Transformers ganha um renovo em nova animação.
Transformers: War for Cybertron chegou. A mais nova série animada baseada na franquia de personagens criada nos anos 1980 surgiu graças à parceria entre a Hasbro, dona dos personagens e uma gigante mundial de brinquedos junto com a Netflix. Teremos uma trilogia de séries animadas e “O Cerco”, a primeira parte, já está disponível e nós do Multiversos já assistimos os seis episódios que compõem essa fase inicial.
Pode ficar tranquilo, que não haverão SPOILERS no texto.
Planeta Cybertron. O lar dos Transformers é palco dos momentos finais da luta entre os regentes locais, os Deceptcons, contra a agora debilitada resistência dos Autobots. Megatron, atual regente de Cybertron, segue em busca da prisão de seu opositor, Optimus Prime, para assim acabar com a guerra em definitivo, até a confirmação de uma antiga lenda mostrar-se a cartada decisiva que ambos lados precisam para acabar de vez com o conflito.
Os produtores e escritores F.J. DeSanto e George Krstic, juntos com o diretor Takashi Kamei, decidiram acertadamente mostrar o período da guerra entra os Autobots contra os Decepticons em seu planeta natal, assim evidenciando a renovação da franquia na mídia em geral. Contar esse momento se mostrou muito interessante por que ajuda a criar laços com os que estão chegando agora e, assim como foi no filme do Bumblebee, e também trazer de volta os fãs mais velhos e de longa data.
O tom utilizado nessa nova trilogia é mais centrado e mais focado na guerra e no drama. Desde o primeiro momento, toda a narrativa que move a trama traz um misto de dor, revolta, desespero e raiva, juntamente com retratos ambíguos de seus personagens principais, porque acertadamente o roteiro mostra que ambos os lados acreditam estar fazendo a coisa certa. Isso retira muito de um maniqueísmo e humor bobo que os Transformers possuíam em suas outras versões animadas, e até mesmo cinematográficas.
Megatron trouxe a revolta contra uma sociedade de Cybertron que ele achava errada, e não mede esforços para conseguir o seu objetivo. Optimus Prime, no entanto, entende que uma nova sociedade baseada no controle rígido e no medo é uma sociedade sem liberdade, e percebe que lutar contra isso se faz necessário, mesmo que haja momentos que o levem a duvidar. A partir desses fortes pontos de vista antagônicos, diversos personagens clássicos são construídos até chegarem nas suas versões mais conhecidas.
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A série também se preocupa em construir todo o cenário de Cybertron, e mostrar que havia uma grande beleza antes da guerra, mas que essa estabilidade tinha um custo. Os personagens são muito bem construídos e seus dramas palpáveis e aqui, o clima de tensão e morte é palpável e, sim, há baixas de guerra e isso nunca é aliviado ou escondido e você acaba sentindo isso.
Nos quesitos técnicos, a animação conseguiu traduzir muito bem um mundo devastado pela guerra, criando ambientes sempre sujos e destruídos. É importante salientar como o bom uso de estruturas grandiosas, sejam usando verticalidade e horizontalidade, reforçam como a Cybertron pré-guerra era ambiciosa e orgulhosa. Todos os cenário e as latarias dos Transformers estão muito bem representadas, com uma excelente textura de desagaste e metal arranhando e tratado, nunca mostrando preguiçosas texturas de metal reluzente, que não combinariam com o clima de devastação da série.
Também é bastante gratificante ouvir os clássicos sons de transformação dos robôs. No campo dos atores, as atuações são muito boas. Porém, é inegável que não ouvir a clássica voz do Peter Cullen fez falta aqui. Pra completar, a trilha sonora de Alexander Bornstein trouxe sintetizadores e muita música eletrônica, reforçando o clima 80s na série.
Transformers: War for Cybertron é um retorno ao básico dentro da franquia animada. Apostando num clima mais centrado e dramático, a obra acerta em dar peso ao momento inicial desses personagens e, assim, fugir das catastróficas versões dos cinemas, buscando agradar os fãs antigos e angariar novos fãs para a franquia… e vender mais bonequinhos legais no processo. (Manda uns pra nós, Dona Hasbro!)
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