Charmed | Primeiras impressões do reboot - Multiversos
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Os que se encantaram com as irmãs Halliwell e o Poder das Três em Charmed (1998-2007) ficaram ao mesmo tempo animados e receosos com seu reboot. Depois de assistir os três primeiros episódios, vai aqui nossa crítica!

Charmed (oficialmente Jovens Bruxas, aqui no Brasil) foi uma série que acompanhava a vida e as aventuras das irmãs Halliwell – Prue, Piper e Phoebe – na tentativa de conciliar suas vidas entre o mundo mortal e o mundo da magia. Profetizadas como as mais poderosas bruxas da existência, contanto com um poder coletivo chamado de Poder das Três, usavam poções e feitiços para destruir demônios, derrotar feiticeiros e salvar o mundo. Tudo isso com uma boa dose de comédia e romance!

Da esquerda para a direita: Piper, Prue e Phoebe Halliwell.

Na quarta temporada, descobrimos também uma quarta irmã: Paige Matthews, fruto de um caso entre a mãe das meninas e seu Luz Branca (termo oficial aqui no Brasil, mas por vezes chamado de anjo ou guardião)! Ao fim da oitava temporada, vemos as bruxas merecendo seu final feliz, encontrando o amor e tendo a nova geração mágica!

Paige Matthews: meia-irmã, meio-anjo e totalmente bruxa!

Mas as Encantadas (The Charmed Ones, no original) não ficariam só por aí. Muitos esperavam que já em 2007 houvesse um spin-off com Billie Jenkins, uma protegida de Paige e aprendiz das irmãs, mas apesar dos produtores terem feito essa insinuação, o projeto nunca aconteceu. Foi só em 2017 que foi anunciada uma nova série, mas sem grandes detalhes. Os fãs começaram a se movimentar e criar teorias: Teria a Fonte de Todos os Males despertado de novo?? Teriam os Avatares voltado ao mundo?? As irmãs lidariam com tudo ou seus filhos seriam os heróis??

Nenhuma dessas possibilidades. O que foi feito com Charmed foi uma verdadeira repaginada. Em tudo! Assim como O Mundo Sombrio de Sabrina, a série não é um remake da original, mas um reboot, um reinício. Foi como se alguém tivesse reescrito toda a história de Charmed, um recomeço. Boa parte dos fãs de cara já se manifestou contra. Quando souberam da ausência das atrizes originais, entraram em polvorosa. No Twitter, a própria Holly Marie Combs (que interpretou Piper Halliwell de forma magistral) se mostrou um tanto descrente e – por que não dizer? – chateada com a ausência do elenco original. Depois, no entanto, pareceu ter pensado melhor (e explodido alguns demônios) e disse que valia dar uma chance e ver como ficaria o trabalho.

No Twitter, Holly Marie Combs (Piper Halliwell) se mostrou até mesmo irritada…

Depois de assistir os três primeiros episódios (já que três é um número tão importante para a série) foi possível começar a avaliar o enredo e a proposta da primeira temporada. Confesso ter assistido o quarto, também enquanto escrevia, de modo que coloquei algumas informações adicionais! São Francisco foi trocada pela cidade fictícia de Hilltown e em vez de termos irmãs com diferentes empregos, temos irmãs ligadas à vida acadêmica e universitária, num tom um tanto quanto mais moderno. E a Fonte de Todos os Males já está à espreita!!

reboot começa com apenas duas irmãs, Mel (Melonie Diaz) e Maggie Vera (Sarah Jeffery), contrapartes de Piper e Phoebe Halliwell, respectivamente. Enquanto Mel é uma ativista, Maggie está mais focada em ser aceita. É nessa diferença que reside sua força, segundo a mãe das meninas.

As novas Encantadas: Mel, Macy e Maggie.

Mel não fica calada. Nunca. É uma verdadeira guerreira social, uma feminista. E uma lésbica que nunca conheceu o que é estar no armário (sua mãe a criou de forma a sempre ter orgulho de si mesma). Por isso, talvez, seja difícil para ela – mais que para as outras – esconder seu legado na bruxaria. Foi a que mais ficou animada com a revelação de ser uma bruxa (em total oposto a Piper, que queria negar a todo custo). Mas, como Piper, sabe ser muito sarcástica. Ambas possuem o dom de “congelar o tempo”, o Estase Temporal. Ainda não se sabe se é realmente o tempo que para ou se, como Piper, ela imobiliza as moléculas ao redor.

Maggie foi a que mais negou a herança bruxa logo no início. “Eu nem gosto de me vestir de bruxa no Halloween!” Talvez essa troca entre ela e Mel tivesse sido proposital. Muito da personalidade de Phoebe se vê nela: é extrovertida e romântica, assim como sua contraparte (eu perdi a conta do número de namorados que Phoebe teve) e foi a primeira aceitar a nova irmã (como aconteceu com Paige); mas também é a “boa menina”, enquanto Phoebe era a rebelde desde criança. Mas a maior diferença entre elas seja seu dom. Maggie tem o dom da Telepatia em vez da Premonição de Phoebe.

Mel e Maggie são as contrapartes de Piper e Phoebe.

Marisol Vera (Valerie Cruz) bloqueou os poderes das filhas na infância para lhes dar uma chance de uma vida normal, sem demônios e feiticeiros a cada canto, de forma muito similar ao que Penny Halliwell, avó das Encantadas originais, havia feito. E, da mesma forma que Patty, é morta por um demônio. Marisol é uma amálgama de Penny e Patty, mas com o dom da Profecia. Criou as meninas com mente aberta, sem preconceitos ou barreiras de nenhum tipo.

Três meses depois surge uma terceira irmã, Macy Vaughn (Madeleine Mantock), contraparte de Prue Halliwell e Paige Matthews. Uma geneticista que conseguiu emprego na Universidade de Hilltown e mudou-se para lá. Aparentemente, cada cidade pequena da ficção possui sua própria universidade. Diferente das irmãs muito levadas pela emoção, Macy é racional, planejadora e de pensamento rápido. Logo no primeiro episódio ela é elogiada por seu alto QI. Quando aceita a bruxaria, diz que vai estudá-la a nível molecular e ganhar um prêmio Nobel! Assim como Prue, ela é a mais velha das irmãs e conhece latim. Como Paige, ela é uma meia-irmã e não foi criada por sua mãe, mas por seu pai. Todas possuem o dom da Telecinese (embora o de Paige fosse alterado por ser uma mistura entre seres celestiais e humanos).

Macy Vaughn, inspirada em Prue e Paige!

O Luz Branca (por que eles não conseguem trocar esse termo horroroso?) das meninas não é mais Leo Wyatt, mas sua contraparte é o inglês Harry Greenwood (Rupert Evans). Existe também um certo paralelo entre Harry e Chris Halliwell, o filho de Piper e Leo, que também possuía telecinese. É mais ligado em regras, normas e protocolos como um verdadeiro britânico, mas aprende a confiar nas meninas no decorrer dos episódios. Apesar de manter-se como guia (não só no que diz respeito à parte mágica), também não é um mero mentor, mas entra de frente num combate e pode destruir demônios ele mesmo. Aparentemente os Luzes Brancas nessa série são mais combativos que os originais.

Harry Greenwood faz as vezes de Leo Wyatt.

Outra diferença entre as séries é a do Conselho de Anciões. Enquanto originalmente eram Luzes Brancas de alta patente, aqui são bruxos e bruxas seniores, com “múltiplos poderes” segundo Harry. Uma delas aparece na série e era uma bruxa, amiga de Marisol, antes de ascender ao Conselho. Além disso, vivem no mundo mortal em vez do Paraíso. Essa diferença talvez seja explicada mais tarde ou talvez seja uma intertextualidade com os quadrinhos, onde Piper funda o Conselho das Bruxas para ficar independente dos Anciões e decidir elas mesmas o próprio destino.

E, enquanto as irmãs Vera são hispânicas, Macy é afro-americana. Esse talvez seja um toque que não havia na série original: a diversidade no elenco e na caracterização dos personagens. Além disso, há uma pegada mais feminista (principalmente na figura de Mel), mais forte que na primeira série. O reboot aumentou ainda mais a figura da independência feminina, principalmente com Harry sendo muito mais guia e mais cheio de regras que Leo… Leo quebrou as regras ao se casar com Piper, então não há muito o que discutir nesse ponto. Harry se mantém dentro das regras e da tecnicalidade para encontrar saídas, enquanto Leo as desafiava.

Os efeitos são, sem dúvida, interessantes!

 Há claramente uma pegada mais millenial em Charmed. Ainda que os feitiços sejam em latim em vez de inglês (um agrado aos fãs que adoram magia em línguas antigas), a modernidade está permeando a magia. As irmãs anotam feitiços em celulares, usam selfies para ajudar a banir demônios e levam resíduos mágicos para serem analisados em laboratório. Nunca havia acontecido, no original, das irmãs terem banido um demônio possessor com soda cáustica porque reagia aos compostos moleculares! E nunca vimos uma Anciã andar de elevador enquanto falava ao celular sobre sua empresa!

No geral, o reboot fica com uma nota de 3,7 em 5. Não é ruim, mas ainda levanta muitas questões. É preciso esperar para ver como a série se desenvolve para uma opinião mais elaborada. Para os fãs originais que estão torcendo o nariz, deem uma chance e venham com a mente aberta. Lembrem-se: não é um remake, é um reboot. Um recomeço, não uma refilmagem.

Séries | TV

Crítica | ‘Percy Jackson e os Olimpianos’: uma jornada de altos e baixos na terra dos semideuses

A série do Disney+ inicia com promessas, mas perde o fôlego ao longo da temporada, deixando os fãs divididos sobre sua adaptação do universo de Rick Riordan.

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A série “Percy Jackson e os Olimpianos” começou com uma abertura que prometia honrar a obra de Rick Riordan, especialmente através do seu episódio piloto. Nele, houve uma execução notável tanto na narrativa quanto na dinâmica dos personagens e na composição das cenas. Não é de se surpreender que a crítica tenha inicialmente aprovado a produção com uma taxa de 95%, no entanto, nem tudo acabou sendo um manjar dos deuses para os fãs, que esperavam algo notavelmente melhor do que as péssimas adaptações cinematográficas da Fox.

A série é uma boa adaptação?

Ao adaptar uma obra literária para o formato audiovisual, inevitavelmente surgem escolhas narrativas que moldam a experiência do espectador. Com um elenco mais jovem e a marca Disney, esta versão de Percy Jackson se alinha ao estilo das produções familiares do estúdio. O tom mais leve e infantil visa oferecer uma aventura acessível para crianças, jovens e adultos, o que pode desapontar aqueles que esperavam uma abordagem mais madura.

Navegar nessas expectativas, especialmente em relação à fidelidade da fonte original, é um desafio delicado. A frustração pode aumentar ao perceber que esta adaptação de Percy Jackson não atinge os padrões técnicos esperados da Disney. As escolhas de James Bobin, como os fade-outs para transições entre cenas nos primeiros episódios, podem se tornar cansativas à medida que se repetem ao longo da série, especialmente em momentos que exigiriam mais recursos visuais e CGI.

Declínio narrativo e de montagem

No entanto, ao longo da temporada, a série perdeu seu rumo e falhou em cumprir até mesmo o mínimo esperado. Apesar de ter todos os ingredientes para se tornar uma promessa do streaming, “Percy Jackson e os Olimpianos” falhou em sua execução episódio após episódio. Além dos deslizes ao longo do caminho, a série também pecou ao não apresentar uma única cena de impacto, o que comprometeu a experiência visual de quem esperava grandiosidade.

Orçamento

De acordo com fontes da Variety, o orçamento da série foi estimado entre 12 e 15 milhões de dólares por episódio, embora a Disney não tenha confirmado os valores. É lamentável perceber que, ao invés de investir em cenários cativantes e cenas de ação marcantes, a produção optou por diálogos longos e muitas vezes desnecessários. Talvez a intenção fosse explorar as emoções em meio a arcos corridos, mas isso falhou miseravelmente.

Um elenco dos deuses

Comparada aos filmes de “Percy Jackson”, a série do Disney+ pode ter seus méritos, mas fica para trás em relação ao clímax. No entanto, a produção acertou em alguns aspectos. Além do primeiro episódio, que trouxe uma sensação positiva e promissora, a série acertou na escolha do elenco, especialmente o trio de protagonistas. Walker Scobell, Leah Jeffries e Aryan Simhadri conseguiram cativar o público com suas interpretações carismáticas.

O que esperar do futuro da série?

Apesar dos tropeços, a série “Percy Jackson e os Olimpianos” apresenta uma mistura de acertos e desafios. Embora tenha começado promissora, com um episódio inicial bem executado e um elenco talentoso, a série enfrentou dificuldades em manter a qualidade narrativa e técnica ao longo da temporada. A falta de cenas impactantes e o desgaste de certas escolhas de direção deixaram, nós, espectadores, um pouco insatisfeitos, pela falta de grandiosidade da série. Caso haja uma segunda temporada, como esperado, a produção terá uma nova oportunidade para corrigir o rumo e honrar o universo dos semideuses como ele merece.

Nota: 6,5/10.

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Séries | TV

The Last of Us | HBO renova oficialmente série para uma segunda temporada

Após sucesso da primeira temporada, segundo ano está oficialmente garantido, mas ainda sem data de estreia definida.

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A HBO acaba de anunciar em suas redes sociais que a segunda temporada de The Last of Us está oficialmente confirmada, veja:

 

A emissora, no entanto, não divulgou uma data para o retorno da série, mas presume-se que aconteça em 2024.

Apesar da primeira temporada ainda está no ar, sua precoce renovação se deve muito ao sucesso que a série vem ganhando desde sua estreia, a ponto de ser aclamada como uma das melhores séries da atualidade.

A renovação não chega a ser surpresa, por conta de todo o sucesso que a série tem feito — sendo que ela ainda não teve nem três episódios exibidos. Porém, com essa confirmação tão adiantada, os produtores já podem começar a pensar no próximo ano e os fãs podem ficar tranquilos sabendo que teremos mais de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) em tela.

Ramsey, que interpreta Ellie, recentemente disse em entrevista à BBC que era bem “provável” que a adaptação do jogo de PlayStation ganharia um segundo ano. “Se as pessoas continuarem assistindo, acho que [uma segunda temporada] é bem provável. Depende dos caras da HBO. Não há nada confirmado ainda, então teremos que esperar para ver”.

Agora só nos resta acompanhar os demais episódios da série que ainda promete muitas emoções para a jornada de Joel e Ellie.

The Last of Us tem seus episódios transmitidos semanalmente, todo domingo, às 23h, pela HBO Max ou no HBO channel.

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Críticas

Crítica | Todo Dia a Mesma Noite emociona e clama por justiça

Minissérie em 05 episódios estreia em busca de justiça para as vítimas do incêndio da Boate Kiss.

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10 anos. Uma década já se passou desde que a fatídica noite da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, aconteceu. O brutal caso do incêndio da Boate Kiss e suas 242 vítimas fatais ainda é muito vivo na memória do brasileiro até hoje.

Tragédia

Madrugada de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria. Durante 2:30hs, um incêndio ceifou a vida de 242 jovens e feriu mais 636, durante um show do grupo Gurizada Fandangueira. Rapidamente, as investigações apuraram que não foi um acidente comum, e sim, uma violação dos códigos de segurança, causando a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio.

Este terrível caso se espalhou pela mídia nacional e internacional em questão de horas, e uma década depois a Netflix refresca nossa memória trazendo esta história de volta à tona na minissérie Todo Dia a Mesma Noite, onde esta se baseia no livro homônimo de Daniela Arbex, e segue mostrando os desafios e a incessante luta por justiça das famílias envolvidas.

História

Da apresentação de umas poucas famílias até o momento do ocorrido, o episódio inicial apresenta de maneira brutal como tudo aconteceu na noite da tragedia. Já nos outros episódios seguintes mergulhamos na dor e angustia dessas famílias, lutando por justiça durantes estes 10 anos de sofrimento.

Com uma qualidade impressionante, a produção usa de ótimas atuações para alcançar rapidamente o emocional do espectador, que desde os primeiros momentos sente a apreensão do que está por vir e termina acompanhando com a mesma dor que os personagens estão sentindo. A minissérie nos apresenta uma escolha narrativa interessante ao nos mostrar através de pais desolados pela morte dos filhos o absurdo de um ato tão trágico sair impune.

O roteiro da trama busca uma abordagem mais rápida após o ocorrido de 27 de janeiro, passando por alto por vários detalhes, mas ainda assim não é menos avassaladora. O elenco é bem aproveitado, dando destaque aos atores e atrizes Thelmo Fernandes, Débora Lamm, Paulo Gorgulho, Bianca Byington, Leonardo Medeiros e Bel Kowarick que dão um show de interpretação sempre que aparecem em tela. Exceção apenas do núcleo investigativo, do qual some de tela repentinamente e, principalmente por um deles ser um parente em luto, deixa a sensação que havia mais a ser explorado.

Todo Dia a Mesma Noite abre uma ferida na esperança de que dessa maneira tudo isso possa enfim ser encerrado. As vítimas nunca voltarão à vida e seus familiares nunca irão superar a dor, mas talvez, ao expor as falhas na justiça desse caso, os envolvidos possam finalmente descansar, e assim, outra tragédia ser evitada. “Por Justiça. Por memória. Para que nunca se repita”.

Todo Dia a Mesma Noite está disponível no catálogo da Netflix.

 

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Séries | TV

Wandinha | Série expande o universo de A Família Addams, trazendo uma nova e empolgante perspectiva a estes personagens.

Divertida e macabra, esse novo olhar sobre os Addams tornou-se uma grata surpresa neste final de ano.

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Criada inicialmente como tiras de quadrinhos na década de 1930 pelo cartunista Charles Addams, ao longo dos anos A Família Addams foi conquistando um grande destaque na mídia ao ponto de ganhar adaptações para TV, cinema e teatro. Os maiores sucessos, como é de conhecimento, são os filmes da década de 1990 que tinham Raul Juliá e Anjelica Huston como os intérprete de Goméz e Mortícia. E agora, anos depois, esses personagens estão voltando a se destacar na mídia através do lançamento da série da Netflix: Wandinha.

A trama

A série, que envolve mistério com toques sobrenaturais, acompanha a trajetória de Wandinha Addams (Jenna Ortega) sendo obrigada por seus pais, Gomez (Luis Guzmán) e Mortícia (Catherine Zeta-Jones), a frequentar a Escola Nunca Mais após um novo incidente em seu antigo colégio.

Enquanto se muda para este novo local, que segundo sua família terá pessoas mais parecidas com ela, Wandinha tenta dominar suas habilidades psíquicas, acabar com uma monstruosa onda de assassinatos que aterroriza a cidade e resolver o mistério sobrenatural que envolveu seus pais 25 anos atrás. E claro, além de tudo isso, ela ainda tem que lidar com relacionamentos complicados com seus novos colegas.

Uma nova perspectiva

Contando uma história nova, e tendo obviamente como foco a personagem Wandinha Addams, a série nos entrega diversos elementos interessantes através de detalhes da sua produção. E claro, tudo isso começa justamente pelo fato de que esta abordagem escolhida expande todo o universo conhecido por aqueles que são fãs de A Família Addams.

Ao longo dos 8 episódios da 1ª temporada, a trama nos leva para um reencontro com todos os membros de A Família Addams com muito cuidado e carinho. Suas características são mantidas, o seu humor está presente através de cada uma das cenas, e a protagonista está incrível como sempre, apesar de que nesta versão suas características não são tão psicóticas quanto na personificação de Christina Ricci, na década de 90, nos apresentando uma Wandinha mais inexpressiva do que “louca”.

O roteiro da série é muito bem trabalhado em cima dessas abordagens clássicas envolvendo todos os personagens já conhecidos pelo público, e consegue ainda assim se aprofundar mais em torno dos acontecimentos relacionados a Wandinha Addams.

Sua presença na Escola Nunca Mais é extremamente interessante, com o roteiro sabendo exatamente o que desenvolver na personagem através da sua convivência com novos nomes no local e o grandioso mistério que gira em torno dos seus 8 episódios. E claro, alguns pontos acabam se destacando, sendo os principais deles suas relações com alguns colegas e com outro personagem clássicos, como o Mãozinha.

Vale ainda citar que o roteiro da série soube trabalhar também a introdução destes novos nomes que fazem parte do cotidiano de Wandinha neste novo ambiente, e que foi acompanhado brilhantemente por toda uma estética de figurino, criação de cenário, direção e fotografia para criar uma ambientação mais próxima o possível do que estamos acostumados a ver com A Família Addams.

Bons personagens para um bom elenco

Além de conseguir entregar uma ambientação certeira para este universo, a série Wandinha também conseguiu nos entregar personagens que são extremamente interessantes através das atuações do seu elenco. E tudo isso começa justamente com Jenna Ortega, que parece ter simplesmente nascido para interpretar a filha de Gómez e Mortícia Addams.

Por falar nos seus país, o ator Luis Guzmán e a atriz Catherine Zeta-Jones entregam ao público suas próprias versões destes personagens clássicos de forma muito interessante. No caso de Guzmán, ele é muito mais parecido com o Gómez dos quadrinhos do que com o galanteador de Raúl Julia, enquanto Zeta-Jones bebe claramente nas diversas fontes das suas personagens embora tenha um ar mais dramático. Entretanto, assim como as atuações de Fred Armisen como Tio Chico e Isaac Ordonez como Feioso, eles fazem apenas participações especiais, sem muito tempo para brilharem.

Além de Ortega, o grande destaque de Wandinha gira em torno do elenco jovem. Todos eles, embora interpretando novos personagens, estão realmente muito bons como Lobisomens, Sereias, Vampiros, Metamorfos, e até mesmo Medusas. É realmente uma escolha no melhor estilo Addams, embora a protagonista ainda consiga ser mais estranha que todos ao seu redor.

Os destaques, neste ponto, ficam principalmente com Gwendoline Christie (Game of Thrones, Sandman) como a diretora Larissa Weems, Christina Ricci como Marilyn Thornhill, Joy Sunday como Bianca, e a carismática Emma Myers como Enid.

Vale a pena assistir Wandinha?

Se você é um fã de A Família Addams, e acima de tudo da própria Wandinha, então certamente gostará de acompanhar a nova série da Netflix que conta com o envolvimento direto de Tim Burton. Embora nem tudo seja perfeito, a série ainda assim consegue entregar MUITO mais acertos que erros na trajetória da sua trama.

Acima de qualquer mistério que é desenvolvido através de sua história, os elementos envolvendo os personagens e suas características são realmente o ponto alto deste projeto. E o mais importante: tudo isso é claramente um primeiro passo para o que ainda pode ser aproveitado deste universo, com a complexidade dos seus personagens tendo sido apenas arranhadas em momentos certos ao longo dos episódios.

Afinal, como ela mesmo diz em seu ato final… “Há pontas soltas e perguntas sem respostas. Segredos seguem à espreita pelos cantos sombrios de Jericho… Sei que o suspense está te matando”. – E como Wandinha.

Uma aventura foi apenas iniciada envolvendo todos esses novos personagens, e agora fica entre nós uma vontade ainda maior de acompanhar os seus passos como o stalker que a persegue ao final da temporada, pois muitos mistérios, perigos, amizades, e até possíveis amores estão claramente no caminho de Wandinha Addams pela frente.

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Isto não é um sonho! The Sandman é oficialmente renovada para seu segundo ano pela Netflix

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A Netflix em parceria com a Warner Bros. acaba de confirmar a renovação da segunda temporada de The Sandman na plataforma.

Milhões de espectadores assistiram e amaram ‘Sandman’ na Netflix, desde os fãs dos quadrinhos até aqueles que apenas ficaram curiosos. E todos ficaram obcecados com o Senhor dos Sonhos, sua família e seu universo”, declarou o criador Neil Gaiman. “É um prazer confirmar que eu, a Netflix e a Warner Bros. estão trabalhando para trazer novas histórias à vida. Há aventuras incríveis esperando por Morpheus e os outros personagens… E Lucifer está esperando o retorno de Morpheus ao inferno…

Confira ao anuncio:

Sandman é a criação mais popular de Neil Gaiman e é centrada no ser mítico Sonho, parte de um grupo conhecido como Os Perpétuos ou Os Sem Fim. Como seu nome indica, o protagonista dos quadrinhos reina sobre o mundo dos sonhos. A trama tem início quando ele escapa de seu cativeiro, que durou 70 anos, e encontra seu reino dilapidado nos dias atuais.

O elenco ainda conta com Vivienne Acheapong (Lucienne), Boyd Holbrook (Coríntio), Charles Dance (Roderick Burgess), Asim Chaudhry (Abel), Sanjeev Bhaskar (Cain), Kirby Howell-Baptiste (Morte), Mason Alexander Park (Desejo), Donna Preston (Desespero), Jenna Coleman (Johanna Constantine), Niamh Walsh (Ethel Cripps) e Joely Richardson (Ethel).

Ainda não se sabe quando a segunda temporada deve chegar na plataforma.

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The Last of Us | Série ganha data de estreia na HBO MAX

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The Last of Us, série que irá adpatar o jogo de PlayStation de mesmo nome, ganhou sua data de estreia na HBO Max: 15 de janeiro.

A data foi confirmada nas redes sociais do serviço de streaming, após vazamento na última terça (01). Confira:

Baseado no jogo homônimo, a história se passa 20 anos após a quase extinção da raça humana. É quando Joel (Pedro Pascal) é contratado para levar Ellie (Bela Ramsey) para fora de uma zona de quarentena. Contudo, o que era para ser uma simples missão, acaba se tornando uma jornada brutal de sobrevivência pelos EUA, onde um irá depender do outro para continuarem vivos.

Além de Pedro e Bela, The Last of Us tem no elenco Anna Torv (Fringe), Gabriel Luna (O Exterminador do Futuro), Nico Parker (Dumbo), Nick Offerman (Parks and Recreation), Murray Bartlett (Punho de Ferro) e Storm Reid (Euphoria).

O roteiro tem assinatura de Craig Mazin, de Chernobyl, e Neil Druckmann, roteirista do jogo. Carolyn Strauss e Rose Lam serão produtoras executivas, ao lado de Evan Wells, presidente de desenvolvimento da Naughty Dog. A direção será de Kantemir Balagov, que trabalhará com Jasmila Žbani? e Ali Abbasi.

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Séries | TV

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder | Primeira temporada chega ao fim com saldo positivo

Apesar de arrastada, série chega ao fim com surpresas e escalada épica de encher os olhos.

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Pode ser uma ironia do destino que O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder House of the Dragon tenham estreado na mesma época. A franquia Game of Thrones, de George R.R. Martin, sempre foi comparada à criação de J.R.R. Tolkien e agora temos a oportunidade de comparar os dois produtos lado a lado. A conclusão, enfim, é esperada e lógica: os dois universos são totalmente diferentes e suas abordagens completamente distintas.

As divergências são várias, passando por aspectos técnicos como fotografia e figurino e chegando a questões narrativas. Enquanto House of the Dragon busca a catarse e o retorno imediato, Os Anéis de Poder vai cimentando suas paredes aos poucos, até que apresente uma casa completa no final.

Não é à toa, portanto, que a série da HBO tenha entregado dois ou três clímaxes em nove capítulos, ao passo que a série da Amazon pavimentou sua saga para uma convergência de impacto no final.

Barrigas contemplativas

Desta forma, a ironia é ainda maior quando percebemos que elas dividem o mesmo problema, mas em lados opostos da moeda. House of the Dragon peca pela pressa, pelos saltos temporais que sacrificam momentos e personagens. Já Os Anéis de Poder, por outro lado, falha ao se debruçar por muito tempo em linhas que não desenrolam. Enquanto uma corre e tropeça, a outra caminha e descansa.

Ainda assim, apesar de algumas barrigas, a primeira temporada é um excelente exemplar televisivo. Apesar da inexperiência de seus roteiristas, a série de O Senhor dos Anéis chega a um final coerente, onde cada desdobramento é alicerçado por um sólido desenvolvimento.

Um filme em formato de série

A impressão é a de que o primeiro ano não foi pensado de forma episódica, mas única, como um longo filme.

Uma das provas é a ausência completa de alguns personagens por episódios inteiros. Há alguns rostos importantes, por exemplo, que jamais aparecem no capítulo final. Não se trata, portanto, de um descuido, mas de um planejamento que vai na contramão de muito do que se tem feito na televisão atual.

Assim, Os Anéis de Poder até funciona enquanto maratona, mas é na digestão lenta de seus episódios que o resultado se torna recompensador. É possível abandonar a série na metade e ter uma boa experiência, mas só assistindo a tudo, até o fim, que o projeto realmente decola e se justifica.

Enquanto o texto tenta achar o equilíbrio rítmico, os aspectos técnicos são irretocáveis. Não há série na televisão atualmente que entregue visual tão bem cuidado e exuberante quanto Os Anéis de PoderOs efeitos especiais não só enchem os olhos como são decisivos no enriquecimento da história.

Um visual de milhões!

Quando a série do universo de Tolkien foi anunciada pela Amazon, foi dito que esta seria a série mais cara da história da TV, e não mentiram nisso. É nítido perceber que os US$ 500 milhões gastos nessa primeira temporada foram muito bem gastos.

É nos efeitos, por exemplo, que temos detalhes acerca da influência élfica em Númenor, assim também como no figurino, que por sua vez, temos sugestões acerca da identidade do Estranho.

Assim, a plasticidade de quadros e sequências fica ainda mais evidente e válida graças ao peso e relevância que cada um carrega. Além disso, várias decisões técnicas nos ajudam a relacionar momentos e personagens da série com os dos filmes de Peter Jackson.

Neste sentido, Os Anéis de Poder é notavelmente reverente aos longas vencedores do Oscar. A série sabe que se aproximar dos filmes pode ser benéfico e investe nisso com sensatez e inteligência.

Elenco da Terra-Média

Essa proximidade, entretanto, escancara um pequeno problema da série. Afinal, os personagens que mais funcionam são aqueles que já conhecemos. Se Sauron, Galadriel, o Estranho e os Pés Peludos funcionam tão bem, é porque suas contrapartes cinematográficas já nos encheram olhos e mentes.

Já investimos tantas vezes nestes personagens, que acompanhá-los nesta jornada se torna mais fácil. Neste sentido, gostarmos destes nomes é mais um mérito dos filmes do que da série em si.

É sintomático, então, que personagens novos falhem em se conectar ao público. Grande parte dos membros de Númenor, por exemplo, não funcionam. Isildur, vale apontar, carrega o duro fardo de traidor, de líder incompetente, algo que trazemos vívido na memória graças à trilogia original. Este afastamento e/ou frieza, entretanto, nada tem a ver com elenco, que é competente em sua grande maioria.

Competentes, também, são os diretores, que sabem evocar o espírito da Terra-Média sem jamais soar derivativa. Não há nada de Westeros aqui como podemos ver. Do início ao fim, este é o universo de Tolkien amparado pelos visuais de Peter Jackson. E, mesmo em meio aos erros comuns de estreia, estes são meros detalhes que devem ser trabalhados e melhorados em uma segunda temporada, mas que podem ser relevados agora graças ao ótimo trabalho de construir a Terra-Média que a gente tanto sentia falta. Um resultado que aqueceu o coração de qualquer fã de O Senhor dos Anéis.

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Séries | TV

Agatha: Coven do Caos | Joe Locke de “Heartstopper” entra para o elenco do spin-off

O jovem ator é a mais nova adição de elenco ao spin-off de “WandaVision” no Disney+.

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Conhecido pelo seu papel de Charlie Spring em Heartstopper, Joe Locke entrou para o elenco de Agatha: Coven do Caos, série spin-off de WandaVision. As informações são da Variety.

Como o título da série já indica, a história do programa será focado na personagem Agatha Harkness (Kathryn Hahn), possivelmente após os eventos de WandaVision, onde também iremos descobrir mais sobrre seu passado.

Ainda não sabemos qual papel Locke terá em Agatha: Coven do Caos. O programa também trará de volta Emma Caulfield Ford como Dottie.

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