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Doutor Sono | Crítica (SEM Spoilers)

Doutor Dono, dirigido por Mike Flanagan, é a adaptação do livro homônimo de Stephen King. As obras são uma continuação direta de O Iluminado, um dos livros mais celebrados de King e que teve uma adaptação para o cinema feita por Stanley Kubrick, gerando uma das obras seminais do cinema.

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Doutor Sono, dirigido por Mike Flanagan, é a adaptação do livro homônimo de Stephen King. A obra é uma continuação direta de O Iluminado, um dos livros mais celebrados de King e que teve uma adaptação para o cinema feita por Stanley Kubrick, gerando uma das obras seminais do cinema.

Na infância, Danny Torrance conseguiu sobreviver a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado por espíritos malignos do Hotel Overlook. Danny cresceu e agora é um adulto traumatizado e alcoólatra. Sem residência fixa, ele se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospital local. Mas a paz de Danny está com os dias contados a partir de quando cria um vínculo telepático com Abra, uma menina com poderes tão fortes quanto aqueles que Danny bloqueia dentro de si.

Flanagan sabia da responsabilidade que tinha em mãos. Criar uma obra que pudesse superar o longa original de Stanley Kubric seria uma tarefa maluca. Então ele não tenta fazer isso, e de maneira esperta em sua maioria, ele se apropria e utiliza o filme de Kubric como planta base pra construir o seu filme. Você pode até assistir Doutor Sono sem ter visto O Iluminado, mas vai perder MUITA COISA.

O roteiro também escrito por Flanagan é bastante linear. Ele gasta um tempo um pouco maior no primeiro ato, apresentando os seus personagens e amarrando O Iluminado com Doutor Sono, partindo para um segundo ato ágil, que realmente tem um ritmo muito bom e chegando no ato conclusivo onde ele afirma de vez a sua referência e reverência ao filme de Kubric. O roteiro segue em diversos momentos o clima de terror e horror, tendo até algumas sequências bastante perturbadoras, que são mostradas sem pressa devido ao longo tempo de duração do longa (151 minutos), entretanto o filme acaba se mostrando uma aventura fantástica, tipo filme de uns “mutantes x” que tem por aí, com detalhes de terror, mas não menos pesado ou dramático por isso.

Visualmente o filme até cria momentos seus, mas Michael Fimognari também usa a fotografia simétrica e em diversos momentos replica planos e até takes inteiros do filme clássico, assim como a trilha sonora produzida pelos The Newton Brothers utiliza melodias oriundas de O Iluminado.

Ewan McGregor traz, como poucos, o peso e dor que Daniel Torrance tem ao longo dos anos como uma pessoa traumatizada e cheia de demônios do passado. Rebecca Ferguson faz de sua Rose uma figura má e debochada, exalando sempre confiança e poder. A grande surpresa é a força da atuação da jovem Kyliegh Curran e sua Abra descobrindo e manipulando a sua “iluminação” com a segurança de um veterano e trazendo uma atuação muito sincera frente à loucura que a rodeia.

Um dos pontos mais perceptíveis do filme acaba se tornando um dos seus problemas, que é a reverência ao filme de Stanley Kubrick. Há momentos em que isso atrapalha ao invés de ajudar. Também há umas duas cenas que poderiam ter sido retiradas, pois só incharam o filme.

Doutor Sono é uma obra competente. Tendo no elenco o seu melhor elemento, o filme traz uma boa diversão, que não estraga a memória e o legado que O Iluminado construiu através das décadas, mas prova-se um elemento que se não existisse, não faria falta no universo construído por King e Kubrick.

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