Punho de Ferro, a mais nova série da parceria entre o Marvel Studios e a Netflix chegou. Nós “maratonamos” todos os 13 episódios e vamos falar um pouco sobre a série. Pode acompanhar tranquilo que é um texto SEM SPOILERS!
Sinopse
Danny Rand (Finn Jones), herdeiro de Wendell Rand (David Furr), fundador e dono das Indústrias Rand, Danny é dado como morto quando o avião em que sua família viajava cai no Himalaia. Quinze anos se passam e Danny retorna pra Nova York em busca de respostas sobre os fatos que levaram ao seu acidente e para reclamar de volta o seu nome. O que poucos sabem é que, após o acidente no Himalaia, Danny foi resgatado por monges da Ordem da Mãe Garça, residentes da cidade sagrada de K’un-Lun, que surge na Terra de 15 em 15 anos, foi treinado nos diversos estilos do Kung Fu e tornou-se o campeão e protetor deste lugar, o Imortal Punho de Ferro.
Durante os 13 episódios da série, Danny tem que lidar com alguns pontos bastante distintos entre si: o reencontro com uma cultura que antes era sua mas que hoje é muito diferente de quando partiu; com a família Meachum, sócia e parceira dos Rand na empresa e que aqui é representada por Ward (Tom Pelphrey) e Joy (Jessica Struop), filhos de Harold Meachum (David Whenham); e em meio a sua busca pessoal, Danny também tem que lidar com presença do Tentáculo, que também é um inimigo jurado de K’un Lun e do Punho de Ferro, liderados pela Madame Gao (Wai Ching Ho).
Para essa jornada, Danny Rand tem ao seu lado a jovem sensei Colleen Wing (Jessica Henwick), que usa seu dojo, o Chikara Dojo, para ensinar karatê e kendô e ajudar jovens carentes, e conta também com a ajuda e retorno de Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss), já vista em Jessica Jones e Demolidor. E também com o elo de ligação em todas as séries da Marvel/Netflix, Claire Temple (Rosario Dawson), que aqui está estudando artes marciais com Colleen, continuando a deixa dada ao final da série Luke Cage.
O ritmo da série começa bem lento. Os dois primeiros episódios são bastante expositivos, devido às necessidades narrativas, e a partir do terceiro episódio a série segue um crescente e constante ritmo, bem amarrado e bem contado, usando bem o formato da série e criando os ganchos certos pro espectador ser atraído a ver o próximo episódio e não perdê-lo no caminho.
Cada personagem foi muito bem defendido por seus atores e atrizes. Finn Jones criou um Danny praticamente ingênuo, que é um misto de respeito e pureza infantil, e que vai aprendendo como lidar com seus traumas e problemas. O Ward, de Tom Pelphrey, personifica o empresário ganancioso mas que paga o preço por isso, e Jessica Struop faz uma Joy que oscila entre a gentileza e ganância e ambos são irmãos em tudo e têm que lidar com a sombra que seu pai, Harold, faz sobre eles dentro da empresa.
Jessica Henrick é o destaque do elenco. Sua Colleen é carisma puro. Do sorriso franco, do cinismo realista, aqui contrapondo a ingenuidade de Danny, e na luta constante entre a serenidade e a fúria que um artista marcial tem que lidar.
Como a série possui em seu cerne principal as artes marciais, houve um bom trabalho e estudo nesse ponto. Mesmo com pequenos problemas aparentes.
Diferente de Demolidor, com suas lutas mais sujas e grosseiras, que remetem à um estilo mais “Jason Bourne”, Danny Rand é um artista marcial clássico, dai seu estilo de luta ser mais voltado aos filmes chineses de Kung Fu Wuxia, com movimentos mais circulares e suaves, quase como uma dança, que remetem ao Tai Chi. Em outras lutas podemos ver que Danny conhece estilos de Kung Fu mais agressivos como Cobra, Macaco, Bêbado, entre outros. Também vemos vários dos outros lutadores fazendo uso de armas como bastões, lanças, até mesmo espinhos.
As distinções entre as artes marciais chinesas e japonesas são bem apresentadas e exploradas, como quando Colleen tira sarro de Danny por ele ser Wuxia enquanto ela segue o Bushido e o Kendô. Também diferente de Demolidor, a maioria das lutas são em lugares bem iluminados, e com isso a série usou bem a plasticidade visual que os combates podem ter e é perceptível o quanto a escala e grau de violência sobem durante os episódios.
A trilha sonora também mostra acertos, misturando sintetizadores 70’s e 80’s, lembrando filmes desse período junto com percussões orientais que dão ritmo às lutas e pras cenas de ação. O Hip Hop também se faz presente em momentos pontuais.
As referências, já famosas no Universo Cinematográfico da Marvel não poderiam faltar. Desde citações aos filmes, como Vingadores e referências às outras séries também estão presentes.
Entretanto, a série tem problemas.
Algumas vezes o ritmo cai um pouco, em especial com os Meachum e suas tramas empresariais.
A Fotografia é bem simples e sem personalidade. Mesmo com o Danny sendo um personagem mais “solar”, o máximo que vemos disso são pequenos lampejos dele contra o sol e o céu azul. Não há muito mais além do básico.
Devido às restrições orçamentárias, a série sofreu cortes e diminuições de elementos que engrandeceriam a série.
Punho de Ferro cumpre bem a sua missão. Traz um bom divertimento, apresenta a história de Danny Rand muito bem para o grande público. Adaptando e respeitando o seu material fonte, deixa os ganchos certos pra uma futura segunda temporada e deixa todos os pontos conectados pra reunião dos personagens desse canto do UCM: Os Defensores.
Marvel's Punho de Ferro
Direção
Elenco
Fotografia
Roteiro
4
Resumo
Punho de Ferro cumpre bem a sua missão. Traz um bom divertimento, apresenta a história de Danny Rand muito bem para o grande público. Adaptando e respeitando o seu material fonte, deixa os ganchos certos pra uma futura segunda temporada e deixa todos os pontos conectados pra reunião dos personagens desse canto do UCM: Os Defensores.
Nascido em Fortaleza, trabalha profissionalmente com quadrinhos e ilustração desde 2005, quando começou a vender seus trabalhos pela Internet em sites de vendas como o E-Bay. Trabalhou para editoras norte-americanas, ministrou aulas de desenho e quadrinhos, e vem participando de diversos eventos nos Artists’ Alleys e em painéis sobre cultura pop, quadrinhos e artigos/notícias para o site do Dínamo Studios, do artista Daniel HDR.