Homem-Aranha: Longe de Casa | Crítica (Sem Spoilers) - Multiversos
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Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), dirigido por Jon Watts, com roteiro de Chris Mackenna e Erik Sommers, é a última obra da Fase 3 do Marvel Studios, que iniciou esse momento em Capitão América: Guerra Civil (2016), e agora chega ao seu epílogo não somente da fase atual, mas também de toda a Saga do Infinito, começada 11 anos atrás, com o primeiro filme do Homem de Ferro (2008).

Após os eventos de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato, Peter Parker (Tom Holland) precisa seguir em frente. Com a chegada das férias, Peter e seus amigos embarcam para uma viagem pela Europa, ao mesmo tempo em que ele precisa decidir se ajuda o Nick Fury (Samuel L. Jackson) e ao novo e enigmático Mysterio (Jake Gyllenhaal) na luta contra seres elementais gigantes.

A maior força do filme está no seu elenco principal. Tom Holland, em sua quinta interpretação do personagem, e já faz o papel do Peter Parker com alma e segurança, entendendo como os fatos ocorridos nos filmes anteriores afetam o protagonista e todos os anseios e dúvidas que o Peter carrega dentro de si. Zendaya usa bem o tom irônico e jocoso mesclado com a inteligência da MJ, justamente pra esconder uma garota tímida e adorável quando decide baixar a guarda. Sendo o melhor em tela, Jake Gyllenhaal encarna tudo e mais um pouco do que esperávamos de Quentin Beck. O seu Mysterio sabe bem os momentos de ser enigmático e de ser um cara legal. Todo o elenco de apoio cumpre suas funções.

O roteiro de Chris Macknna e Erik Sommers apresenta o filme inicialmente em uma escala micro, com Peter se preocupando com as férias chegando ao mesmo tempo sentindo a ausência dos Vingadores, em especial o seu patrono, Tony Stark, e gradativamente, vai aumentando o texto para uma escala macro, trazendo desafios cada vez maiores, sem nunca esquecer os dramas pessoais do Peter, fazendo essa jornada ter sentimento e alma.

As cenas de ação são claras e precisas. A fotografia de Matthew J. Loyd, somada à edição de Leigh Boyd e Dan Lebenthal, não erram em mostrar um Homem-Aranha ágil, atlético e heroico e suas cenas. Os efeitos especiais são bem conduzidos, por saberem usar muito bem os monstros e em momentos complexos da história e a trilha sonora de Michael Guiacchino é certeira.

De negativo, a direção de Jon Watts continua sendo burocrática e simplória. Ele não erra, assim como outros diretores como Peyton Reed (Homem-Formiga) ou a dupla Anna Boden e Ryan Fleck (Capitã Marvel), mas também não acrescenta em nada a experiência cinematográfica, deixando claro o trabalho de comitê que certas obras do Marvel Studio ainda possuem. O outro problema está no campo dos spoilers, mas é um ponto que me incomodou em um nível pessoal, como fã do Aranha.

Homem-Aranha: Longe de Casa é diversão garantida. Bem conduzido e bem encaixado no quebra-cabeça gigante que é o Universo Cinematográfico da Marvel, a obra diverte bem e encerra de forma competente essa fase do estúdio.

PS.: Há duas cenas pós-créditos. Ambas são importantes. Não saia da cadeira!

Homem-Aranha: Longe de Casa
  • Direção
  • Roteiro
  • Fotografia
  • Elenco
3.9

Resumo

Homem-Aranha: Longe de Casa é diversão garantida. Bem conduzido e bem encaixado no quebra-cabeça gigante que é o Universo Cinematográfico da Marvel, a obra diverte bem e encerra de forma competente essa fase do estúdio.

Filmes

Crítica | “Superman” é puro coração — mas não voa tão alto quanto poderia

O novo Superman de James Gunn é carismático, divertido e esperançoso. Mas será que isso basta pra dar o pontapé que o novo universo da DC merece?

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Superman chega aos cinemas no próximo dia 10 de julho com uma clara missão: ser o pontapé inicial “real” do recém inaugurado DC Studios. Digo “real” pois temos já O Pacificador e Comando das Criaturas no Max, streaming da Warner, mas, convenhamos, este novo universo DC nasce, de verdade, agora.

Dirigido por James Gunn, responsável pelo sucesso de todos os filmes dos Guardiões da Galáxia da Marvel, Superman aposta nos mesmos pontos que foram sucesso no supergrupo espacial de sua rival: roteiro simples e objetivo, um romance e suas complicações, e humor simples… e bobo… em excesso, por vezes.

Superman começa acertando em cheio: nada de te recontar a mesma história de sempre, você SABE quem é o Superman; o cara com cueca vermelha sobre a calça que veio do espaço e todo o mais. Gunn sabe a força da marca que tem em mãos e não subestima o seu público. O Superman deste universo não precisa ser mostrado vindo à Terra, saindo de uma Krypton em processo de destruição. Não. Aqui temos uma apresentação prática e funcional. Uma retrospectiva que, em 1 minuto, coloca o expectador a par de tudo o que precisa para entender o que virá a seguir.

OS primeiros 40-50 minutos do filme são, na minha opinião, o maior acerto do longa. Neles vemos a apresentação do seu núcleo principal com David Corenswet entregando uma ótima apresentação do seu altruística e extremamente preocupado Superman (sério, este Super, durante uma luta contra uma criatura colossal se preocupa em salvar um esquilo… um esquilo! É muito cuidado com o ambiental! Rogerinho do Ingá aprova, com certeza!). O que está, mais uma vez, corretíssimo! Além disso, Corenswet nos entrega um Clark Kent que, desde Reeve, não víamos. Alguém que, talvez, nos passasse despercebido ao ponto de não vermos o Superman nele.

Temos também Lois Lane (Rachel Brosnahan) com seu tino jornalístico excelente e apurado, e um Jimmy Olsen (Skyler Gisondo) que parece saído da página de uma HQ de tão perfeito.

A interação do par Clark e Lois, que já foi um pouco apresentada nos trailers, quando vista completa, no dá todo o parâmetro das visões distintas de mundo dos personagens. Ele é otimista, olha para os outros com misericórdia, age pois entende que alguém precisa fazê-lo. Ela, cínica; não necessariamente com ele, mas com o mundo. Entende que, talvez, nem tudo possa, ou deva, ser resolvido pelo Superman. Não do seu jeito “simples”. Ela vê as nuances políticas, ele as necessidades imediatas. Excelente diálogo e atuação. Uma beleza de cena.

Como parte dessa apresentação temos a “Gangue da Justiça”, o protótipo de Liga da Justiça, aqui encabeçada por Guy Gardner (Nathan Fillion) que conta ainda com Mulher-Gavião (Isabela Merced) e Sr. Incrível (Edi Gathegi) nesse momento. E aqui mora um dos pequenos problemas do filme para mim: a presença de tanta gente no entorno do Superman, por mais que de forma justificada e necessária para o desenvolvimento da trama, faz com que, por vezes, durante o segundo ato do filme, o longa se pareça mais com “um filme COM o Superman” do que “um filme DO Superman”. Não me entendam mal, como disse, todos os personagens têm sua justificativa para estar ali, eu só acho que, particularmente, eu teria dado um pouco menos de tempo de tela a essa proto-Liga.

Por falar em “desperdício de tempo de tela”, vamos a outro: eu sei, eu sei, o Krypto é lindo e fofo, e muito engraçado e tudo mais… Porém… Menos, James Gunn, menos! Absolutamente a todo momento a gag cômica do cachorro mal-educado… cansa. Eu sempre tive curiosidade de ver o Krypto em tela, e a ideia de o nosso Super-Cão ser um “fiapo de manga mal-educado” foi excelente! Mas, infelizmente, Gunn e seus editores pesaram a mão, na minha opinião. Mas, é inegável que o cão tem seu chame e rouba a cena quando está nela.

Outro problema, talvez o maior do filme para mim, seja a decisão tomada quanto aos pais Kryptonianos de Kal-El. Mas, isso talvez diga mais respeito a mim, que crio uma expectativa por conhecer um pouco do personagem nos quadrinhos, do que do filme em si. Na minha opinião: uma bola fora.

Por fim, o nosso amado e eterno arqui-inimigo do Superman: Lex Luthor. Vivido por Nicholas Hoult, Lex vem como uma das melhores coisas do filme. Cruel, calculista, genial. Um pouco birrento, eu diria, mas nada injustificável. Um vilão que tem um grande futuro pela frete nesse universo e que vamos adorar odiar, com certeza.

Não há muito mais o que mencionar sem acabar tropeçando em um spoiler ou informação mais particular sobre o roteiro. Mas, quero deixar um elogio ao Metamorfo de Anthony Carrigan e seu uso no longa: ótimo!

Superman é um bom filme. Seu roteiro é simples, sem qualquer reviravolta nomeável. Sai “daqui” e vai “pra ali” de forma direta e gradual, até boba, eu diria, de tão simples. Nada no filme realmente surpreende, assim como nada é absolutamente desagradável. Seu final é o que é esperado desde o começo, sem rodeios. É bom, sim, só que poderia ser melhor. É um ótimo começo, mas ainda não é a virada de jogo definitiva que a DC precisa. Fico na torcida de que os próximos capítulos acertem o passo — porque o Superman merece voar alto, sempre.

O filme tem duas cenas pós-créditos que, de verdade, você pode deixar para ver quando estiver no streaming. Não perca seu tempo.


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Críticas

Crítica | Capitão América: Admirável Mundo Novo – Um filme perdido entre o potencial e a execução

Longa tenta resgatar o tom político da franquia, mas tropeça em um roteiro repetitivo e na subutilização de personagens como o Hulk Vermelho, resultando em uma experiência aquém do esperado.

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Desde que Sam Wilson (Anthony Mackie) assumiu o escudo do Capitão América, a Marvel tem buscado consolidar sua identidade dentro do Universo Cinematográfico Marvel (UCM). A série Falcão e o Soldado Invernal (2021) estabeleceu um tom político e reflexivo, explorando os desafios que o novo Capitão enfrentaria ao carregar o legado de Steve Rogers. No entanto, ao chegar Capitão América: Admirável Mundo Novo, a promessa de uma abordagem madura e tensa se perde em meio a escolhas questionáveis, tornando o filme uma experiência inconsistente.

Um roteiro que repete e não evolui

A premissa do filme até tem uma base promissora. O mundo pós-Blip está em uma corrida geopolítica pela extração do Adamantium, um metal que pode mudar o equilíbrio de forças no planeta. Dentro desse contexto, Sam Wilson precisa enfrentar desafios políticos e pessoais, além da sombra de seu antecessor. O problema é que a narrativa se perde em repetições desnecessárias e conveniências de roteiro que enfraquecem a experiência. O filme insiste em questionar a escolha de Steve Rogers e a aceitação de Sam como o novo Capitão, algo que já deveria estar resolvido.

Chega um momento em que a insistência nesse tema soa cansativa. Sam precisa parar de se comparar com Steve e assumir de vez o seu papel – e a Marvel precisa confiar na sua própria história em vez de ficar revisitando o passado.

Uma produção que remete aos anos 2000 – e não no bom sentido

Apesar de contar com um elenco talentoso, Admirável Mundo Novo falha em trazer o impacto esperado. As cenas que deveriam ser grandiosas perdem força, seja por uma direção sem energia, seja por escolhas visuais questionáveis. A sensação é de estar assistindo a um “filme B” de super-heróis, daqueles que eram comuns nos anos 2000, cheios de exageros cafonas e efeitos que não impressionam.

O vilão, então, é um dos maiores problemas. Caricato ao extremo, falta apenas ele girar na cadeira acariciando um gato e soltando uma gargalhada maligna para completar o clichê. A Marvel já mostrou que sabe criar antagonistas complexos, mas aqui a execução parece preguiçosa e sem profundidade. O filme tenta construir uma ameaça, mas falha em dar a ela peso real.

O brilho de Anthony Mackie e o desperdício de oportunidades

Se há algo que realmente funciona no filme, é Mackie. O ator entrega uma atuação sólida e carismática, mostrando um Sam Wilson que quer provar para si mesmo e para o mundo que pode ser o Capitão América. O problema é que o roteiro não ajuda e, muitas vezes, prende o personagem em dilemas já explorados antes.

Harrison Ford, interpretando o Presidente Thunderbolt Ross, traz uma presença marcante, mas seu tempo de tela e profundidade poderiam ser melhor aproveitados. Um dos pontos altos do filme é a introdução do Hulk Vermelho, seu alter ego monstruoso, que tinha potencial para ser um grande elemento da trama. No entanto, a aparição da criatura é extremamente breve e subutilizada, tornando-se mais um desperdício de potencial dentro do longa. A expectativa em torno desse momento era enorme, mas acaba se tornando uma decepção devido à falta de impacto e desenvolvimento.

Uma chance desperdiçada, mas não um desastre total

No fim das contas, Capitão América: Admirável Mundo Novo não é o desastre absoluto que algumas críticas fazem parecer, mas também está longe de ser um filme realmente bom. Ele tinha potencial para ser um novo Soldado Invernal, mas falha na construção da narrativa e na execução de suas ideias.

O UCM passa por um momento delicado, tentando encontrar um novo rumo após o fim da Saga do Infinito. Para seguir em frente, a Marvel precisa parar de depender do passado e confiar mais em suas novas histórias. E Sam Wilson precisa ser tratado, de uma vez por todas, como o Capitão América – sem precisar provar isso a cada novo filme.

Nota: 2,5/5


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Filmes

Crítica | Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

Longa que apresenta o mundo de Jogos Vorazes antes de Katniss Everdeen deve dividir opiniões entre fãs da franquia de livros e espectadores casuais.

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Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes chega aos cinemas em 15 de novembro e, a convite da Espaço/Z, nós do Multiversos pudemos conferir o longa e trazemos para vocês a nossa crítica do novo longa da franquia Jogos Vorazes.

Sinopse

Antes de Katniss Everdeen, sua revolução e o envolvimento do 13 distrito, houve o Presidente Snow, ou melhor, Coriolanus Snow. A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é a história do ditador de Panem antes deste chegar ao poder. Anos antes, Coriolanus Snow vivia na capital, nascido na grande casa de Snow, que não anda muito bem em popularidade e financeiramente. Ele se prepara para sua oportunidade de glória como um mentor dos Jogos. O destino de sua Casa depende da pequena chance de Coriolanus ser capaz de encantar, enganar e manipular seus colegas para conseguir mentorear o tributo vencedor. Foi lhe dado a tarefa humilhante de mentorear a garota tributo do Distrito 12. Os destinos dos dois estão agora interligados – toda escolha que Coriolanus fizer terá consequências dentro e fora do Jogo. Na arena, a batalha será mortal e a garota terá que sobreviver a cada segundo. Fora da arena, Coriolanus começa a se apegar a garota, mas terá que ter que qualquer passo que der, fará com que a menina e ele mesmo sofram de alguma maneira.

Crítica

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes apresenta uma narrativa envolvente que mergulha nas origens do Panem, fornecendo um olhar mais profundo sobre a ascensão do Presidente Snow. A introdução de um novo protagonista, Coriolanus Snow, interpretado na trilogia cinematográfica por um convincente e veterano Donald Sutherland, pode ser polarizadora para os fãs da série nesse novo longa.

A transição de um vilão implacável para um jovem ainda moldando seu destino é explorada com nuances, mas alguns podem sentir falta da força e carisma de Katniss Everdeen. A cinematografia capta efetivamente a atmosfera sombria e opressiva do Capitólio, mas em comparação com os filmes anteriores, a ausência do espetáculo e da tensão dos Jogos Vorazes tradicionais pode deixar alguns espectadores ansiando por mais ação e suspense.

É evidente o quanto o longa é fiel ao livro em muitos aspectos, especialmente na exploração do dilema moral enfrentado por Snow. No entanto, algumas adaptações podem causar divisões entre os fãs leais da série, uma vez que vai do quente ao frio até a ascensão de Snow ainda jovem, mas com seu jeito peculiar de lidar com os jogos, tendo esse passado pela arena literalmente nesse filme. Por exemplo, a decisão de suavizar ou justificar certas ações do protagonista pode gerar debates sobre a interpretação da moralidade no universo de Jogos Vorazes.

++ Leia também:
– Crítica | Oppenheimer – Como desmantelar uma Bomba Atômica?
– Crítica | Barbie: Ela é TUDO e prova que o ROSA move o mundo

Não se pode negar que a personagem Lucy Baird, interpretada pela atriz Rachel Zegler, dá o tom perfeito para a personagem não sendo âncora do protagonista, voz perfeita para as músicas que são tão presentes no livro. Viola Davis nos entrega toda a maldade e frieza da Dra. Volumnia Gaul, até mesmo sua caracterização nos faz, querer ficar longe dela o máximo possível. Peter Dinklage, sem dúvidas, encarnou toda a essência amargurada e nada sutil do Casca Highbottom, sempre com diálogos ferozes e afiados com o seu aluno indesejado Snow. Josh Andres Rivera é a essência de Sejanus Plinth, aquele rebelde sem causas e sem maturidade suficiente para lidar com todas as mudanças que enfrenta vivendo na Capital. E Hunter Schafer vestiu-se bem com Tigris Snow, sempre sendo o cânone da balança dos Snows.

Conclusão

Um elenco equilibrado no seu geral, cortes necessários e bem ajustáveis à trama cinematográfica em relação ao livro, evidenciando a trajetória do Snow antes de toda história já conhecida na trilogia de Jogos Vorazes que teve como protagonista Katniss Everdeen. Em suma, “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é uma adição intrigante ao universo de Jogos Vorazes, com destaque para atuação sólida de Tom Blyth, mas pode dividir opiniões devido às mudanças na perspectiva do protagonista e à abordagem mais sutil dos elementos característicos da série. O filme agradará os leitores e desagradar os espectadores, isso é um fato. Porém, não o torna um filme ruim de origem e sim uma história necessária para completar toda trama que é o universo de Jogos Vorazes.

Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes estreia dia 15 de novembro de 2023 nos cinemas brasileiros. O longa conta com direção de Francis Lawrence e roteiro de Suzanne Collings, criadora dos livros, em parceria com Lauren Schuker BlumMichael Arndt. A produção é assinada por Nina Jacobson, Brad Simpson e Francis Lawrence. A distribuição nacional é da Paris Filmes.

 


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Filmes

Crítica | Oppenheimer – Como desmantelar uma Bomba Atômica?

13º filme de Christopher Nolan mostra, de maneira honesta e inflada, a trajetória do responsável pela criação da maior arma da história da humanidade.

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Se você conhece o básico sobre física teórica, ou a história da Segunda Guerra Mundial e a corrida armamentista nuclear, então provavelmente você já ouviu falar de J. Robert Oppenheimer.

Porém, neste ano de 2023, o nome do cientista responsável pela criação da Bomba Atômica se popularizou na internet, ultrapassando ainda mais bolhas e gerações; hoje, o nome de Oppenheimer está atrelado ao nome da boneca mais famosa do mundo, que surgiu alguns anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, quando o físico norte-americano ainda era vivo.

Sim, estou falando de Barbie, e do grande evento da cultura pop chamado “Barbenheimer”, nome dado a esta semana memorável na qual dois dos filmes mais esperados dos últimos anos estreiam no mesmo dia.

Quem diria que o nome dessas duas “figuras” um dia estariam tão atrelados?

Barbie-vs-Oppenheimer

Barbie e Oppenheimer estreiam no mesmo dia. (Imagens: reprodução)

Veja também:
Crítica | Barbie: Ela é TUDO e prova que o ROSA move o mundo
Crítica | The Flash: uma aventura divertida pelo multiverso da DC e muitos deslizes visuais

O 13ª filme do famoso diretor Christopher Nolan, vem chamando atenção do público desde o seu anúncio, tanto por ser um filme do aclamado diretor da trilogia de “O Cavaleiro das Trevas” (2005-2012), “A Origem” (2010) e Interestelar (2013), quanto pelos diversos atores populares anunciados no elenco.

Oppenheimer conta a história do físico J. Robert Oppenheimer, responsável por dirigir o Laboratório Los Alamos durante o Projeto Manhattan, que tinha como objetivo a criação da Bomba Atômica.

A trama é construída por meio de uma intercalação de flashbacks da vida do protagonista e cenas de dois julgamentos em tempos diferentes, alternando entre um Oppenheimer no início de sua vida acadêmica, e um já consagrado físico bem abatido, permeando por todo o processo que culminou no momento em que a maior arma de destruição em massa da história da humanidade foi construída e usada – e as consequências disso na política mundial e na vida de seu criador.

O filme é sobre Oppenheimer, o físico teórico norte-americano, considerado o “pai da bomba atômica”, e não sobre as mais de 120 mil vítimas dos atentados de Hisohima e Nagazaki. Sendo assim, o longa não perde tempo tentando dramatizar visualmente o quão cruel e desumano foi este episódio — o público já sabe dessa informação, e o filme entende isso. A história segue mostrando o físico em sua trajetória pessoal e no meio científico, e em como a política interferiu em todo o processo do Projeto Manhattan. Sim, a “ameaça comunista” é bem presente na história de Oppenheimer, por conta de sua simpatia e aproximação da ideologia no passado.

Em alguns pontos o roteiro acerta em cheio, como, por exemplo, em trazer as questões políticas, éticas e morais em torno da ideia — e das consequências — da criação da bomba atômica.

Já em alguns momentos, a trama parece inflada demais ao mostrar momentos da vida de Oppenheimer que não acrescentam muito na história, trazendo algumas cenas bem desnecessárias e até um pouco apelativas.

Cillian Murphy, que ficou muito popular nos últimos anos por seu papel na série Peaky Blinders (2013 – 2022), já havia trabalhado em outros 5 filmes de Christopher Nolan, mas finalmente conseguiu uma história para protagonizar, entregando uma atuação bem admirável como Oppenheimer, a figura central do filme, o que me surpreendeu bastante. O ator consegue construir seu papel de uma maneira bem convincente; um físico franzino na faculdade, um galanteador de mulheres casadas (uma das tramas desnecessárias que parecem ser jogadas gratuitamente), o físico mais respeitado do mundo, tudo ao mesmo tempo, em épocas diferentes.

Cillian Murhpy e J. Robert Oppenheimer

Cillian Murhpy e J. Robert Oppenheimer; o ator perdeu vários quilos para interpretar o físico norte-americano (imagem: reprodução)

Como o próprio Nolan disse em uma entrevista, ele criou o filme com o intuito de fazer o público entender o que estava se passando ali através dos olhos de seu personagem-título. Talvez isso seja o motivo de, mais uma vez, o diretor (que também assina o roteiro do filme) ter entregado um roteiro com vários diálogos expositivos, para que, assim, o público se sinta mais imerso na história.

E isso não é um ponto negativo. Filmes baseados em fatos — quase — sempre vão exigir um conhecimento prévio sobre a história que está contando. Assistir Oppenheimer sem conhecer o contexto histórico, social e político da época por trás da trama, pode acabar sendo um desafio para o telespectador. Os diálogos expositivos ajudam a contextualizar seu público, mesmo que às vezes pareçam didáticos demais.

O elenco, composto por diversos nomes famosos, também é extremamente competente. Robert Downey Jr. é um dos destaques, interpretando o oficial da marinha Lewis Strauss; Emily Blunt e Matt Damon também se destacam, dividindo grandes cenas ao lado de Murphy. O elenco também conta com nomes como Florence Pugh (bem desperdiçada aqui, infelizmente), Rami Malek, David Dastmalchian, Jack Quaid, etc.

Com esse elenco gigantesco, espera-se que os atores tenham apenas pequenas participações na história — o que é verdade. Porém, todos têm seus minutinhos em tela. Se você ver um rosto conhecido ali, em uma pontinha pequena, pode ter certeza de que o personagem voltará no futuro em algum momento importante, mesmo que seja curto.

Oppenheimer - Robert Downey Jr. como Lewis Strauss

Robert Downey Jr. como Lewis Strauss (imagem: reprodução)

O maior trunfo de Oppenheimer deriva da capacidade de Nolan em construir expectativas, utilizando não apenas os elementos visuais, mas também os sonoros.

O roteiro vai construindo uma narrativa crescente, onde a história vai se encaminhando para a tão aguardada cena que pode ser definida como o clímax do filme (e eu nem preciso dizer qual cena é para que você saiba do que estou falando). O diretor — e roteirista — consegue ir, lentamente, te deixando ansioso, nervoso, quase que com falta de ar, imerso em uma crescente que parece não ter fim, esperando uma cena que parece nunca chegar. O visual e a montagem contribuem muito para isso, mas, é na sonoplastia que o filme explode de criatividade (perdão pelo trocadilho). Os efeitos sonoros — e a ausência deles — aqui têm vida própria e conseguem construir a expectativa de uma maneira bem mais imersiva do que a visual, apesar de se completarem.

Não é à toa que “Dunkirk” (2017), outro filme do diretor Christopher Nolan, ganhou 2 Oscars em categorias ligadas ao som: “Mixagem de Som” e “Efeitos sonoros”.

Christopher Nolan (diretor e roteirista) e Cillian Murhpy (J. Robert Oppenheimer)

Christopher Nolan (diretor e roteirista) e Cillian Murhpy (J. Robert Oppenheimer) no set de filmagens do filme

Os 180 minutos de filme contam bem sua história, mesmo que, em certos momentos, ela seja puxada pelo roteiro para que se prolongue além do necessário. Em certo ponto, por conta da narrativa em uma ordem não cronológica, a sensação é de estar vendo um filme dentro de outro. O longa se sustenta de maneira isolada, mas, novamente: sem o conhecimento prévio sobre história e um pouco de física, você fica perdido em alguns momentos, apesar dos diálogos expositivos tentarem, às vezes, nos trazer para a mente e nos permitir ver através dos olhos de seu protagonista.

Oppenheimer é mais um trabalho incrível do diretor Christopher Nolan, mesmo com o roteiro inflado com coisas desnecessárias. O elenco competente se completa com a parte técnica, que consegue brincar com os nossos sentimentos e sensações através de uma construção quase que meteórica de expectativa através do visual, mas, principalmente, dos sons – e da ausência deles.

 


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Filmes

Crítica | Barbie: Ela é TUDO e prova que o ROSA move o mundo

Abusando de 50 tons de rosa, imaginação e nostalgia, Greta Gerwig entrega o melhor filme da sua carreira.

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ATENÇÃO! Esta crítica conta com alguns spoilers. Fiquem avisados.

Esqueça tudo que você criou de expectativas para assistir ao filme Barbie. A produção da Warner Bros. vai te mostrar algo totalmente diferente. Dirigido pela cineasta Greta Gerwig (Adoráveis Mulheres, 2019), este longa leva o espectador a experimentar uma série de visões e sentimentos dificilmente encontrados anteriormente ao assistir a um filme sobre um brinquedo. Na verdade, sabemos que a boneca mais famosa do mundo pode até ser TUDO, mas aqui descobrimos que ela pode ser muito mais do que isso. Pelo menos é o que conta a produção estrelada por Margot Robbie (Eu, Tonya, 2017).

 

A história

Vivendo na Barbilândia, Barbie e suas outras milhares de versões levam uma vida perfeita, regada a muito rosa, refeições de mentirinha, praia, festas e looks invejáveis. Definitivamente, possuem o melhor de tudo, enquanto dividem seu universo com os Kens, que são apenas os Kens.

No entanto, em certo momento tudo começa a mudar para a Barbie Estereotipada, interpretada por Margot. A personagem começa a se deparar com situações desagradáveis, como banho gelado, tombos e o abominável fato de seus calcanhares tocarem o chão.

Aceitando que está com defeito, a boneca da Mattel parte em busca de soluções e se aventura no tão temido e desconfortável mundo real, ao lado do Ken de Ryan Gosling (Blade Runner 2049, 2017).

Barbielândia

No quarto filme de sua carreira, Gerwig coloca em cena muito do que aprendeu com suas obras e personagens fora do padrão aceitos socialmente e apresenta um mundo que leva o público para a sua juventude, onde tudo era fácil, ou pelo menos parecia ser. A criação da Barbilândia, por exemplo, é a clara representação das brincadeiras infantis, onde bonecos se alimentavam de pratos desprovidos de qualquer alimento e não precisavam de chão ou escadas para se locomoverem.

Por se tratar de um filme que fala, antes de tudo, sobre brinquedos, era de esperar os montantes de bom humor que tomam conta da sala de cinema e fazem com que as pessoas assistam à obra com um sorriso no rosto. Mas a grande chave deste ponto se encontra no equilíbrio entre as piadas leves, já que é o filme de uma boneca, e sátiras diretas ao sistema patriarcal na qual se encontram os seres humanos atualmente.

Aliás, críticas certeiras ao machismo junto a questões envolvendo o papel da mulher são figurinhas carimbadas nas obras de Gerwig. Como é possível ver em “Lady Bird – A Hora de Voar” (2017) e “Adoráveis Mulheres” (2019), a diretora não poupa o público quando a ideia é trazer luz à discriminação de gênero.

Sátira ao machismo e misoginia

Em Barbie, isso tudo fica muito evidente quando a personagem principal precisa sair de seu lar, em uma sociedade praticamente dominada por mulheres, e ir para o mundo real, onde os homens são os mandatários, mesmo que tentem disfarçar isso, como é dito no próprio filme. Para envolver questionamentos acerca do assunto no longa-metragem, a diretora utiliza o personagem de Ken, muito bem vivido por Gosling, que esbanja carisma e presença de tela.

Ken fica admirado ao chegar à Califórnia do mundo real e perceber que, neste universo, quem dá as ordens são os homens e seus cavalos. Este que, por sinal, se torna o grande plot da trama, quando o boneco retorna à Barbielândia com a intenção de instaurar uma revolução e dar aos homens o direito de controlar o que bem quiserem.

Mas e a Barbie?

Retornando para o arco de Barbie, a boneca a princípio se vê perdida em um ambiente completamente agressivo e assustador para a sua personalidade inocente. Com a missão de encontrar a sua dona — a garota a qual pertence —, ela passa por situações que vão moldando não apenas a sua visão de mundo, mas também a visão sobre si mesma.

Iludida com a máxima de que as bonecas Barbies foram feitas para melhorar a vida de toda as meninas do mundo, a personagem principal começa a perceber que a sua criação, com a imagem de um ser perfeito esteticamente, com status de inalcançável para a realidade, se tornou ofensiva. Afinal, não são poucas as pessoas que já se culpam por não ter o corpo desenhado e o rosto delicado da boneca.

E é nesse ponto em que o longa-metragem acerta em cheio. Ao perceber que sua dona não é mais uma garotinha de cinco anos, mas sim uma mãe trabalhadora, cercada de problemas e crises existenciais, Barbie passa a questionar sua real função e entende que não há nada de errado em ser comum e enfrentar obstáculos do cotidiano. Muito pelo contrário, após encontrar com sua criadora, Ruth Handler, vivida por Rhea Perlman (Matilda, 1996), ela descobre que a vida que leva não é a mesma que desejava mais.

Depois de se juntar a suas novas amigas, Barbie, mais as milhares de outras versões da boneca, recuperam a Barbilândia da forma mais prática possível: se aproveitando do ego masculino e colocando os Kens, que possuem carência e necessidade de atenção, uns contra os outros.

Mas se engana quem pensa que o filme acaba neste momento. Pegando o público de surpresa, Gerwig reserva os minutos finais do filme para colocar em tela uma conversa profunda da personagem principal com sua criadora, sobre a real função da boneca. Decerto, quem ainda não tinha chorado ao longo do filme, se encontrou com os olhos marejados ao ver os flashbacks tomando conta da tela, reproduzindo as sensações que envolvem o emocional de Barbie.

Trilha sonora e participações especiais

Como se não bastasse, o longa-metragem ainda conta com participações especiais. Uma das mais marcantes, de fato, é a presença do ator John Cena (O Esquadrão Suicida, 2021) aparecendo como Ken sereio e arrancando sorrisos sinceros do público. O personagem até surge em certo momento como par romântico da Barbie sereia, interpretada pela cantora Dua Lipa.

Tocando no assunto da trilha sonora, aliás, esse quesito anda em perfeita harmonia com o desenrolar da história. Utilizada como artifício técnico para enfatizar situações que ocorrem na trama, as músicas apresentadas em Barbie surgem como complemento para o espectador compreender a situação que se passa em tela. Diferente das antigas animações da boneca, onde a cantoria entrava em cena a todo o momento, aqui a dosagem de melodias aparece na medida ideal, liderada pela impactante “Dance The Night”, que levanta o astral do longa.

Pontos Negativos

Em uma escolha de palavras mais adequada, é melhor me referir a este assunto como situações que poderiam ser melhoradas, já que é difícil pontuar algo realmente ruim nesse filme. Uma coisa que pareceu um pouco estranha foi a rápida aceitação da personagem Sasha, garota que na qual Barbie acreditava que era sua dona. A princípio, a jovem possuía forte aversão à imagem da boneca, mas parece ter aceitado muito rápido a presença da personagem principal.

Conclusão

Com o fim do longa, pode-se considerar este como um dos melhores trabalhos da carreira de Greta Gerwig. A reproduzir uma versão nada convencional da boneca mais famosa do mundo, a diretora não só proporciona ao público a oportunidade de se ver em algumas das personagens, como acontece no excelente monólogo da atriz America Ferrera (Ugly Betty, 2006), que vive a personagem Glória, mãe de Sasha, onde a mesma expõe as dores e indignações diárias de ser mulher em um mundo completamente dominado por homens, mas também permite que a Barbie se enxergue como uma pessoa comum.

Em determinado momento do filme, quando a boneca da Mattel se vê sem saída diante de situações completamente conflituosas, é anunciada a criação da sua versão depressiva para vender ao público no mundo real. Ou seja, a boneca criada para ser perfeita, e que foi acusada de atrasar em cerca de 50 anos a luta feminista, finalmente consegue absorver o peso de ser quem ela é.

Dizer que tudo que existe no mundo serve para elevar a presença dos homens é chover no molhado. Portanto, quando uma produção de Hollywood utiliza diálogos, argumentos, elementos gráficos, cor rosa e piadas com brinquedos, para mostrar ao seu público que, sim, é possível questionar essa cultura machista, é sinal de que ele conseguiu cumprir o seu papel social, ao mesmo tempo em que entregou o devido entretenimento aos espectadores de todos os gostos e idades que estavam ansiosos para este grande lançamento.

Nota: 05/05

Veja ao trailer do filme abaixo:

 


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Filmes

Crítica | The Flash: uma aventura divertida pelo multiverso da DC e muitos deslizes visuais

Longa entrega uma celebração aos quadrinhos com boa ação, nostalgia e efeitos bastantes questionáveis.

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Desde o seu anúncio original em 2014, os fãs do The Flash têm aguardado ansiosamente por essa adaptação cinematográfica. No entanto, a jornada para trazê-lo às telonas começou muito antes, remontando aos anos 2000, quando várias ideias foram concebidas, resultando eventualmente na popular série de TV da CW.

Dirigido por Andy Muschietti (IT: A Coisa), The Flash oferece uma divertida e nostálgica viagem pelo multiverso da DC. Com Ezra Miller reprisando o papel de Barry Allen, o filme se baseia em um dos arcos mais icônicos dos quadrinhos, Ponto de Ignição.

A HISTÓRIA

Em The Flash, os mundos colidem quando Barry Allen (Ezra Miller) usa seus superpoderes para viajar no tempo e alterar eventos passados. No entanto, ao tentar salvar sua família, ele acidentalmente muda o futuro, ficando preso em uma realidade ameaçada pelo retorno do General Zod (Michael Shannon). Barry se vê sem super-heróis para ajudá-lo, exceto por uma versão diferente do Batman, que ele precisa convencer a sair da aposentadoria e resgatar um kryptoniano preso. A tarefa de Barry é salvar seu próprio mundo e restaurar o futuro conhecido, mas ele precisa estar disposto a fazer sacrifícios para reconfigurar o universo.

O ROTEIRO

Uma das maiores forças de The Flash reside em seu bom humor. O filme encontra o equilíbrio perfeito entre momentos divertidos e a seriedade necessária para contar uma história coesa. Embora a trama não seja revolucionária, ela entrega uma aventura satisfatória aos fãs do herói, enquanto presta homenagem aos momentos marcantes da DC nas telas e nas telinhas ao longo dos anos. É uma celebração do passado e do presente, com elementos icônicos reintroduzidos de forma envolvente.

Ao contrário dos tons sombrios que caracterizam outros filmes do universo DC, Muschietti opta por uma abordagem visual colorida e dinâmica, que evoca diretamente os quadrinhos. Desde o traje azul icônico do Batman interpretado por Ben Affleck até a paleta de cores nas cenas de ação, The Flash se destaca como uma das adaptações mais fiéis às HQs da DC nos últimos anos. A escolha estética do diretor argentino é acertada, pois traz uma atmosfera divertida e leve ao filme, combinando perfeitamente com a essência do personagem.

EASTER EGGS

Muschietti também explora de forma interessante o conceito de multiverso, abrindo portas para possibilidades futuras no universo cinematográfico da DC. Nesse aspecto, o filme apresenta diversas versões dos heróis da DC, proporcionando aos espectadores momentos de pura nostalgia.

Uma crítica válida é em relação às despedidas dos personagens do Snyderverso. É lamentável que Henry Cavill, o Superman, seja apenas mencionado e não tenha a oportunidade de se despedir de forma mais completa. Por outro lado, Affleck tem a chance de entregar sua melhor atuação como Batman, embora haja uma sensação de que o personagem poderia ter tido um papel mais relevante nesse universo.

– Por que nunca deram o filme a altura do seu Batman, Affleck!?

 Apesar disso, Affleck oferece um desempenho sólido e importante para a narrativa.

Quanto às participações especiais, destaca-se a atuação de Michael Keaton, que rouba a cena e se destaca no filme. Keaton demonstra por que muitos o consideram o Batman definitivo, dando a sensação de que ele nunca deixou de interpretar o herói. Sua presença serve como um elo que conecta as duas versões de Barry Allen e a Supergirl, unindo-os para enfrentar a ameaça de Zod.

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NAVEGANDO PELO MULTIVERSO DC

A narrativa pode parecer confusa em alguns momentos, especialmente para aqueles que não estão familiarizados com o conceito de multiverso ou com a história do personagem nos quadrinhos. Além disso, alguns personagens secundários poderiam ter sido melhor desenvolvidos, como a Supergirl de Sasha Calle, que apresenta potencial, mas não recebe uma exploração adequada.

Miller, apesar das controvérsias recentes, oferece sua melhor atuação como Barry Allen. No entanto, é importante mencionar que o Barry jovem interpretado por Miller pode ser irritante com suas piadas em momentos inadequados. No entanto, é nos momentos de drama que o talento do ator se destaca, proporcionando momentos de intensidade e emoção para o público.

The Flash apresenta uma série de falhas que comprometem o que deveria ser seu grande triunfo. Os efeitos visuais deixam muito a desejar, chegando ao ponto de serem constrangedores em algumas cenas. Logo no início, é evidente que o CGI está inacabado, o que imediatamente tira o espectador da imersão no filme. É lamentável que uma produção desse porte não tenha se esforçado para entregar efeitos visuais de alta qualidade.

Um exemplo particularmente decepcionante são as cenas em que Barry corre. Em vez de serem impressionantes e empolgantes, elas acabam sendo estranhas e pouco convincentes. A velocidade do personagem não é transmitida efetivamente, o que resulta até mesmo em uma piada indireta no próprio filme.

Contudo, apesar de suas falhas, The Flash encanta com suas referências nostálgicas. Embora apresente defeitos, é importante ressaltar que a presença marcante de Michael Keaton se destaca como um dos pontos altos do filme que marca um final meio agridoce para o DCEU, sem nos preparar para o que podemos esperar da era James Gunn na DC.


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Filmes

Diretor de Logan fala sobre retorno do Hugh Jackman como Wolverine em Deadpool 3

“Estou empolgado por ele ter a chance de brincar com isso novamente”, disse o diretor.

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Diretor de Logan fala sobre retorno do Hugh Jackman como Wolverine em Deadpool 3 - capa

Em entrevista para a imprensa sobre Indiana Jones e o Disco do Destino, o diretor do filme, James Mangold, foi questionado sobre o que achava de Deadpool 3. O motivo? Mangold dirigiu Wolverine e Logan, que encerraram a jornada de Hugh Jackman como o Carcajú da Marvel depois de 20 anos e 9 filmes.

Jackman anunciou seu retorno ao papel de Wolverine em setembro, confirmando que se juntará a Ryan Reynolds em Deadpool 3, com lançamento previsto para a primavera americana de 2024. O ator tem se exercitado muito nos últimos dias, mostrando a todo mundo que está se preparando para mais uma vez “só mais uma vez”, depois de ter morrido na última “só mais uma vez” em que interpretou o personagem.

Durante uma entrevista com a Entertainment Tonight, Mangold disse estar “empolgado” em ver Jackman de volta ao papel. Ele reconheceu que, não importa o quão bom ou bem-recebido seja o filme, você não é dono desses personagens.

“Estou empolgado por ele ter a chance de brincar com isso novamente”, disse Mangold para Ash Crossan da ET durante a Star Wars Celebration 2023 em Londres, Inglaterra. Ele acrescentou: “De uma forma ou de outra, eu sabia que ‘Logan’ não seria a última vez que veríamos um filme do Wolverine. Tivemos nossa chance de fazer este filme e estou realmente comovido com o quanto aquela imagem vive na memória das pessoas. Você não pode colocar um moratória nos personagens.”

Diretor de Logan fala sobre retorno do Hugh Jackman como Wolverine em Deadpool 3_02

Reynolds e Jackman estiveram juntos anteriormente em X-Men Origens: Wolverine, mas o filme é tão ruim, mas tão ruim, que até hoje é criticado e com frequência ridicularizado por Reynolds, a ponto de a cena pós-créditos de Deadpool 2 mostrar Wade Wilson voltando no tempo para impedir que isso aconteça novamente. As histórias desses filmes da Marvel não tornaram fácil para Jackman e Reynolds interpretarem Wolverine e Deadpool juntos.

A jornada de Jackman como personagem dos X-Men parecia ter chegado ao fim definitivo em Logan. Porém, com filmes como ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ e a mitologia apresentada na série Loki da Marvel, tudo é possível agora com o multiverso apresentado, e versões variantes de Wolverine podem estar por aí em algum lugar. Também há a realidade de que Logan aconteceu em um tempo que ainda é futuro, então o Logan original poderia aparecer, mais jovem e significativamente menos morto.

Deadpool 3 será dirigido por Shawn Levy, o mesmo de Free Guy e The Adam Project, com um roteiro escrito por Wendy Molyneaux e Lizzie Molyneaux-Loeglin, de Bob’s Burgers. Os escritores de Deadpool e Deadpool 2, Rhett Reese e Paul Wernick, que devem retornar para contribuir com o roteiro.

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Filmes

Crítica | Maior e mais divertido; Shazam! Fúria dos Deuses é um dos melhores filmes de supergrupo da DC

Sequência consegue segurar bem a coexistência do humor e do drama, mas peca no roteiro do terceiro ato genérico.

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Após quatro anos do lançamento de Shazam!, a aguardada sequencia da DC finalmente chega aos cinemas em um momento de importante transição dentro do DCU, e por mais que já possamos ver algo da nova gestão dentro do DNA do longa, o filme não carrega um grande peso nas costas, algo que The Flash, próximo filme da casa do Superman e companhia terá de suportar.

No todo mais, Shazam! 2 tem uma missão única, mostrar aos novos co-CEOs da DC Studios James Gunn e Peter Safran, que seu universo ainda tem gás para continuar na nova DC.

A HISTÓRIA

O filme se passa dois anos após os acontecimentos do primeiro filme, sendo mais uma vez situado na cidade de Filadelfia, famosa cidade do eterno Rock Balboa. Neste ponto da história, vemos Billy Baston (Asher Angel) /Shazam (Zachary Lev) e seus irmãos de criação tendo que lidar com os desafios da (agora) adolescência e de serem super-heróis.

Todos continuam em suas missões de proteger sua cidade natal dos crimes diários da metrópole, embora as autoridades locais não os valorizem muito devido aos vários casos chamados pejorativamente de “Fiascos da Filadelfia”, por acabarem levando a culpa pelos inúmeros estragos causados pelo grupo a cidade.

Além de toda essa “má fama”, Billy tenta constantemente manter seus irmãos unidos, por medo de que algo ruim aconteça a eles, mas com a chegada da vida adulta se aproximando pela frente, os interesses de todos começam a se tornarem divergentes.

 

FILME

Shazam! Fúria dos Deuses é sem dúvida alguma um dos mais divertidos filmes da DC (até mais que o primeiro, diga-se de passagem), que conta também com uma dose de ousadia em seu escopo e consegue navegar com mais fluidez entre a comédia e o drama do que o seu antecessor. Tanto que seus dois primeiros atos são deliciosos de acompanhar, muito por conta da Família Shazam, que nesse novo longa tem suas relações melhores desenvolvidas, lembrando bastante das interações que vemos nos quadrinhos.

Entretanto, como nem tudo são flores, alguns raios estão pelo caminho – pegou a referência? – e acertam em cheio seu terceiro ato. Diferente do final grupal do primeiro filme, aqui o enfoque fica totalmente em Shazam! É compreensível que eles façam isso, levando em consideração que o nome dele está na porta de entrada do filme, mas é perceptível que a trama cresceria muito mais se a Família Shazam tivesse tido mais tempo de tela.

Tal decisão, torna o embate final arrastado e um pouco cansativo de acompanhar, dando foco mais para o show de CGI em tela do que de fato para a história. E por falar dos efeitos visuais, nesse ponto o filme está de parabéns. Toda a parte gráfica de Shazam 2 tem um aperfeiçoamento notável em relação ao primeiro: das lutas com um dragão as hordas de monstros, tudo é feito para encher nossos olhos.

DIREÇÃO E ROTEIRO

A direção de David F. Sandberg aqui tem mais acertos do que erros. Pecando mais nas cenas de ação e sendo mais feliz nos momentos mais cômicos e dramáticos do filme.

Diferente do primeiro filme, cujo inspirações ele trouxe de Quero Ser Grande, Superman – O Filme, Conta Comigo, nessa sequencia ela busca trazer mais originalidade a trama, ainda que flerte um pouco com a franquia Velozes e Furiosos em certos aspectos – talvez pela forma de paródia por terem em seu elenco Helen Mirren, que já atuou nos filmes dos carros tunados. Mas nada que se possa comparar o termo “Família” desses dois universos, pois cada um tem suas distinções particulares.

Henry Gayden e Chris Morgan trazem um roteiro que funciona bem no humor e nos momentos mais dramáticos do filme, mas que de modo geral o torna mais do mesmo, principalmente do meio para o final.

FAMÍLIA SHAZAM

Como já citei acima, a menina dos olhos de Shazam é sem dúvida a Família Shazam. Definitivamente eles são o ponto alto da trama, e vê-los reunidos e em ação é trazer de volta as lembranças dos quadrinhos para a telona. Poder assisti-los junto ao Mago Shazam (Djimon Hounsou) é uma experiencia pra lá de divertida, pois cada um em sua individualidade são carismáticos, além de possuírem visuais belíssimos.

VILÂS

Indo para o lado vilanesco da história, as três vilãs principais não são nenhum pouco memoráveis, apesar de cumprirem seus papeis de acordo com o que o filme propõe. Por mais que Mirren e Lucy Liu sejam excelentes atrizes, suas participações não são bem aproveitadas, tornando-as vilãs bem superficiais, sem muito pano de fundo para termos empatia. Já Rachel Zegler, apesar de não ser inteiramente má, flertando mais com o lado anti-heroico, consegue ser um pouco mais interessante, por mais que suas cenas pareçam de certo modo picotadas em muitos pontos da trama.

CONEXÃO COM O DC UNIVERSE

Se você está preocupado que Shazam 2 seja um filme fechado, meio sem conexão com outros personagens ou filmes desse universo, pode ficar tranquilo. Apesar de sua história ser redonda, elas estão lá para a alegria dos fãs dcnautas.

CONCLUSÃO

Shazam! Fúria dos Deuses não reinventa a roda da DC, mas consegue se destacar em relação ao filme anterior, tornando-se mais divertido, amplia a mitologia mágica da DC, além de trazer de volta as telonas esses personagens tão queridos de se acompanhar. Ainda não é certo dizer se essa sequência fará mais sucesso que o primeiro filme, mas posso garantir que este vale muito o ingresso, consagrando-o para o Hall dos melhores filmes de supergrupo da DC Comics.

 

Obs.: O filme tem duas participações muito legais, uma super perceptível e uma outra que só quem é muito fã do personagem pode pegar. Além disso, o longa conta com duas cenas pós-créditos.

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