Meu Malvado Favorito 3 chegou aos cinemas inaugurando a temporada de férias e nós do Multiversos já conferimos mais essa aventura.
Gru continua agora o seu trabalho como agente secreto, ao lado de Lucy, sua esposa, ambos do lado dos mocinhos. Gru já não sente mais vontade de ser vilão, devido a influência positiva das meninas na sua vida, e o trabalho ao lado de Lucy também o faz dedicar a sua engenhosidade e inteligência para prender supervilões.
Balthazar Bratt
Dessa vez o vilão é Balthazar Bratt, ator mirim de um seriado dos anos 1980 que, após ser demitido porque “cresceu”, acaba personificando o seu papel de vilão, usando tudo o que de pior e de brega os anos 1980 deram para humanidade, sejam os mullets ou as malditas ombreiras nos paletós.
Junto com a vinda desse novo vilão, Gru descobre ter um irmão gêmeo, Dru, que lhe foi escondido e que agora quer conhece-lo e assim preencher essa lacuna vazia de sua vida.
Gru & Dru
Muita coisa e um monte de gente, não? O que pode parecer o prenúncio de um desastroso filme com uma história bagunçada e perdida mostrou-se um bom roteiro bem narrado. O texto de Cinco Paul e Ken Daurio segue certinho e sem problemas, criando arcos narrativos simples e bem feitos para os personagens, sem ousadias ou inovações, mas sendo uma ação narrativa bem executada.
Os novos personagens foram boas adições. Balthazar tem suas motivações simples e mostram de forma divertida e hilária os anos de 1980 e funciona bem como homenagem e sátira. Dru é o gêmeo oposto de Gru e funciona por completar uma lacuna em Gru que estava vazia, que eram suas origens paternas. Outro acerto é que dessa vez os Minions não roubam a cena. O filme é uma história do Gru e como ele lida com suas frustrações e dúvidas e como ele as supera. Até mesmo as subtramas funcionam, com Lucy e as meninas envolvidas nas descobertas entre mãe e filhas.
Além de uma boa história, Meu Malvado Favorito 3 tem uma animação fantástica. É colorida, viva e fluente. A fotografia acerta o tempo todo em saber mostrar bem as ações e ser singular em momentos necessários. As texturas estão belíssimas, citando, por exemplo, uma roupa preta que Gru usa onde se vê cada textura reluzindo perfeitamente correta. As paletas de cores funcionam bem narrativamente. É uma beleza mesmo!
Como um filme que reverencia os anos 1980, ter Michael Jackson, A-HA, Dire Straits e toda a música pop do período na trilha sonora é obrigatório e até mesmo as gags visuais das séries do período também estão lá.
O longa mantém o seu time de dubladores e acerta bem, com Leandro Hassum fazendo Gru e Deu com segurança e personalidade, Maria Clara Gueiros fazendo Lucy muito bem e a bem-vinda adesão de Evandro Mesquita deixando o Balthazar Bratt mais 80’s do que nunca.
Meu Malvado Favorito 3 é um produto corretamente executado para entreter. Sim, o longa não faz cerimônia nenhuma de esconder que é um produto feito para ganhar nas bilheterias com um filme família inofensivo e divertido que vai gerar uma pilha gigante de grana com brinquedos. Vai desagradar os mais exigentes, mas acertará em que for se divertir. Afinal de contas, cinema é ‘pra’ isso, não?!
Nascido em Fortaleza, trabalha profissionalmente com quadrinhos e ilustração desde 2005, quando começou a vender seus trabalhos pela Internet em sites de vendas como o E-Bay. Trabalhou para editoras norte-americanas, ministrou aulas de desenho e quadrinhos, e vem participando de diversos eventos nos Artists’ Alleys e em painéis sobre cultura pop, quadrinhos e artigos/notícias para o site do Dínamo Studios, do artista Daniel HDR.