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Emoji: O Filme | Crítica (Sem Spoilers)

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Emoji – O Filme, a mais nova animação da Sony Pictures, que estreará no próximo dia 31 de agosto e nós do Multiversos assistimos a cabine de imprensa e vamos falar sobre esta animação. Não se preocupe, será textos sem spoilers. Queremos agradecer mais uma vez o convite das amigas da Espaço Z pelo convite.

O longa conta a historia de Gene, um jovem Emoji Meh que vive em Textopolis, lar dos emojis e que existe dentro de cada celular da terra. O jovem Gene irá começar o seu novo trabalho na grade de emojis, onde cada figura fica no seu cubículo e é escolhida pelo usuário. Alguns emojis são muito populares e ganham status de celebridades, como o Cocô (Poo) e o Capetinha (Evil), já outros caem no esquecimento, como o Bate Aqui (Hi 5). No seu primeiro dia, Gene acaba cometendo uma falha e gerando um problema no sistema e a administradora, Sorrisinho (Smiler), decide deletar o problema, tornando Gene um pária. Todo esse problema no celular atrapalha Alex, o dono do celular, que acaba mandando o emoji errado para Addie, sua amiga de classe e seu “crush” pra festa do colégio. Assim, Gene junto de Bate Aqui buscam voltar para Textopolis e Alex tenta responder Addie com o emoji correto e convidar Addie para o baile.

O conceito principal, de um elemento de uma sociedade que é caçado pelo sistema e que busca seu lugar de volta, é até bom e já gerou diversas obras legais, como Minority Report, por exemplo. O maior problema do roteiro de Eric Siegel, Mike White e Tony Leonis, que também dirige o longa, é que o filme não abraça a ousadia. Gene, mesmo sendo o protagonista, não gera empatia porque é mal construído e chato. O Bate Aqui é apenas engraçadinho e com piadinhas manjadas. Do lado humano, Alex e Addie em nada acrescentam a trama dentro do celular, esses personagens são terciários na enredo e, se fossem retirados, não fariam falta.

A falta de ritmo faz a obra de 91 minutos parecer beeeeem maior. Mesmo com os atos bem delimitados, a trama não empolga. Apesar da adição da Emoji Hacker chamada Rebelde no segundo ato, o filme não melhora. Nenhuma cena de “ação” empolga. Os diálogos soam manjados e fabricados, desde a falsa anarquia do Bate Aqui até os discursos de empoderamento da Rebelde. Tudo soando ter sido planejado por um comitê de RP, marketing e produtores engravatados e suas malditas planilhas e pesquisas de opinião. Não há visões artísticas aqui e, no fim das contas, todos os personagens são esteriótipos mal utilizados.

Adicione nisso um monte irritante de jabás explícitos. Facebook, Spotify (“Navegue nas ondas da música”), Youtube, Instagram, Twitter e até mesmo joguinhos como Candy Crush e Just Dance, e o ápice da canastrice com o Dropbox (“aqui não entra malware”). Pegue aqueles jabás caras-de-pau de novelas e multiplique por 1000, porque mesmo inseridos na trama esses momentos não melhoram em nada o roteiro. A trilha sonora inexiste aqui. Péssima e má utilizada também.

O mais triste é ver que, graficamente, a animação é belíssima. Dá para ver que tinham um orçamento forte para a área da animação. Character design, texturas, conceitos de cenários, enquadramentos, luz e sombra. Tá tudo certinho e muito bonito. Porém toda essa beleza é desprovida de conteúdo, ficando apenas muito bonita na tela e nada mais.

A dublagem nacional também está legal. Sem apelar para celebridades, todas as vozes são agradáveis e encaixam bem nos personagens e, sim, Guilherme Briggs empresta a voz aqui.

Ao final de tudo, Emoji – O Filme é um produto ruim feito por engravatados. Aquele tipo de serviço onde todo mundo mete a mão, menos os artistas, que apenas cumprem o que lhes é ordenado, com altíssima qualidade artística, mas sem um pingo de emoção.

Emoji : O Filme
  • Direção
  • Elenco
  • Fotografia
  • Roteiro
1.5

Resumo

” – Emoji – O Filme é um produto ruim feito por engravatados. “

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