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Power Rangers (2017) | Crítica SEM SPOILERS

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Adolescência. Um dos períodos da vida aonde todas as nossas emoções como dúvida, raiva, angústia, indecisão, alegria, força, determinação e tantas outras, muitas vezes conflitantes, vêm à tona. Alguns jovens acabam tornando-se desajustados, saindo da linha do que se entende por regras. No meio do turbilhão, que é esse momento da vida, tudo pode se tornar mais complicado quando jovens ganham super-poderes e o dever de salva o mundo.

Power Rangers, adaptação seriado de TV homônimo dos anos de 1990, chega aos cinemas com as missões de: renovar a franquia, agradar os fãs da série de TV e conquistar novos fãs.

A história base continua a mesma: Cinco jovens residentes de Alameda dos Anjos, aqui uma cidade pesqueira do interior americano, ganham poderes e tem que defender a terra dos inimigos que a ameaçam. A série de TV utiliza-se de obras criadas pela empresa japonesa Toei. No Japão esse tipo de série é chamado de “Super Sentai” (Super Esquadrão) e aqui no Brasil tivemos exibidos nos anos 1980-1990 seriados como Changeman, Flashman e Maskman, que até hoje possuem uma quantidade gigante de fãs.

Da esquerda para a direita: Billy, Ranger Azul (RJ Cyler); Kimberly, Ranger Rosa (Naomi Scott); Zack, Ranger Preto (Ludi Lin); Trini, Ranger Amarela (Becky G); Jason, Ranger Vermelho (Dacre Montgomery).

Jason, Billy, Kimberly, Trini, e Zack são treinados e assistidos por Zordon (Bryan Cranston) e o andróide Alpha 5 (voz de Bill Hader), para que estejam preparados quando a hora de enfrentar a alienígena Rita Repulsa (Elizabeth Banks) chegar.

Zordon (Bryan Cranston), o eterno Walter White de Breaking Bad. “Say my name, Rangers!”

A maior qualidade do filme é justamente a construção de personagens. O diretor Dean Israelite dedica um bom tempo nessa apresentação e, assim, ao mostrar adolescentes em seus conflitos pessoais e sociais num contexto moderno conseguiu criar empatia com o espectador. Entendemos bem porque Jason tornou-se o líder dos Rangers, porque Billy é o coração da equipe, vemos o carisma de Kimberly em prática, a imprevisibilidade e espontaneidade de Zack e a discrição da Trini e, ao mesmo tempo, entendemos bem os motivos deles terem se tornado desajustados dentro no seu dia-a-dia. O filme mostra como esses jovens, antes solitários, conseguem se encontrar e que o evento em comum que eles dividiram traz à eles um novo desafio e talvez o sentimento de união que eles precisam.

“Berebecan catabanda … berebecan catabanda, KIKERÁÁÁ!” Vixe, é outra franquia… Esquece.

A paleta de cores que a fotografia do filme traz é claramente divida entre tons mais escuros e sóbrios nos momentos em que eles estão em suas identidades civis e muda pra cores bem intensas nos momentos em que os personagens estão como Rangers. Há diversas brincadeiras com a câmera como takes giratórios em 360º, hipercloses e visões em primeira subjetivas, remetendo às linguagens atuais de videogames, como também há momentos em que ângulos abertos são favorecidos pelas belas locações naturais escolhidas pro filme.

Os efeitos visuais ficaram bem utilizados. As armaduras e os Zords/MegaZord são bem construídos, pois eles possuem um design moderno e tem bastante peso visual e cinética apuradas. A “Hora de Morfar” ficou excelente também.

As referências, aqui já esperadas, estão presentes. Com seus mais de 20 anos de séries, o filme utilizou de material de séries mais clássicas até obras mais recentes em seu roteiro. Sutis citações a heróis também estão presentes e até mesmo um referência à seriados clássicos japoneses também.

Um excelente acerto do filme é ser inclusivo. Há um membro autista e um membro homossexual e ambos estão muito bem representados e tratados de forma muito respeitosa pelo roteiro.

As poucas coisas que me incomodaram foram alguns clichês comuns ao gênero, que o roteiro os utiliza de forma ineficaz.

A música no filme é bem pobre, tendo apenas como destaque a versão pra cinema da música de abertura da série de TV, que é marca registrada. Além desse momento, a trilha sonora fica aquém.

Outro fato negativo é que há também poucas lutas físicas, que é uma característica marcante desse tipo de série.

Power Rangers cumpre bem a sua missão. É um filme de origem que mostra-se mais referente com obras como Homem-Aranha do Sam Raimi, Matrix das Wachowski e até mesmo os primeiros X-Men do Bryan Singer do que os exemplos modernos do Marvel Studios. Traz um elenco carismático, com atuações competentes com que lhes é pedido. Honra bem suas origens e deixa os ganchos certo para futuros filmes e traz uma história de aceitação, amizade, legado e união dentro de um bom filme pipoca.

Power Rangers (2017)
  • Direção
  • Elenco
  • Fotografia
  • Roteiro
3.5

Resumo

Power Rangers cumpre bem a sua missão como um bom filme de origem.
Traz um elenco carismático, com atuações competentes com que lhes é pedido. Honra bem suas origens e deixa os ganchos certo para futuros filmes e traz uma história de aceitação, amizade, legado e união dentro de um bom filme pipoca.

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