Demolidor: 3ª Temporada | Crítica - Multiversos
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Demolidor supera as expectativas com temporada eletrizante!

Demolidor, nos quadrinhos há muito o personagem sustenta a alcunha de “O Homem Sem Medo”, e basta você ler algumas das histórias do herói para que entenda o quanto o rótulo é apropriado. Em sua terceira temporada a série do Demolidor, mais um produto da parceria Netflix/Marvel, se mostra, também, digna do mesmo título.

“A Queda de Murdock?”

A temporada começa imediatamente após os eventos de “Os Defensores”. Matt Murdock está desaparecido e, com o passar dos meses, a falta de notícias faz com que seus amigos passem a aceitar que o pior aconteceu.

Mas Murdock está escondido, se recuperando de seus graves ferimentos no mesmo orfanato para onde o herói foi enviado quando criança, logo após a morte do pai. Matt não é mais o mesmo, sombrio, amargurado e muito mais violento. Sua fé sempre inabalável, que por vezes foi seu porto seguro, agora fraqueja, o que faz com que o herói questione a si mesmo, seus méritos e valores.

Andando numa linha tênue, Matt aparenta estar chegando no seu limite moral, quando o retorno de seu maior inimigo parece colocar o vigilante em um caminho sem volta. Matt mal sabe o que realmente o aguarda!

Como esperado a série é inspirada na maior história em quadrinhos do Demolidor, A Queda de Murdock. Escrita nos anos 80 pelo grande Frank Miller, a história acompanha os acontecimentos na vida de Matt após seu maior inimigo, o Rei do Crime, descobrir sua identidade secreta. O que se segue é a destruição não só da figura heroica do Demolidor, mas de todos os aspectos da vida de Matt. O arco dramático é recheado de temas fortes como drogas, prostituição, traição e outros.

A série adapta alguns elementos vistos na HQ clássica, mas o tom obviamente não é tão pesado quantos dos quadrinhos, mas ainda sim funciona muito bem dentro da proposta do enredo.

Retornos em grande estilo

Depois de ficar à sombra do Justiceiro e em meio ao seu dramalhão digno de novela mexicana com Elektra na temporada anterior, a terceira temporada deu sinais desde o início de que resgataria tudo o que a série tinha de melhor. E resgatou mesmo!

A narrativa é fluida desde seu primeiro episódio. O ritmo é cadenciado nos episódios iniciais para contextualizar o espectador dos conflitos e dilemas do protagonista, da ascensão dos antagonistas e das sub-tramas envolvendo os coadjuvantes. Ao chegarmos à metade da temporada as coisas aceleram na medida certa e, na parte final da temporada, temos 3 episódios de tirar o fôlego!

O roteiro sólido e bem amarrado dispõe de maneira harmoniosa os dilemas do personagem, a ascensão de Wilson Fisk e as nuances envolvendo os coadjuvantes. Todos estes elementos formam uma cadeia de acontecimentos muito bem desenvolvidos, com pontos de virada em muitos episódios e diálogos fortes e bem construídos. Mesmo os primeiros episódios, onde a história ainda está se moldando, são bem dinâmicos e não causam qualquer desinteresse.

O roteiro gira em torno da descrença de Matt no sistema, em sua fé católica e até em seus ideais heroicos. Entre o embate entre o vigilante, o herói e a frágil linha que impede que seu forte senso de justiça seja irremediavelmente distorcido.

Por outro lado, a ameaça de Wilson Fisk cresce a cada capítulo, chegando a ser desesperador o momento em que tomamos ciência da perfeita arquitetura desenvolvida por Fisk para seu retorno e sua vingança. O segundo antagonista da série é fruto dos planos de Fisk, e surpreende positivamente pela maneira como é apresentado e utilizado. Fisk retorna mais poderoso do que nunca, e a vida de Matt e de seus amigos nunca correu tanto perigo.

Falando neles, Karen Page e Foggy Nelson voltam com a qualidade e a profundidade crescentes já vistas nas temporadas anteriores. O roteiro reserva um bom tempo de tela para cada um, para desenvolver suas questões e dilemas, ao mesmo tempo em que costura a importância de ambos para o desenrolar da trama.

O que era bom, ficou ainda melhor!

Os valores de produção continuam excelentes. As lutas continuam muito bem coreografadas, com as tradicionais cenas de combate em corredor tudo filmado em plano sequência. Desta vez temos uma que dura cerca de 11 minutos, tudo filmado direto, sem cortes, um show de direção, atuação e coreografia.

A fotografia mantém a qualidade vista nas temporadas anteriores e ressalta com perfeição o clima sombrio da trama, principalmente pela boa escolha da paleta de cores e pela construção dos cenários.

A trilha sonora novamente é assinada por John Paseano que mais uma vez mostra sua competência nas escolha dos temas musicais. Aliás, entre eles temos um tema musical que está presente no game Mass Effect 3.

O Demônio e seus amigos

Novamente o elenco é o ponto alto da série. Impressiona como o showrunner da série, Erick Olsen, conhece bem seus personagens.

Começamos por Charlie Cox que, pela terceira vez, dá vida a Matt Murdock/Demolidor. Desta vez o personagem está em crise, o Matt que sobreviveu a catástrofe no final de ‘Os Defensores’ não acredita mais no sistema, duvida da fé e dos desígnios de Deus e não acredita mais que Hell’s Kitchen precise de um herói, mas de um vigilante que não se omita em usar todo e qualquer meio para deixar a cidade segura. Com o avanço da história, vemos um Matt perdendo suas convicções e se afastando dos amigos, envolto pela fixação em deter Wilson Fisk. Aos poucos Matt entende o quanto suas escolhas foram erradas, à medida que sua vida desmorona ao ser incriminado e ver o Demolidor desacreditado perante a opinião pública.

Charlie Cox continua muito bem no papel transmitindo a verdade das emoções de um Matt esgotado fisicamente e abalado psicologicamente, mas que coloca seu dever acima de qualquer coisa em uma jornada que ensinará ao protagonista o real significado da figura do herói e a importância das pessoas que o amam em sua vida, mesmo diante de suas difíceis escolhas.

Karen Page (Deborah Ann Woll) continua a mesma mulher poderosa e corajosa das temporadas anteriores e nesta sabemos mais de seu passado e dos fantasmas que assolam a bela repórter. Karen tem um papel fundamental no desenvolver do show.

Há um fun service bacana na temporada em relação ao papel da jornalista no descobrimento da identidade secreta do Demolidor por Fisk, mas sem o mesmo impacto ou contorno pesado da HQ ‘A Queda de Murdock’.

Assim como Karen, Foggy Nelson também tem seu papel fundamental no desenrolar da trama e na resistência ao sórdido plano de Fisk, mas Foggy, ao contrário de Matt, não perdeu a fé no sistema. Pelo contrário, é utilizando as vias legais que Foggy pretende frear a investida do vilão. Em paralelo, o jovem advogado precisa lidar com os problemas em sua família, e com a sua quase insatisfação com sua nova e confortável vida. Foggy é interpretado pelo competente Elden Henson, que novamente responde muito bem ao papel. Ao lado de Karen, Foggy é o ponto de equilíbrio na vida de Matt.

Das novas adições ao elenco temos que destacar o Jay Ali como o agente do FBI Ray Nahdeem, o elemento responsável por trazer humanidade pura e simples a toda esta equação. Nahdeem é o gatilho involuntário para o inicio dos planos de Fisk.

Os Antagonistas

O antagonismo da série é liderado por Wilson Fisk e Ben Poindexter. Enquanto o primeiro retorna com o desejo de vingança e de se estabelecer como único chefe do crime na cidade, o segundo é apresentado e desenvolvido para se tornar, no futuro, um dos maiores adversários do Demolidor, conhecido como Mercenário.

A construção do Mercenário passa pelos distúrbios mentais do personagem e suas fortes tendências psicóticas. Esta personalidade é aliada a um conjunto de habilidades que aparentemente nasceram com o personagem, uma sacada interessante dos roteiristas para não se alongarem demais com explicações cansativas sobre as habilidades de Poindexter.

Poindexter é frio, obstinado e perturbadoramente sádico, como uma mira impressionante, fazendo jus ao apelido de sua versão nos quadrinhos: “O Homem que nunca erra!”

O ator Wilson Bethel é o responsável por dar vida a Poindexter, com uma atuação que ressalta os medos, a crueldade e a paranoia insana de seu personagem, depois de “domado” pelo Rei do Crime, Poindexter finalmente se solta e o que vem a seguir é de tirar o folego, naquele que eu considero o melhor episódio da temporada.

Mas o destaque a Poindexter e todo o seu arco narrativo são dosados na medida, para não ofuscar o grande antagonista da série.

O Rei do Crime

Depois de ser preso, humilhado e derrotado pelo Demolidor na primeira temporada, Wilson Fisk deu mostras na temporada seguinte que um plano meticuloso e complexo estava sendo armado pelo vilão.

E não deu outra, em sua terceira temporada a série mostrou o real poder do vilão. Capaz de manipular a todos, Fisk intimida, ameaça e suborna costurando uma teia aparentemente sem falhas, ficando sempre vários passos a frente de qualquer um que ouse se impor em seu caminho.

Vincent D’Onofrio é um Wilson Fisk muito próximo a sua versão dos quadrinhos. Um gangster cruel e sanguinário, capaz de qualquer atrocidade para manter o poder. O mafioso desacredita a figura do Demolidor e incrimina Matt Murdock ao mesmo tempo em que manipula eventos para trazer a opinião pública de volta a seu favor. O poder da palavra é um dom absolutamente presente no vilão.

Enquanto isso nos bastidores do mundo do crime, Fisk cirurgicamente elimina adversários e constrói um cenário absolutamente favorável para que o vilão se consolide como o real chefão do crime em Hell’s Kitchen. Um verdadeiro Rei do Crime cuja ameaça recai sobre a democracia e liberdade.

Assim como Matt, o Rei do Crime também é atormentado pelos fantasmas do passado, e talvez sua única fraqueza seja o amor que nutre pela sua amada Vanessa, a quem o Rei reserva um lado surpreendentemente sensível e doce, ao melhor estilo A Bela e a Fera.

Vale ou não a pena assistir?

Em meio aos cancelamentos de Luke Cage e Punho de Ferro, a terceira temporada de Demolidor acerta em quase tudo, tem o mérito de trazer de volta e potencializar tudo que fez da série um sucesso em sua temporada de estreia e que parece ter ficado um pouco esquecido na temporada seguinte.

De negativo o excesso de episódios, toda a historia contada nesta terceira temporada caberia perfeitamente em 10 episódios, o que deixaria a série mais enxuta e ainda mais agradável de assistir. O passado de Karen Page contado em um episódio inteiro, poderia perfeitamente ser resolvido com trechos de flashbacks, como por exemplo, no surpreendente evento envolvendo a Irmã Maggie (Joanne Whalley).

Mas os pontos negativos afetam muito pouco a qualidade da experiência. Na real, Demolidor sintetiza a necessidade de um herói a margem da lei em meio a uma ameaça que corrompe e manipula o próprio sistema, com cenas de ação de muita qualidade, que não acontecem de maneira gratuita, mas trabalham para valorizar os momentos dramáticos do show. As soluções de roteiro surpreendem o expectador, que finaliza os 13 episódios desta temporada ansioso para a próxima.

Resumo

A nova temporada apresenta um Demolidor destruído física e emocionalmente, cheio de dúvidas e dilemas sobre sua vida e conduta, ao mesmo tempo em que consolida a ascensão do Rei do Crime e a constituição de uma nova e mortal ameaça. Inspirado no clássico das HQs “A Queda de Murdock”, vemos Matt em uma jornada de superação, descobrimento e afirmação daquele que merecidamente carrega o título de “O Homem Sem Medo”.

Séries | TV

Crítica | ‘Percy Jackson e os Olimpianos’: uma jornada de altos e baixos na terra dos semideuses

A série do Disney+ inicia com promessas, mas perde o fôlego ao longo da temporada, deixando os fãs divididos sobre sua adaptação do universo de Rick Riordan.

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A série “Percy Jackson e os Olimpianos” começou com uma abertura que prometia honrar a obra de Rick Riordan, especialmente através do seu episódio piloto. Nele, houve uma execução notável tanto na narrativa quanto na dinâmica dos personagens e na composição das cenas. Não é de se surpreender que a crítica tenha inicialmente aprovado a produção com uma taxa de 95%, no entanto, nem tudo acabou sendo um manjar dos deuses para os fãs, que esperavam algo notavelmente melhor do que as péssimas adaptações cinematográficas da Fox.

A série é uma boa adaptação?

Ao adaptar uma obra literária para o formato audiovisual, inevitavelmente surgem escolhas narrativas que moldam a experiência do espectador. Com um elenco mais jovem e a marca Disney, esta versão de Percy Jackson se alinha ao estilo das produções familiares do estúdio. O tom mais leve e infantil visa oferecer uma aventura acessível para crianças, jovens e adultos, o que pode desapontar aqueles que esperavam uma abordagem mais madura.

Navegar nessas expectativas, especialmente em relação à fidelidade da fonte original, é um desafio delicado. A frustração pode aumentar ao perceber que esta adaptação de Percy Jackson não atinge os padrões técnicos esperados da Disney. As escolhas de James Bobin, como os fade-outs para transições entre cenas nos primeiros episódios, podem se tornar cansativas à medida que se repetem ao longo da série, especialmente em momentos que exigiriam mais recursos visuais e CGI.

Declínio narrativo e de montagem

No entanto, ao longo da temporada, a série perdeu seu rumo e falhou em cumprir até mesmo o mínimo esperado. Apesar de ter todos os ingredientes para se tornar uma promessa do streaming, “Percy Jackson e os Olimpianos” falhou em sua execução episódio após episódio. Além dos deslizes ao longo do caminho, a série também pecou ao não apresentar uma única cena de impacto, o que comprometeu a experiência visual de quem esperava grandiosidade.

Orçamento

De acordo com fontes da Variety, o orçamento da série foi estimado entre 12 e 15 milhões de dólares por episódio, embora a Disney não tenha confirmado os valores. É lamentável perceber que, ao invés de investir em cenários cativantes e cenas de ação marcantes, a produção optou por diálogos longos e muitas vezes desnecessários. Talvez a intenção fosse explorar as emoções em meio a arcos corridos, mas isso falhou miseravelmente.

Um elenco dos deuses

Comparada aos filmes de “Percy Jackson”, a série do Disney+ pode ter seus méritos, mas fica para trás em relação ao clímax. No entanto, a produção acertou em alguns aspectos. Além do primeiro episódio, que trouxe uma sensação positiva e promissora, a série acertou na escolha do elenco, especialmente o trio de protagonistas. Walker Scobell, Leah Jeffries e Aryan Simhadri conseguiram cativar o público com suas interpretações carismáticas.

O que esperar do futuro da série?

Apesar dos tropeços, a série “Percy Jackson e os Olimpianos” apresenta uma mistura de acertos e desafios. Embora tenha começado promissora, com um episódio inicial bem executado e um elenco talentoso, a série enfrentou dificuldades em manter a qualidade narrativa e técnica ao longo da temporada. A falta de cenas impactantes e o desgaste de certas escolhas de direção deixaram, nós, espectadores, um pouco insatisfeitos, pela falta de grandiosidade da série. Caso haja uma segunda temporada, como esperado, a produção terá uma nova oportunidade para corrigir o rumo e honrar o universo dos semideuses como ele merece.

Nota: 6,5/10.

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Séries | TV

The Last of Us | HBO renova oficialmente série para uma segunda temporada

Após sucesso da primeira temporada, segundo ano está oficialmente garantido, mas ainda sem data de estreia definida.

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A HBO acaba de anunciar em suas redes sociais que a segunda temporada de The Last of Us está oficialmente confirmada, veja:

 

A emissora, no entanto, não divulgou uma data para o retorno da série, mas presume-se que aconteça em 2024.

Apesar da primeira temporada ainda está no ar, sua precoce renovação se deve muito ao sucesso que a série vem ganhando desde sua estreia, a ponto de ser aclamada como uma das melhores séries da atualidade.

A renovação não chega a ser surpresa, por conta de todo o sucesso que a série tem feito — sendo que ela ainda não teve nem três episódios exibidos. Porém, com essa confirmação tão adiantada, os produtores já podem começar a pensar no próximo ano e os fãs podem ficar tranquilos sabendo que teremos mais de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) em tela.

Ramsey, que interpreta Ellie, recentemente disse em entrevista à BBC que era bem “provável” que a adaptação do jogo de PlayStation ganharia um segundo ano. “Se as pessoas continuarem assistindo, acho que [uma segunda temporada] é bem provável. Depende dos caras da HBO. Não há nada confirmado ainda, então teremos que esperar para ver”.

Agora só nos resta acompanhar os demais episódios da série que ainda promete muitas emoções para a jornada de Joel e Ellie.

The Last of Us tem seus episódios transmitidos semanalmente, todo domingo, às 23h, pela HBO Max ou no HBO channel.

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Críticas

Crítica | Todo Dia a Mesma Noite emociona e clama por justiça

Minissérie em 05 episódios estreia em busca de justiça para as vítimas do incêndio da Boate Kiss.

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10 anos. Uma década já se passou desde que a fatídica noite da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, aconteceu. O brutal caso do incêndio da Boate Kiss e suas 242 vítimas fatais ainda é muito vivo na memória do brasileiro até hoje.

Tragédia

Madrugada de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria. Durante 2:30hs, um incêndio ceifou a vida de 242 jovens e feriu mais 636, durante um show do grupo Gurizada Fandangueira. Rapidamente, as investigações apuraram que não foi um acidente comum, e sim, uma violação dos códigos de segurança, causando a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio.

Este terrível caso se espalhou pela mídia nacional e internacional em questão de horas, e uma década depois a Netflix refresca nossa memória trazendo esta história de volta à tona na minissérie Todo Dia a Mesma Noite, onde esta se baseia no livro homônimo de Daniela Arbex, e segue mostrando os desafios e a incessante luta por justiça das famílias envolvidas.

História

Da apresentação de umas poucas famílias até o momento do ocorrido, o episódio inicial apresenta de maneira brutal como tudo aconteceu na noite da tragedia. Já nos outros episódios seguintes mergulhamos na dor e angustia dessas famílias, lutando por justiça durantes estes 10 anos de sofrimento.

Com uma qualidade impressionante, a produção usa de ótimas atuações para alcançar rapidamente o emocional do espectador, que desde os primeiros momentos sente a apreensão do que está por vir e termina acompanhando com a mesma dor que os personagens estão sentindo. A minissérie nos apresenta uma escolha narrativa interessante ao nos mostrar através de pais desolados pela morte dos filhos o absurdo de um ato tão trágico sair impune.

O roteiro da trama busca uma abordagem mais rápida após o ocorrido de 27 de janeiro, passando por alto por vários detalhes, mas ainda assim não é menos avassaladora. O elenco é bem aproveitado, dando destaque aos atores e atrizes Thelmo Fernandes, Débora Lamm, Paulo Gorgulho, Bianca Byington, Leonardo Medeiros e Bel Kowarick que dão um show de interpretação sempre que aparecem em tela. Exceção apenas do núcleo investigativo, do qual some de tela repentinamente e, principalmente por um deles ser um parente em luto, deixa a sensação que havia mais a ser explorado.

Todo Dia a Mesma Noite abre uma ferida na esperança de que dessa maneira tudo isso possa enfim ser encerrado. As vítimas nunca voltarão à vida e seus familiares nunca irão superar a dor, mas talvez, ao expor as falhas na justiça desse caso, os envolvidos possam finalmente descansar, e assim, outra tragédia ser evitada. “Por Justiça. Por memória. Para que nunca se repita”.

Todo Dia a Mesma Noite está disponível no catálogo da Netflix.

 

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Séries | TV

Wandinha | Série expande o universo de A Família Addams, trazendo uma nova e empolgante perspectiva a estes personagens.

Divertida e macabra, esse novo olhar sobre os Addams tornou-se uma grata surpresa neste final de ano.

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Criada inicialmente como tiras de quadrinhos na década de 1930 pelo cartunista Charles Addams, ao longo dos anos A Família Addams foi conquistando um grande destaque na mídia ao ponto de ganhar adaptações para TV, cinema e teatro. Os maiores sucessos, como é de conhecimento, são os filmes da década de 1990 que tinham Raul Juliá e Anjelica Huston como os intérprete de Goméz e Mortícia. E agora, anos depois, esses personagens estão voltando a se destacar na mídia através do lançamento da série da Netflix: Wandinha.

A trama

A série, que envolve mistério com toques sobrenaturais, acompanha a trajetória de Wandinha Addams (Jenna Ortega) sendo obrigada por seus pais, Gomez (Luis Guzmán) e Mortícia (Catherine Zeta-Jones), a frequentar a Escola Nunca Mais após um novo incidente em seu antigo colégio.

Enquanto se muda para este novo local, que segundo sua família terá pessoas mais parecidas com ela, Wandinha tenta dominar suas habilidades psíquicas, acabar com uma monstruosa onda de assassinatos que aterroriza a cidade e resolver o mistério sobrenatural que envolveu seus pais 25 anos atrás. E claro, além de tudo isso, ela ainda tem que lidar com relacionamentos complicados com seus novos colegas.

Uma nova perspectiva

Contando uma história nova, e tendo obviamente como foco a personagem Wandinha Addams, a série nos entrega diversos elementos interessantes através de detalhes da sua produção. E claro, tudo isso começa justamente pelo fato de que esta abordagem escolhida expande todo o universo conhecido por aqueles que são fãs de A Família Addams.

Ao longo dos 8 episódios da 1ª temporada, a trama nos leva para um reencontro com todos os membros de A Família Addams com muito cuidado e carinho. Suas características são mantidas, o seu humor está presente através de cada uma das cenas, e a protagonista está incrível como sempre, apesar de que nesta versão suas características não são tão psicóticas quanto na personificação de Christina Ricci, na década de 90, nos apresentando uma Wandinha mais inexpressiva do que “louca”.

O roteiro da série é muito bem trabalhado em cima dessas abordagens clássicas envolvendo todos os personagens já conhecidos pelo público, e consegue ainda assim se aprofundar mais em torno dos acontecimentos relacionados a Wandinha Addams.

Sua presença na Escola Nunca Mais é extremamente interessante, com o roteiro sabendo exatamente o que desenvolver na personagem através da sua convivência com novos nomes no local e o grandioso mistério que gira em torno dos seus 8 episódios. E claro, alguns pontos acabam se destacando, sendo os principais deles suas relações com alguns colegas e com outro personagem clássicos, como o Mãozinha.

Vale ainda citar que o roteiro da série soube trabalhar também a introdução destes novos nomes que fazem parte do cotidiano de Wandinha neste novo ambiente, e que foi acompanhado brilhantemente por toda uma estética de figurino, criação de cenário, direção e fotografia para criar uma ambientação mais próxima o possível do que estamos acostumados a ver com A Família Addams.

Bons personagens para um bom elenco

Além de conseguir entregar uma ambientação certeira para este universo, a série Wandinha também conseguiu nos entregar personagens que são extremamente interessantes através das atuações do seu elenco. E tudo isso começa justamente com Jenna Ortega, que parece ter simplesmente nascido para interpretar a filha de Gómez e Mortícia Addams.

Por falar nos seus país, o ator Luis Guzmán e a atriz Catherine Zeta-Jones entregam ao público suas próprias versões destes personagens clássicos de forma muito interessante. No caso de Guzmán, ele é muito mais parecido com o Gómez dos quadrinhos do que com o galanteador de Raúl Julia, enquanto Zeta-Jones bebe claramente nas diversas fontes das suas personagens embora tenha um ar mais dramático. Entretanto, assim como as atuações de Fred Armisen como Tio Chico e Isaac Ordonez como Feioso, eles fazem apenas participações especiais, sem muito tempo para brilharem.

Além de Ortega, o grande destaque de Wandinha gira em torno do elenco jovem. Todos eles, embora interpretando novos personagens, estão realmente muito bons como Lobisomens, Sereias, Vampiros, Metamorfos, e até mesmo Medusas. É realmente uma escolha no melhor estilo Addams, embora a protagonista ainda consiga ser mais estranha que todos ao seu redor.

Os destaques, neste ponto, ficam principalmente com Gwendoline Christie (Game of Thrones, Sandman) como a diretora Larissa Weems, Christina Ricci como Marilyn Thornhill, Joy Sunday como Bianca, e a carismática Emma Myers como Enid.

Vale a pena assistir Wandinha?

Se você é um fã de A Família Addams, e acima de tudo da própria Wandinha, então certamente gostará de acompanhar a nova série da Netflix que conta com o envolvimento direto de Tim Burton. Embora nem tudo seja perfeito, a série ainda assim consegue entregar MUITO mais acertos que erros na trajetória da sua trama.

Acima de qualquer mistério que é desenvolvido através de sua história, os elementos envolvendo os personagens e suas características são realmente o ponto alto deste projeto. E o mais importante: tudo isso é claramente um primeiro passo para o que ainda pode ser aproveitado deste universo, com a complexidade dos seus personagens tendo sido apenas arranhadas em momentos certos ao longo dos episódios.

Afinal, como ela mesmo diz em seu ato final… “Há pontas soltas e perguntas sem respostas. Segredos seguem à espreita pelos cantos sombrios de Jericho… Sei que o suspense está te matando”. – E como Wandinha.

Uma aventura foi apenas iniciada envolvendo todos esses novos personagens, e agora fica entre nós uma vontade ainda maior de acompanhar os seus passos como o stalker que a persegue ao final da temporada, pois muitos mistérios, perigos, amizades, e até possíveis amores estão claramente no caminho de Wandinha Addams pela frente.

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Isto não é um sonho! The Sandman é oficialmente renovada para seu segundo ano pela Netflix

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A Netflix em parceria com a Warner Bros. acaba de confirmar a renovação da segunda temporada de The Sandman na plataforma.

Milhões de espectadores assistiram e amaram ‘Sandman’ na Netflix, desde os fãs dos quadrinhos até aqueles que apenas ficaram curiosos. E todos ficaram obcecados com o Senhor dos Sonhos, sua família e seu universo”, declarou o criador Neil Gaiman. “É um prazer confirmar que eu, a Netflix e a Warner Bros. estão trabalhando para trazer novas histórias à vida. Há aventuras incríveis esperando por Morpheus e os outros personagens… E Lucifer está esperando o retorno de Morpheus ao inferno…

Confira ao anuncio:

Sandman é a criação mais popular de Neil Gaiman e é centrada no ser mítico Sonho, parte de um grupo conhecido como Os Perpétuos ou Os Sem Fim. Como seu nome indica, o protagonista dos quadrinhos reina sobre o mundo dos sonhos. A trama tem início quando ele escapa de seu cativeiro, que durou 70 anos, e encontra seu reino dilapidado nos dias atuais.

O elenco ainda conta com Vivienne Acheapong (Lucienne), Boyd Holbrook (Coríntio), Charles Dance (Roderick Burgess), Asim Chaudhry (Abel), Sanjeev Bhaskar (Cain), Kirby Howell-Baptiste (Morte), Mason Alexander Park (Desejo), Donna Preston (Desespero), Jenna Coleman (Johanna Constantine), Niamh Walsh (Ethel Cripps) e Joely Richardson (Ethel).

Ainda não se sabe quando a segunda temporada deve chegar na plataforma.

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The Last of Us | Série ganha data de estreia na HBO MAX

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The Last of Us, série que irá adpatar o jogo de PlayStation de mesmo nome, ganhou sua data de estreia na HBO Max: 15 de janeiro.

A data foi confirmada nas redes sociais do serviço de streaming, após vazamento na última terça (01). Confira:

Baseado no jogo homônimo, a história se passa 20 anos após a quase extinção da raça humana. É quando Joel (Pedro Pascal) é contratado para levar Ellie (Bela Ramsey) para fora de uma zona de quarentena. Contudo, o que era para ser uma simples missão, acaba se tornando uma jornada brutal de sobrevivência pelos EUA, onde um irá depender do outro para continuarem vivos.

Além de Pedro e Bela, The Last of Us tem no elenco Anna Torv (Fringe), Gabriel Luna (O Exterminador do Futuro), Nico Parker (Dumbo), Nick Offerman (Parks and Recreation), Murray Bartlett (Punho de Ferro) e Storm Reid (Euphoria).

O roteiro tem assinatura de Craig Mazin, de Chernobyl, e Neil Druckmann, roteirista do jogo. Carolyn Strauss e Rose Lam serão produtoras executivas, ao lado de Evan Wells, presidente de desenvolvimento da Naughty Dog. A direção será de Kantemir Balagov, que trabalhará com Jasmila Žbani? e Ali Abbasi.

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Séries | TV

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder | Primeira temporada chega ao fim com saldo positivo

Apesar de arrastada, série chega ao fim com surpresas e escalada épica de encher os olhos.

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Pode ser uma ironia do destino que O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder House of the Dragon tenham estreado na mesma época. A franquia Game of Thrones, de George R.R. Martin, sempre foi comparada à criação de J.R.R. Tolkien e agora temos a oportunidade de comparar os dois produtos lado a lado. A conclusão, enfim, é esperada e lógica: os dois universos são totalmente diferentes e suas abordagens completamente distintas.

As divergências são várias, passando por aspectos técnicos como fotografia e figurino e chegando a questões narrativas. Enquanto House of the Dragon busca a catarse e o retorno imediato, Os Anéis de Poder vai cimentando suas paredes aos poucos, até que apresente uma casa completa no final.

Não é à toa, portanto, que a série da HBO tenha entregado dois ou três clímaxes em nove capítulos, ao passo que a série da Amazon pavimentou sua saga para uma convergência de impacto no final.

Barrigas contemplativas

Desta forma, a ironia é ainda maior quando percebemos que elas dividem o mesmo problema, mas em lados opostos da moeda. House of the Dragon peca pela pressa, pelos saltos temporais que sacrificam momentos e personagens. Já Os Anéis de Poder, por outro lado, falha ao se debruçar por muito tempo em linhas que não desenrolam. Enquanto uma corre e tropeça, a outra caminha e descansa.

Ainda assim, apesar de algumas barrigas, a primeira temporada é um excelente exemplar televisivo. Apesar da inexperiência de seus roteiristas, a série de O Senhor dos Anéis chega a um final coerente, onde cada desdobramento é alicerçado por um sólido desenvolvimento.

Um filme em formato de série

A impressão é a de que o primeiro ano não foi pensado de forma episódica, mas única, como um longo filme.

Uma das provas é a ausência completa de alguns personagens por episódios inteiros. Há alguns rostos importantes, por exemplo, que jamais aparecem no capítulo final. Não se trata, portanto, de um descuido, mas de um planejamento que vai na contramão de muito do que se tem feito na televisão atual.

Assim, Os Anéis de Poder até funciona enquanto maratona, mas é na digestão lenta de seus episódios que o resultado se torna recompensador. É possível abandonar a série na metade e ter uma boa experiência, mas só assistindo a tudo, até o fim, que o projeto realmente decola e se justifica.

Enquanto o texto tenta achar o equilíbrio rítmico, os aspectos técnicos são irretocáveis. Não há série na televisão atualmente que entregue visual tão bem cuidado e exuberante quanto Os Anéis de PoderOs efeitos especiais não só enchem os olhos como são decisivos no enriquecimento da história.

Um visual de milhões!

Quando a série do universo de Tolkien foi anunciada pela Amazon, foi dito que esta seria a série mais cara da história da TV, e não mentiram nisso. É nítido perceber que os US$ 500 milhões gastos nessa primeira temporada foram muito bem gastos.

É nos efeitos, por exemplo, que temos detalhes acerca da influência élfica em Númenor, assim também como no figurino, que por sua vez, temos sugestões acerca da identidade do Estranho.

Assim, a plasticidade de quadros e sequências fica ainda mais evidente e válida graças ao peso e relevância que cada um carrega. Além disso, várias decisões técnicas nos ajudam a relacionar momentos e personagens da série com os dos filmes de Peter Jackson.

Neste sentido, Os Anéis de Poder é notavelmente reverente aos longas vencedores do Oscar. A série sabe que se aproximar dos filmes pode ser benéfico e investe nisso com sensatez e inteligência.

Elenco da Terra-Média

Essa proximidade, entretanto, escancara um pequeno problema da série. Afinal, os personagens que mais funcionam são aqueles que já conhecemos. Se Sauron, Galadriel, o Estranho e os Pés Peludos funcionam tão bem, é porque suas contrapartes cinematográficas já nos encheram olhos e mentes.

Já investimos tantas vezes nestes personagens, que acompanhá-los nesta jornada se torna mais fácil. Neste sentido, gostarmos destes nomes é mais um mérito dos filmes do que da série em si.

É sintomático, então, que personagens novos falhem em se conectar ao público. Grande parte dos membros de Númenor, por exemplo, não funcionam. Isildur, vale apontar, carrega o duro fardo de traidor, de líder incompetente, algo que trazemos vívido na memória graças à trilogia original. Este afastamento e/ou frieza, entretanto, nada tem a ver com elenco, que é competente em sua grande maioria.

Competentes, também, são os diretores, que sabem evocar o espírito da Terra-Média sem jamais soar derivativa. Não há nada de Westeros aqui como podemos ver. Do início ao fim, este é o universo de Tolkien amparado pelos visuais de Peter Jackson. E, mesmo em meio aos erros comuns de estreia, estes são meros detalhes que devem ser trabalhados e melhorados em uma segunda temporada, mas que podem ser relevados agora graças ao ótimo trabalho de construir a Terra-Média que a gente tanto sentia falta. Um resultado que aqueceu o coração de qualquer fã de O Senhor dos Anéis.

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Séries | TV

Agatha: Coven do Caos | Joe Locke de “Heartstopper” entra para o elenco do spin-off

O jovem ator é a mais nova adição de elenco ao spin-off de “WandaVision” no Disney+.

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Conhecido pelo seu papel de Charlie Spring em Heartstopper, Joe Locke entrou para o elenco de Agatha: Coven do Caos, série spin-off de WandaVision. As informações são da Variety.

Como o título da série já indica, a história do programa será focado na personagem Agatha Harkness (Kathryn Hahn), possivelmente após os eventos de WandaVision, onde também iremos descobrir mais sobrre seu passado.

Ainda não sabemos qual papel Locke terá em Agatha: Coven do Caos. O programa também trará de volta Emma Caulfield Ford como Dottie.

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