definida como o clímax do filme (e eu nem preciso dizer qual cena é para que você saiba do que estou falando). O diretor — e roteirista — consegue ir, lentamente, te deixando ansioso, nervoso, quase que com falta de ar, imerso em uma crescente que parece não ter fim, esperando uma cena que parece nunca chegar. O visual e a montagem contribuem muito para isso, mas, é na sonoplastia que o filme explode de criatividade (perdão pelo trocadilho). Os efeitos sonoros — e a ausência deles — aqui têm vida própria e conseguem construir a expectativa de uma maneira bem mais imersiva do que a visual, apesar de se completarem.
Não é à toa que “Dunkirk” (2017), outro filme do diretor Christopher Nolan, ganhou 2 Oscars em categorias ligadas ao som: “Mixagem de Som” e “Efeitos sonoros”.
Os 180 minutos de filme contam bem sua história, mesmo que, em certos momentos, ela seja puxada pelo roteiro para que se prolongue além do necessário. Em certo ponto, por conta da narrativa em uma ordem não cronológica, a sensação é de estar vendo um filme dentro de outro. O longa se sustenta de maneira isolada, mas, novamente: sem o conhecimento prévio sobre história e um pouco de física, você fica perdido em alguns momentos, apesar dos diálogos expositivos tentarem, às vezes, nos trazer para a mente e nos permitir ver através dos olhos de seu protagonista.
Oppenheimer é mais um trabalho incrível do diretor Christopher Nolan, mesmo com o roteiro inflado com coisas desnecessárias. O elenco competente se completa com a parte técnica, que consegue brincar com os nossos sentimentos e sensações através de uma construção quase que meteórica de expectativa através do visual, mas, principalmente, dos sons – e da ausência deles.
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Estudante de Jornalismo, Natural da Lua & Mestre da Dobra d’Água no calor de Fortaleza.
Filmes
Crítica | Barbie: Ela é TUDO e prova que o ROSA move o mundo
Abusando de 50 tons de rosa, imaginação e nostalgia, Greta Gerwig entrega o melhor filme da sua carreira.
Publicado há
1 ano atrásem
19 de julho de 2023ATENÇÃO! Esta crítica conta com alguns spoilers. Fiquem avisados.
Esqueça tudo que você criou de expectativas para assistir ao filme Barbie. A produção da Warner Bros. vai te mostrar algo totalmente diferente. Dirigido pela cineasta Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres, 2019), este longa leva o espectador a experimentar uma série de visões e sentimentos dificilmente encontrados anteriormente ao assistir a um filme sobre um brinquedo. Na verdade, sabemos que a boneca mais famosa do mundo pode até ser TUDO, mas aqui descobrimos que ela pode ser muito mais do que isso. Pelo menos é o que conta a produção estrelada por Margot Robbie (Eu, Tonya, 2017).
A história
Vivendo na Barbilândia, Barbie e suas outras milhares de versões levam uma vida perfeita, regada a muito rosa, refeições de mentirinha, praia, festas e looks invejáveis. Definitivamente, possuem o melhor de tudo, enquanto dividem seu universo com os Kens, que são apenas os Kens.
No entanto, em certo momento tudo começa a mudar para a Barbie Estereotipada, interpretada por Margot. A personagem começa a se deparar com situações desagradáveis, como banho gelado, tombos e o abominável fato de seus calcanhares tocarem o chão.
Aceitando que está com defeito, a boneca da Mattel parte em busca de soluções e se aventura no tão temido e desconfortável mundo real, ao lado do Ken de Ryan Gosling (Blade Runner 2049, 2017).
Barbielândia
No quarto filme de sua carreira, Gerwig coloca em cena muito do que aprendeu com suas obras e personagens fora do padrão aceitos socialmente e apresenta um mundo que leva o público para a sua juventude, onde tudo era fácil, ou pelo menos parecia ser. A criação da Barbilândia, por exemplo, é a clara representação das brincadeiras infantis, onde bonecos se alimentavam de pratos desprovidos de qualquer alimento e não precisavam de chão ou escadas para se locomoverem.
Por se tratar de um filme que fala, antes de tudo, sobre brinquedos, era de esperar os montantes de bom humor que tomam conta da sala de cinema e fazem com que as pessoas assistam à obra com um sorriso no rosto. Mas a grande chave deste ponto se encontra no equilíbrio entre as piadas leves, já que é o filme de uma boneca, e sátiras diretas ao sistema patriarcal na qual se encontram os seres humanos atualmente.
Aliás, críticas certeiras ao machismo junto a questões envolvendo o papel da mulher são figurinhas carimbadas nas obras de Gerwig. Como é possível ver em “Lady Bird – A Hora de Voar” (2017) e “Adoráveis Mulheres” (2019), a diretora não poupa o público quando a ideia é trazer luz à discriminação de gênero.
Sátira ao machismo e misoginia
Em Barbie, isso tudo fica muito evidente quando a personagem principal precisa sair de seu lar, em uma sociedade praticamente dominada por mulheres, e ir para o mundo real, onde os homens são os mandatários, mesmo que tentem disfarçar isso, como é dito no próprio filme. Para envolver questionamentos acerca do assunto no longa-metragem, a diretora utiliza o personagem de Ken, muito bem vivido por Gosling, que esbanja carisma e presença de tela.
Ken fica admirado ao chegar à Califórnia do mundo real e perceber que, neste universo, quem dá as ordens são os homens e seus cavalos. Este que, por sinal, se torna o grande plot da trama, quando o boneco retorna à Barbielândia com a intenção de instaurar uma revolução e dar aos homens o direito de controlar o que bem quiserem.
Mas e a Barbie?
Retornando para o arco de Barbie, a boneca a princípio se vê perdida em um ambiente completamente agressivo e assustador para a sua personalidade inocente. Com a missão de encontrar a sua dona — a garota a qual pertence —, ela passa por situações que vão moldando não apenas a sua visão de mundo, mas também a visão sobre si mesma.
Iludida com a máxima de que as bonecas Barbies foram feitas para melhorar a vida de toda as meninas do mundo, a personagem principal começa a perceber que a sua criação, com a imagem de um ser perfeito esteticamente, com status de inalcançável para a realidade, se tornou ofensiva. Afinal, não são poucas as pessoas que já se culpam por não ter o corpo desenhado e o rosto delicado da boneca.
E é nesse ponto em que o longa-metragem acerta em cheio. Ao perceber que sua dona não é mais uma garotinha de cinco anos, mas sim uma mãe trabalhadora, cercada de problemas e crises existenciais, Barbie passa a questionar sua real função e entende que não há nada de errado em ser comum e enfrentar obstáculos do cotidiano. Muito pelo contrário, após encontrar com sua criadora, Ruth Handler, vivida por Rhea Perlman (Matilda, 1996), ela descobre que a vida que leva não é a mesma que desejava mais.
Depois de se juntar a suas novas amigas, Barbie, mais as milhares de outras versões da boneca, recuperam a Barbilândia da forma mais prática possível: se aproveitando do ego masculino e colocando os Kens, que possuem carência e necessidade de atenção, uns contra os outros.
Mas se engana quem pensa que o filme acaba neste momento. Pegando o público de surpresa, Gerwig reserva os minutos finais do filme para colocar em tela uma conversa profunda da personagem principal com sua criadora, sobre a real função da boneca. Decerto, quem ainda não tinha chorado ao longo do filme, se encontrou com os olhos marejados ao ver os flashbacks tomando conta da tela, reproduzindo as sensações que envolvem o emocional de Barbie.
Trilha sonora e participações especiais
Como se não bastasse, o longa-metragem ainda conta com participações especiais. Uma das mais marcantes, de fato, é a presença do ator John Cena (O Esquadrão Suicida, 2021) aparecendo como Ken sereio e arrancando sorrisos sinceros do público. O personagem até surge em certo momento como par romântico da Barbie sereia, interpretada pela cantora Dua Lipa.
Tocando no assunto da trilha sonora, aliás, esse quesito anda em perfeita harmonia com o desenrolar da história. Utilizada como artifício técnico para enfatizar situações que ocorrem na trama, as músicas apresentadas em Barbie surgem como complemento para o espectador compreender a situação que se passa em tela. Diferente das antigas animações da boneca, onde a cantoria entrava em cena a todo o momento, aqui a dosagem de melodias aparece na medida ideal, liderada pela impactante “Dance The Night”, que levanta o astral do longa.
Pontos Negativos
Em uma escolha de palavras mais adequada, é melhor me referir a este assunto como situações que poderiam ser melhoradas, já que é difícil pontuar algo realmente ruim nesse filme. Uma coisa que pareceu um pouco estranha foi a rápida aceitação da personagem Sasha, garota que na qual Barbie acreditava que era sua dona. A princípio, a jovem possuía forte aversão à imagem da boneca, mas parece ter aceitado muito rápido a presença da personagem principal.
Conclusão
Com o fim do longa, pode-se considerar este como um dos melhores trabalhos da carreira de Greta Gerwig. A reproduzir uma versão nada convencional da boneca mais famosa do mundo, a diretora não só proporciona ao público a oportunidade de se ver em algumas das personagens, como acontece no excelente monólogo da atriz America Ferrera (Ugly Betty, 2006), que vive a personagem Glória, mãe de Sasha, onde a mesma expõe as dores e indignações diárias de ser mulher em um mundo completamente dominado por homens, mas também permite que a Barbie se enxergue como uma pessoa comum.
Em determinado momento do filme, quando a boneca da Mattel se vê sem saída diante de situações completamente conflituosas, é anunciada a criação da sua versão depressiva para vender ao público no mundo real. Ou seja, a boneca criada para ser perfeita, e que foi acusada de atrasar em cerca de 50 anos a luta feminista, finalmente consegue absorver o peso de ser quem ela é.
Dizer que tudo que existe no mundo serve para elevar a presença dos homens é chover no molhado. Portanto, quando uma produção de Hollywood utiliza diálogos, argumentos, elementos gráficos, cor rosa e piadas com brinquedos, para mostrar ao seu público que, sim, é possível questionar essa cultura machista, é sinal de que ele conseguiu cumprir o seu papel social, ao mesmo tempo em que entregou o devido entretenimento aos espectadores de todos os gostos e idades que estavam ansiosos para este grande lançamento.
Nota: 05/05
Veja ao trailer do filme abaixo:
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Filmes
Crítica | The Flash: uma aventura divertida pelo multiverso da DC e muitos deslizes visuais
Longa entrega uma celebração aos quadrinhos com boa ação, nostalgia e efeitos bastantes questionáveis.
Publicado há
1 ano atrásem
26 de junho de 2023Desde o seu anúncio original em 2014, os fãs do The Flash têm aguardado ansiosamente por essa adaptação cinematográfica. No entanto, a jornada para trazê-lo às telonas começou muito antes, remontando aos anos 2000, quando várias ideias foram concebidas, resultando eventualmente na popular série de TV da CW.
Dirigido por Andy Muschietti (IT: A Coisa), The Flash oferece uma divertida e nostálgica viagem pelo multiverso da DC. Com Ezra Miller reprisando o papel de Barry Allen, o filme se baseia em um dos arcos mais icônicos dos quadrinhos, Ponto de Ignição.
A HISTÓRIA
Em The Flash, os mundos colidem quando Barry Allen (Ezra Miller) usa seus superpoderes para viajar no tempo e alterar eventos passados. No entanto, ao tentar salvar sua família, ele acidentalmente muda o futuro, ficando preso em uma realidade ameaçada pelo retorno do General Zod (Michael Shannon). Barry se vê sem super-heróis para ajudá-lo, exceto por uma versão diferente do Batman, que ele precisa convencer a sair da aposentadoria e resgatar um kryptoniano preso. A tarefa de Barry é salvar seu próprio mundo e restaurar o futuro conhecido, mas ele precisa estar disposto a fazer sacrifícios para reconfigurar o universo.
O ROTEIRO
Uma das maiores forças de The Flash reside em seu bom humor. O filme encontra o equilíbrio perfeito entre momentos divertidos e a seriedade necessária para contar uma história coesa. Embora a trama não seja revolucionária, ela entrega uma aventura satisfatória aos fãs do herói, enquanto presta homenagem aos momentos marcantes da DC nas telas e nas telinhas ao longo dos anos. É uma celebração do passado e do presente, com elementos icônicos reintroduzidos de forma envolvente.
Ao contrário dos tons sombrios que caracterizam outros filmes do universo DC, Muschietti opta por uma abordagem visual colorida e dinâmica, que evoca diretamente os quadrinhos. Desde o traje azul icônico do Batman interpretado por Ben Affleck até a paleta de cores nas cenas de ação, The Flash se destaca como uma das adaptações mais fiéis às HQs da DC nos últimos anos. A escolha estética do diretor argentino é acertada, pois traz uma atmosfera divertida e leve ao filme, combinando perfeitamente com a essência do personagem.
EASTER EGGS
Muschietti também explora de forma interessante o conceito de multiverso, abrindo portas para possibilidades futuras no universo cinematográfico da DC. Nesse aspecto, o filme apresenta diversas versões dos heróis da DC, proporcionando aos espectadores momentos de pura nostalgia.
Uma crítica válida é em relação às despedidas dos personagens do Snyderverso. É lamentável que Henry Cavill, o Superman, seja apenas mencionado e não tenha a oportunidade de se despedir de forma mais completa. Por outro lado, Affleck tem a chance de entregar sua melhor atuação como Batman, embora haja uma sensação de que o personagem poderia ter tido um papel mais relevante nesse universo.
– Por que nunca deram o filme a altura do seu Batman, Affleck!?
Apesar disso, Affleck oferece um desempenho sólido e importante para a narrativa.
Quanto às participações especiais, destaca-se a atuação de Michael Keaton, que rouba a cena e se destaca no filme. Keaton demonstra por que muitos o consideram o Batman definitivo, dando a sensação de que ele nunca deixou de interpretar o herói. Sua presença serve como um elo que conecta as duas versões de Barry Allen e a Supergirl, unindo-os para enfrentar a ameaça de Zod.
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NAVEGANDO PELO MULTIVERSO DC
A narrativa pode parecer confusa em alguns momentos, especialmente para aqueles que não estão familiarizados com o conceito de multiverso ou com a história do personagem nos quadrinhos. Além disso, alguns personagens secundários poderiam ter sido melhor desenvolvidos, como a Supergirl de Sasha Calle, que apresenta potencial, mas não recebe uma exploração adequada.
Miller, apesar das controvérsias recentes, oferece sua melhor atuação como Barry Allen. No entanto, é importante mencionar que o Barry jovem interpretado por Miller pode ser irritante com suas piadas em momentos inadequados. No entanto, é nos momentos de drama que o talento do ator se destaca, proporcionando momentos de intensidade e emoção para o público.
The Flash apresenta uma série de falhas que comprometem o que deveria ser seu grande triunfo. Os efeitos visuais deixam muito a desejar, chegando ao ponto de serem constrangedores em algumas cenas. Logo no início, é evidente que o CGI está inacabado, o que imediatamente tira o espectador da imersão no filme. É lamentável que uma produção desse porte não tenha se esforçado para entregar efeitos visuais de alta qualidade.
Um exemplo particularmente decepcionante são as cenas em que Barry corre. Em vez de serem impressionantes e empolgantes, elas acabam sendo estranhas e pouco convincentes. A velocidade do personagem não é transmitida efetivamente, o que resulta até mesmo em uma piada indireta no próprio filme.
Contudo, apesar de suas falhas, The Flash encanta com suas referências nostálgicas. Embora apresente defeitos, é importante ressaltar que a presença marcante de Michael Keaton se destaca como um dos pontos altos do filme que marca um final meio agridoce para o DCEU, sem nos preparar para o que podemos esperar da era James Gunn na DC.
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Diretor de Logan fala sobre retorno do Hugh Jackman como Wolverine em Deadpool 3
“Estou empolgado por ele ter a chance de brincar com isso novamente”, disse o diretor.
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2 anos atrásem
21 de abril de 2023Por:
Damásio NetoEm entrevista para a imprensa sobre Indiana Jones e o Disco do Destino, o diretor do filme, James Mangold, foi questionado sobre o que achava de Deadpool 3. O motivo? Mangold dirigiu Wolverine e Logan, que encerraram a jornada de Hugh Jackman como o Carcajú da Marvel depois de 20 anos e 9 filmes.
Jackman anunciou seu retorno ao papel de Wolverine em setembro, confirmando que se juntará a Ryan Reynolds em Deadpool 3, com lançamento previsto para a primavera americana de 2024. O ator tem se exercitado muito nos últimos dias, mostrando a todo mundo que está se preparando para mais uma vez “só mais uma vez”, depois de ter morrido na última “só mais uma vez” em que interpretou o personagem.
Durante uma entrevista com a Entertainment Tonight, Mangold disse estar “empolgado” em ver Jackman de volta ao papel. Ele reconheceu que, não importa o quão bom ou bem-recebido seja o filme, você não é dono desses personagens.
“Estou empolgado por ele ter a chance de brincar com isso novamente”, disse Mangold para Ash Crossan da ET durante a Star Wars Celebration 2023 em Londres, Inglaterra. Ele acrescentou: “De uma forma ou de outra, eu sabia que ‘Logan’ não seria a última vez que veríamos um filme do Wolverine. Tivemos nossa chance de fazer este filme e estou realmente comovido com o quanto aquela imagem vive na memória das pessoas. Você não pode colocar um moratória nos personagens.”
Reynolds e Jackman estiveram juntos anteriormente em X-Men Origens: Wolverine, mas o filme é tão ruim, mas tão ruim, que até hoje é criticado e com frequência ridicularizado por Reynolds, a ponto de a cena pós-créditos de Deadpool 2 mostrar Wade Wilson voltando no tempo para impedir que isso aconteça novamente. As histórias desses filmes da Marvel não tornaram fácil para Jackman e Reynolds interpretarem Wolverine e Deadpool juntos.
A jornada de Jackman como personagem dos X-Men parecia ter chegado ao fim definitivo em Logan. Porém, com filmes como ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ e a mitologia apresentada na série Loki da Marvel, tudo é possível agora com o multiverso apresentado, e versões variantes de Wolverine podem estar por aí em algum lugar. Também há a realidade de que Logan aconteceu em um tempo que ainda é futuro, então o Logan original poderia aparecer, mais jovem e significativamente menos morto.
Deadpool 3 será dirigido por Shawn Levy, o mesmo de Free Guy e The Adam Project, com um roteiro escrito por Wendy Molyneaux e Lizzie Molyneaux-Loeglin, de Bob’s Burgers. Os escritores de Deadpool e Deadpool 2, Rhett Reese e Paul Wernick, que devem retornar para contribuir com o roteiro.
++Veja também:
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Nerd old school, desenhista, ilustrador, publicitário, editor, locutor, quase artista e estudante anarquista. Viciado em quadrinhos, cinema e séries. Pai solteiro e na pista. Esse menino num faz nada…
Filmes
Crítica | Maior e mais divertido; Shazam! Fúria dos Deuses é um dos melhores filmes de supergrupo da DC
Sequência consegue segurar bem a coexistência do humor e do drama, mas peca no roteiro do terceiro ato genérico.
Publicado há
2 anos atrásem
16 de março de 2023Após quatro anos do lançamento de Shazam!, a aguardada sequencia da DC finalmente chega aos cinemas em um momento de importante transição dentro do DCU, e por mais que já possamos ver algo da nova gestão dentro do DNA do longa, o filme não carrega um grande peso nas costas, algo que The Flash, próximo filme da casa do Superman e companhia terá de suportar.
No todo mais, Shazam! 2 tem uma missão única, mostrar aos novos co-CEOs da DC Studios James Gunn e Peter Safran, que seu universo ainda tem gás para continuar na nova DC.
A HISTÓRIA
O filme se passa dois anos após os acontecimentos do primeiro filme, sendo mais uma vez situado na cidade de Filadelfia, famosa cidade do eterno Rock Balboa. Neste ponto da história, vemos Billy Baston (Asher Angel) /Shazam (Zachary Lev) e seus irmãos de criação tendo que lidar com os desafios da (agora) adolescência e de serem super-heróis.
Todos continuam em suas missões de proteger sua cidade natal dos crimes diários da metrópole, embora as autoridades locais não os valorizem muito devido aos vários casos chamados pejorativamente de “Fiascos da Filadelfia”, por acabarem levando a culpa pelos inúmeros estragos causados pelo grupo a cidade.
Além de toda essa “má fama”, Billy tenta constantemente manter seus irmãos unidos, por medo de que algo ruim aconteça a eles, mas com a chegada da vida adulta se aproximando pela frente, os interesses de todos começam a se tornarem divergentes.
FILME
Shazam! Fúria dos Deuses é sem dúvida alguma um dos mais divertidos filmes da DC (até mais que o primeiro, diga-se de passagem), que conta também com uma dose de ousadia em seu escopo e consegue navegar com mais fluidez entre a comédia e o drama do que o seu antecessor. Tanto que seus dois primeiros atos são deliciosos de acompanhar, muito por conta da Família Shazam, que nesse novo longa tem suas relações melhores desenvolvidas, lembrando bastante das interações que vemos nos quadrinhos.
Entretanto, como nem tudo são flores, alguns raios estão pelo caminho – pegou a referência? – e acertam em cheio seu terceiro ato. Diferente do final grupal do primeiro filme, aqui o enfoque fica totalmente em Shazam! É compreensível que eles façam isso, levando em consideração que o nome dele está na porta de entrada do filme, mas é perceptível que a trama cresceria muito mais se a Família Shazam tivesse tido mais tempo de tela.
Tal decisão, torna o embate final arrastado e um pouco cansativo de acompanhar, dando foco mais para o show de CGI em tela do que de fato para a história. E por falar dos efeitos visuais, nesse ponto o filme está de parabéns. Toda a parte gráfica de Shazam 2 tem um aperfeiçoamento notável em relação ao primeiro: das lutas com um dragão as hordas de monstros, tudo é feito para encher nossos olhos.
DIREÇÃO E ROTEIRO
A direção de David F. Sandberg aqui tem mais acertos do que erros. Pecando mais nas cenas de ação e sendo mais feliz nos momentos mais cômicos e dramáticos do filme.
Diferente do primeiro filme, cujo inspirações ele trouxe de Quero Ser Grande, Superman – O Filme, Conta Comigo, nessa sequencia ela busca trazer mais originalidade a trama, ainda que flerte um pouco com a franquia Velozes e Furiosos em certos aspectos – talvez pela forma de paródia por terem em seu elenco Helen Mirren, que já atuou nos filmes dos carros tunados. Mas nada que se possa comparar o termo “Família” desses dois universos, pois cada um tem suas distinções particulares.
Henry Gayden e Chris Morgan trazem um roteiro que funciona bem no humor e nos momentos mais dramáticos do filme, mas que de modo geral o torna mais do mesmo, principalmente do meio para o final.
FAMÍLIA SHAZAM
Como já citei acima, a menina dos olhos de Shazam é sem dúvida a Família Shazam. Definitivamente eles são o ponto alto da trama, e vê-los reunidos e em ação é trazer de volta as lembranças dos quadrinhos para a telona. Poder assisti-los junto ao Mago Shazam (Djimon Hounsou) é uma experiencia pra lá de divertida, pois cada um em sua individualidade são carismáticos, além de possuírem visuais belíssimos.
VILÂS
Indo para o lado vilanesco da história, as três vilãs principais não são nenhum pouco memoráveis, apesar de cumprirem seus papeis de acordo com o que o filme propõe. Por mais que Mirren e Lucy Liu sejam excelentes atrizes, suas participações não são bem aproveitadas, tornando-as vilãs bem superficiais, sem muito pano de fundo para termos empatia. Já Rachel Zegler, apesar de não ser inteiramente má, flertando mais com o lado anti-heroico, consegue ser um pouco mais interessante, por mais que suas cenas pareçam de certo modo picotadas em muitos pontos da trama.
CONEXÃO COM O DC UNIVERSE
Se você está preocupado que Shazam 2 seja um filme fechado, meio sem conexão com outros personagens ou filmes desse universo, pode ficar tranquilo. Apesar de sua história ser redonda, elas estão lá para a alegria dos fãs dcnautas.
CONCLUSÃO
Shazam! Fúria dos Deuses não reinventa a roda da DC, mas consegue se destacar em relação ao filme anterior, tornando-se mais divertido, amplia a mitologia mágica da DC, além de trazer de volta as telonas esses personagens tão queridos de se acompanhar. Ainda não é certo dizer se essa sequência fará mais sucesso que o primeiro filme, mas posso garantir que este vale muito o ingresso, consagrando-o para o Hall dos melhores filmes de supergrupo da DC Comics.
Obs.: O filme tem duas participações muito legais, uma super perceptível e uma outra que só quem é muito fã do personagem pode pegar. Além disso, o longa conta com duas cenas pós-créditos.
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Filmes
Oscar 2023 | Tudo em Todo o Lugar lidera com 11 indicações a estatueta; confira lista
Neste ano, a 95° edição do Oscar acontece em 12 de março.
Publicado há
2 anos atrásem
24 de janeiro de 2023Nesta terça-feira (24) a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou seus indicados a 95° edição do Oscar. Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo lidera a lista com na menos que 11 indicações a estatueta, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção, para os Daniels e Melhor Atriz para Michelle Yeoh.
Confira abaixo a lista completa:
MELHOR FILME
- Nada de Novo no Front
- Avatar: O Caminho da Água
- Os Banshees de Inisherin
- Elvis
- Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
- Os Fabelmans
- Tár
- Top Gun: Maverick
- Triângulo da Tristeza
- Entre Mulheres
MELHOR DIREÇÃO
- Martin McDonagh, por Os Banshees de Inisherin
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
- Steven Spielberg, por Os Fabelmans
- Todd Field, por Tár
- Rubem Östlund, por Triângulo da Tristeza
MELHOR ATOR
- Austin Butler, por Elvis
- Colin Farrell, por Os Banshees de Inisherin
- Brendan Fraser, por A Baleia
- Paul Mescal, por Aftersun
- Bill Nighy, por Living
MELHOR ATRIZ
- Cate Blanchett, por Tár
- Ana de Armas, por Blonde
- Andrea Riseborough, por To Leslie
- Michelle Williams, por Os Fabelmans
- Michelle Yeoh, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Brendan Gleeson, por Os Banshees de Inishering
- Brian Tyree Henry, em Causeway
- Judd Hirsch, em Os Fabelmans
- Berry Keoghan, por Os Banshees de Inisherin
- Ke Huy Quan, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
- Angela Bassett, por Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
- Hong Chau, por A Baleia
- Kerry Condon, por Os Banshees of Inisherin
- Jamie Lee Curtis, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
- Stephanie Hsu, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Martin McDonagh, por Os Banshees de Inisherin
- Daniel Kwan & Daniel Scheinert, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
- Steven Spielberg & Tony Kushner, por Os Fabelmans
- Todd Field, por Tár
- Ruben Östlund, por Triângulo da Tristeza
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Edward Berger, Lesley Paterson & Ian Stokell, por Nada de Novo no Front
- Rian Johnson, por Glass Onion: Um Mistério Knives Out
- Kazuo Ishiguro, por Living
- Ehren Kruger, Eric Warren Singer & Christopher McQuarrie, por Top Gun: Maverick
- Sarah Polley, por Entre Mulheres
MELHOR FOTOGRAFIA
- James Friend, por Nada de Novo no Front
- Darius Khondji, por Bardo: Falsa Crônica de Algumas Verdades
- Mandy Walker, por Elvis
- Roger Deakins, por Império da Luz
- Florian Hoffmeister, por Tár
MELHOR TRILHA SONORA
- Volker Bertelmann, por Nada de Novo no Front
- Justin Hurwitz, por Babilônia
- Carter Burwell, por Os Banshees de Inisherin
- Son Lux, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
- John Williams, por Os Fabelmans
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- Sofia Carson – “Applause” (de Tell it Like a Woman)
- Lady Gaga – “Hold My Hand” (de Top Gun: Maverick)
- Rihanna – “Lift Me Up” (de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre)
- “Naatu Naatu” (de RRR)
- Son Lux – “This is a Life” (de Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo)
MELHOR EDIÇÃO
- Mikkel E.G. Nielsen, por Os Banshees de Inisherin
- Matt Villa & Jonathan Redmond, por Elvis
- Paul Rogers, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
- Monika Willi, por Tár
- Eddie Hamilton, por Top Gun: Maverick
MELHOR FIGURINO
- Mary Zophres, por Babilônia
- Ruth E. Carter, por Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
- Catherine Martin, por Elvis
- Shirley Kurata, por Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
- Jenny Beavan, por Sra. Harris Vai a Paris
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
- Nada de Novo no Front
- Avatar: O Caminho da Água
- Babilônia
- Elvis
- Os Fabelmans
MELHOR CABELO & MAQUIAGEM
- Nada de Novo no Front
- Batman
- Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
- Elvis
- A Baleia
MELHOR SOM
- Nada de Novo no Front
- Avatar: O Caminho da Água
- Batman
- Elvis
- Top Gun: Maverick
MELHORES EFEITOS VISUAIS
- Nada de Novo no Front
- Avatar: O Caminho da Água
- Batman
- Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
- Top Gun: Maverick
MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA METRAGEM
- Pinóquio de Guillermo Del Toro
- Marcel the Shell with Shoes On
- Gato de Botas 2: O Último Pedido
- A Fera do Mar
- Red – Crescer é uma Fera
MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA METRAGEM
- The Boy, the Mole, the Fox and the Horse
- The Flying Sailor
- Ice Merchants
- My Year of Dicks
- An Ostrich Told Me the World is Fake and I Think I Believe It
MELHOR CURTA METRAGEM EM LIVE-ACTION
- An Irish Goodbye
- Ivalu
- Le Pupille
- Night Ride
- The Red Suitcase
MELHOR FILME INTERNACIONAL
- Nada de Novo no Front (Alemanha)
- Argentina, 1985 (Argentina)
- Close (Bélgica)
- EO (Polônia)
- The Quiet Girl (Irlanda)
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM LONGA METRAGEM
- All That Breathes
- All The Beauty and the Bloodshed
- Fire of Love
- A House Made of Splinters
- Navalny
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA METRAGEM
- The Elephant Whisperers
- Haulout
- How do You Measure a Year?
- The Martha Mitchell Effect
- Stranger at the Gate
Nada de Novo no Front, filme alemão lançado pela Netflix, acabou surpreendendo ao faturar nove indicações (incluindo Melhor Filme). Empatado com ele Os Banshees de Inisherin também foi lembrado nove vezes pela Academia.
Enquanto isso, Elvis levou oito indicações, e Os Fabelmans apareceu com sete. Os vencedores do Oscar 2023 serão revelados em cerimônia que acontece em 12 de março.
++Veja também:
– Wandinha | Série expande o universo de A Família Addams, trazendo uma nova e empolgante perspectiva a estes personagens.
– Crítica | Pinóquio de Guillermo Del Toro traz a essência e originalidade do clássico conto de Carlos Collodi
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Filmes
M3GAN | Filme da mais nova boneca assassina do cinema traz terror cômico e crítica social sobre a tecnologia
Divertido e absurdo, grande trunfo da comédia de horror é estabelecer um novo ícone do cinema.
Publicado há
2 anos atrásem
20 de janeiro de 2023É fato que filmes sobre bonecos assassinos se tornaram quase um subgênero do terror. Podemos citar como exemplo Chucky em “Brinquedo Assassino” (1988) e suas continuações e refilmagens, bem como “Annabelle” (2014). Produções como essas se tornaram extremamente populares na última década. E juntando-se ao grupo de brinquedos assassinos, somos apresentados a Megan, novo projeto da Blumhouse, com história de Akela Cooper e James Wan, criador de “Invocação do Mal” (2013) e “Jogos Mortais” (2004).
A HISTÓRIA
O longa acompanha a pequena Cady (Violet McGraw) que, após perder os pais em um terrível acidente de carro, vai morar com a sua tia Gemma (Allison Williams), uma brilhante roboticista de uma empresa de brinquedos. Ao ver sua vida mudar radicalmente com a chegada da sobrinha, além de não saber como lidar e cuidar de uma criança, Gemma tenta se aproximar e fazer as coisas darem certo, mas sem muito sucesso. No trabalho, ela foca arduamente em criar um brinquedo que supere todas as expectativas, surpreenda, faça sucesso unânime no mercado e ultrapasse a concorrência. Com a presença de Cady, ela consegue desenvolver Megan, uma boneca realista com inteligência artificial capaz de ser a maior e melhor companheira de uma criança e aliada dos pais. No entanto, ao colocar o protótipo para ajudar a cuidar de Cady, a boneca cria uma conexão forte com a menina e passa a tomar decisões sinistras, além de apresentar erros graves no sistema.
TERROR PRA QUEM NÃO CURTE TERROR
O roteiro de Cooper, já conhecida por “Maligno” (2021), decidiu fugir do terror comum que é usado nesse tipo de filme. Cooper optou por investir em cenas de suspense, com drama e alguns momentos de humor, parecendo mais um “terrir”. Por isso. Se você estiver esperando por um filme de terror com vários jump scares e momentos de alta tensão, coloque o freio nesta expectativa, pois a proposta não é bem essa.
De fato, o horror existe, mas é implementado na crítica que se quer passar, juntamente com os poucos sustos e a vibe sinistra da boneca. Isso se mistura à enorme atmosfera cômica que se cria, em que o espectador dá boas risadas com o estilo, a ironia e o sarcasmo de Megan que se mistura com o seu lado medonho e intrigante, resultando em cenas de tensão e medo. É o famoso “estou rindo, mas é de nervoso”.
TECNOLOGIA NEM SEMPRE CONVÉM
A dinâmica de Megan e Cady é fofa, na qual uma inteligência artificial capta todos os sentimentos, expressões e ações da garota e trabalha para tornar a ambientação e o convívio melhores, porém, à medida que a narrativa desenvolve esta amizade entre boneca e garota, o longa apresenta o horror ao criticar o uso excessivo da tecnologia e como esses gadgets ultra inteligentes são capazes de substituir uma pessoa e interferir negativamente nas relações interpessoais.
DIREÇÃO E ELENCO
A direção de Gerard Johnstone é eficiente ao que o filme se propõe, trazendo personalidade a boneca, o que só a fez cair no gosto do grande público. Sua sagacidade em trazer uma atriz mirim de verdade para dar vida a Megan é um dos pontos fortes da trama. Allison Williams, já conhecida pelo ótimo “Corra” (2017) e Violet McGraw também brilham aqui, construindo muito bem a jornada de convivência entre Tia e sobrinha durante o filme.
VEREDITO
Megan é um suspense que mistura horror e comédia de forma equilibrada, discute sobre o excesso da tecnologia na rotina de uma pessoa e como tal uso pode interferir nas relações interpessoais a partir de uma boneca doce e sinistra que julga e pode atacar de acordo com suas conclusões sobre o que pode ser uma ameaça.
É um filme esquisito e divertido cujas combinações tanto dos elementos cômicos e de horror quanto dos diálogos afiados, sarcásticos e até bregas resultam em um bom filme pipoca.
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