Salve, amigos e amigas que acompanham o Multiversos.
Finalmente, Liga da Justiça chegou aos cinemas. Você já deve ter conferido a nossa crítica e se caso ainda não tenha feito, leia AQUI.
O texto a seguir contém Spoilers. Leia por sua conta e risco.
Bem, para chegarmos até este ponto, o inicio da Liga da Justiça, é necessário que tenhamos alguns pontos importantes a serem estabelecidos.
O UDC começa com o Homem de Aço
Esse é o marco inicial do UDC dos cinemas e ainda o continua sendo. Batman V Superman, Esquadrão Suicida e Mulher-Maravilha ainda são parte desse caminho até Liga da Justiça e, em diversos momentos, os filmes são citados dentro da trama. Bruce está carregando a culpa da morte de Clark. Diana ainda está aprendendo a voltar a acreditar na humanidade devido ao seu longo afastamento, e também a lidar com a saudade de Steve Trevor, que ainda é o seu referencial no mundo fora de Themyscira.
A visão pessimista de mundo
Um ponto que sempre foi criticado é a visão pessimista e quase cínica construída pelos filmes anteriores. O Homem de Aço constrói o Superman nesse viés mais carregado de uma visão agravada de mundo e esse peso ficou maior em Batman V Superman, onde o tom amargurado e destituído de esperança agravou tudo. Esquadrão Suicida ficou na esquizofrenia de nunca se assumir entre o engraçado e o sacana, e Mulher-Maravilha deu os primeiros passos rumo ao caminho mais iluminado do heroísmo.
As obras anteriores à Liga não foram e nem devem ser desconsideradas. Sim, houveram mais erros que acertos e esses problemas não foram esquecidos e levaram aos acertos que vieram. Taís como:
Construa os personagens
Nesse quesito, o roteiro escrito por Zack Snyder, Chris Terrio e Joss Wheddon, demonstrou o ponto principal e maior acerto do filme. Bruce e Diana, com seus traumas e buscas, movem a trama e, com isso, entram os novatos. O Arthur em seu lugar como o rebelde, longe de Atlântida por escolha em fugir de sua responsabilidade. O Barry sendo o errante em sua eterna busca de redenção pelo seu pai e o Victor, que se sente o monstro devido ao acidente com a Caixa Materna e se isola por isso e culpa o pai pelo acidente. Os personagens estão quebrados e construindo os laços entre si vão se reconstruindo. É legal ver como o Barry se dá bem com o Victor e que ambos são ainda jovens nesse mundo louco de seres com dons. Bruce e o Arthur se relacionam num misto de bravata e desafio. Arthur e Diana por antigos laços. Todos esses laços sendo juntados pelo sentimento maior do Bruce e da Diana em honrar o Superman. O clima sombrio e triste que o mundo se encontra sem o Superman é bem mostrado e dá o tom no começo do filme. Com esse mote os novatos são motivados a seguir em frente nessa luta, mesclando a isso suas motivações pessoais. Nesse meio, os coadjuvantes são bem utilizados. Lois, Martha, Alfred, Hipollita, Mera, Henry Allen, Comissário Gordon e Silas Stone. Todos mostrando que esses super-seres possuem vidas além dos confrontos e ajudando a torná-los seres tridimensionais.
Um desafio à altura
Por mais que muitos reclamem, o Steppenwolf (ou Lobo das Estepes na tradução utilizada) é um vilão na medida certa para uma Liga da Justiça em formação. Steppenwolf é mostrado como um conquistador de mundos a mando de alguém maior, como um batedor, e que constrói seus exércitos de Parademônios com os espólios dos lugares onde passa, e usa Caixas Maternas para sugar a energia dos mundos conquistados. Aqui esse universo se expande, trazendo laços entre os humanos, Atlantes, Amazonas e até Lanternas Verdes, mesmo sendo num passado remoto. Um vilão de médio porte se mostrou bem utilizado, porque gerou uma ameaça global e deixou vilões maiores, como o Darkseid, para futuros filmes.
Um Superman para à todos inspirar
Por último, o maior problema que esse universo possuía: o Superman era um ser derrotado. Ainda imaturo e inseguro em Homem de Aço e vilanizado ao ponto de sua morte ter sido pífia em Batman V Superman, mas que gerou uma comoção e tornou-se a força que move o filme. Com isso em mente, a trama avança levando o Superman/Clark da inspiração a seu retorno e construindo o personagem em sua representação icônica, de um herói que inspira à todos por fazer a coisa certa, como durante a luta final, ele ouve civis e parte para salvá-los, ao mesmo tempo em que ele também é mostrado como uma força da natureza, simplesmente destroçando os outros membros da Liga e mostrando que o seu melhor é o seu lado humano, quando ele se encontra com a Lois e a Martha.
O futuro é brilhante, colorido e aberto
Ao final, o filme encerra o ciclo anterior e começa uma nova era. Um momento onde os personagens estão mais próximos de suas encarnações clássicas. Um Batman menos amargurado, reconstruindo a Mansão Wayne. Uma Mulher-Maravilha que age às claras. O Flash evoluindo como herói e pessoa. Cyborg se aceitando e também evoluindo. Aquaman voltando para Atlântida para assumir as suas responsabilidades e, o mais importante: O Superman estabelecido como norte moral e ético. Eele finalmente faz juz ao seu papel de maior herói desse universo.
Liga da Justiça é a reconstrução desse universo para algo mais próximo de sua essência. Colorido, aventuresco, mostrando os novos e muitos caminhos que esses personagens podem seguir em frente e principalmente, voltando a ser heroico e inspirador.
Ah! Os vilões também estão nesse novo mundo… se organizando.
Liga da Justiça está em cartaz nos cinemas.

Nascido em Fortaleza, trabalha profissionalmente com quadrinhos e ilustração desde 2005, quando começou a vender seus trabalhos pela Internet em sites de vendas como o E-Bay. Trabalhou para editoras norte-americanas, ministrou aulas de desenho e quadrinhos, e vem participando de diversos eventos nos Artists’ Alleys e em painéis sobre cultura pop, quadrinhos e artigos/notícias para o site do Dínamo Studios, do artista Daniel HDR.
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