A CONVITE DA ESPAÇO Z NÓS DO MULTIVERSOS FOMOS CONFERIR A CABINE DE UM DOS FILMES MAIS AGUARDADOS DO ANO, EM RITMO DE FUGA, O MAIS NOVO LONGA METRAGEM DE EDGAR WRIGHT.
Edgar Wright sempre é um diretor que se arrisca, seja em zumbis (Todo um do quase Morto) em Tiras Brucutus (Chumbo Grosso) , em alienígenas (Heróis de Ressaca) e em adaptações de gibis (Scott Pilgrim contra o mundo) e Em Ritmo de Fuga (Baby Driver) , Wright vai pra um novo parquinho: os filmes de assalto.
Baby (Ansel Elgort) é um piloto de fugas nos audaciosos assaltos arquitetados por Doc (Kevin Spacey) e as suas equipes de ladrões. Baby não gosta de dever ao Doc e com isso participar dos crimes e quando ele conhece e se apaixona por Deborah (Lilly James) , uma garçonete que trabalha na cafeteria predileta de Baby, ele ganha um motivo maior pra sair da vida do crime, mas Baby descobrirá que sair do Crime não é tão simples assim.
Ansel Elgort , oriundo de obras fracas como os Divergente e A Culpa é das Estrelas, surpreende como a estrela do filme. Ele praticamente carrega o filme nas costas. A sua atuação além de carismática é precisa tecnicamente, tanto em voz como em imagem, porque consegue passar como Baby sendo como ele é ,lida com essa situação toda e usa habilmente linguagens visuais como dança, postura corporal e até mesmo linguagem de sinais. Baby é um personagem muito bem construído e tridimensional. O mesmo pode ser dito da Deborah de Lilly James, com uma Deborah que mostra-se apática e insatisfeita com o seu presente e que vê em Baby um par e alguém que pode dar um novo sentido na sua vida.
O restante do elenco situam-se nos arquétipos do gênero. Kevin Spacey é chefão ganancioso, Jon Bernthal e Jamie Foxx praticamente são os mesmos personagens. John Hamm é o ladrão galante e Eiza González é a maluquinha sexy. Sim, todos eles usam esses arquétipos muito bem a favor da história, mas não passam disso.
A trama é simples e funcional. Wright, que aqui também assina o roteiro , entende muito bem as engrenagens desse tipo de obra, sabendo conduzir bem a trama com algumas subversões pontuais mas que no geral fica sempre dentro dos parâmetros das ideias gerais do genêro.
A grande sacada do filme é como a história é contada pro espectador. Wright entende muito bem o porque do cinema ser uma obra audiovisual. A trilha sonora de Steven Price é perfeita. Todas as músicas foram escolhidas a dedo por Wright e são corretamente utilizadas na narrativa principal. Os efeitos sonoros de tudo tem uma função na trama. Eu recomendo muito que só descubram a trilha sonora do longa quando verem o filme e que procurem uma sala de cinema com o melhor som possível porque isso fará toda a diferença ao ver o filme.
Por justamente ter uma trilha sonora tão poderosa é que espertamente Wright criou coreografias perfeitas de ação que se encaixam em sincronia com a trilha. De balas a para-brisas e até mesmo estalos de dedos, a sincronia é perfeita. Com isso ganhamos sequências de perseguição de carros fantásticas. Todas incrivelmente bem narradas graças a edição ágil de Jonathan Amos e Paul Machliss e a fotografia de Bill Pope. Cada frame de tela conta e é usada sagazmente pra contar a história, seja uma sequência de cortes rápidos ou um ousado plano sequência num momento trivial. Some tudo isso com o grande design de produção e de arte de Marcus Rowland, Nigel Churcher, Justin O’ Neal Miller que também usam a trilha sonora na arte e como cada personagem tem uma paleta de cores simples e diferenciada e até descubra qual dos personagens foi claramente inspirado num piloto de uma galáxia muito, muito distante.
Pra fechar, Wright é um nerd de carteirinha. O filme tá recheado de referências de outros longas, que não de monstrinhos olhudos a replicantes em fuga. Isso sem falar de música, um elemento perene em cada frame do longa.
Em Ritmo de Fuga é sem dúvida nenhuma uma aula de como se fazer cinema. Reverente ao passado e irreverente no presente, Edgar Wright se coloca como um criador que entende da mídia que usa e cria obras suas carregadas de personalidade e qualidade, sem nunca deixar de divertir o seu espectador.
Em Ritmo de Fuga
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Direção
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Elenco
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Fotografia
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Roteiro
Resumo
“- Em Ritmo de Fuga é sem dúvida nenhuma uma aula de como se fazer cinema.”