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Pequena Gotham

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Quem disse que tem quer ser dark para ser bom?

Em tempos de sangue, o público exigindo mais seriedade, tons mais obscuros, muito disso por conta dos filmes da trilogia do Christopher Nolan para o Batman (que tenho minhas ressalvas, mas isso é para outro papo). Com a série do Demolidor, trazendo esse cenário pesado e violento que amamos, fica difícil acreditar que algo com um teor mais leve que utiliza-se de uma série de personagens bem perturbados, e está centrada em um cidade aonde a escuridão reina. Pequena Gotham consegue balancear o peso desses personagens e da cidade em si, com leveza e humor pontuais.


Pequena Gotham é um projeto escrito e ilustrado por Dustin Nguyen em parceria com Derek Fridolfs. Inicialmente a série saiu em formato digital e, posteriormente, impressa em encadernados. No Brasil, a Panini publicou o primeiro volume em março de 2015.

Neste belo encadernado, temos seis pequenas histórias. O primeiro arco se passa no Dia das bruxas, trazendo uma história muito divertida do Damien entendendo um pouco dessa festa maluca e bizarra. Logo damos um salto para as comemorações do dia de ação de graças.

Na segunda parte, visitamos o natal e a festa de final de ano. A história natalina, centrada no Sr. Frio, tem um final muito cativante e chega a emocionar. E no ano novo, é a farra das garotas, Hera venenosa, Mulher Gato e Arlequina em suas resoluções de fim de ano.

Na parte três, acompanhamos o “O Coringa, O Palhaço, O Joker” em uma engraçada desventura para escapar do dia dos namorados. Em seguida acompanhamos Damien, Katana e Alfred desbravando o Ano novo chinês.

Chegando à parte quatro, seguimos Batman e Asa Noturna em uma grande investigação em pleno Dia de São Patrício. Logo após nos divertimos com as loucuras do Chapeleiro em plena Páscoa.

Aproximando-nos da reta final, uma pequena historia do Sr. Frio, sobre gentileza e esperança. Mas as comemorações não param! Dando continuidade a parte cinco, rimos muito com Robin, Katana, Red Robin e Colin, enfrentando ‘los luchadores de Bane’, nas comemorações de Cinco de Maio, o inusitado dia em que se comemora a vitória do exército mexicano sobre as forças francesas na batalha de Puebla.

Finalizando, temos duas divertidas e belas histórias, sobre o dia das Mães, e sim, o dia de descanso do Alfred (ou será que não?) em um conturbado dia dos Pais.

A edição da Panini Books, mais uma vez não deixa a desejar, mas lógico que nem tudo é 100%. Mais uma vez a falta de extras, é um ponto negativo. Para não dizer que não existe extras, a edição nacional, vem com duas histórias rápidas, de duas páginas, da mesma equipe criativa, levando o selo “Um pequeno conto de Gotham”. Publicados originalmente em Detective Comics Anual 11 e Batman Anual 27.

A arte é de uma leveza e da vontade de ficar admirando por horas. As histórias com um ritmo bem alegre, é cheia de referências a toda a mitologia do Cavaleiro das trevas, inclusive icônicas partes da serie da década de 60 (Quem pode esquecer os movimentos precisos da Batusi?)

Pequena Gotham, é um exercício de experimentação e quebra de paradigmas, mostrando que podemos sim, nos divertir quando não nos levamos tão a sério.

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